Título: A Invenção das Asas
Autor: Sue Monk Kidd
Editora: Paralela
Número de Páginas: 328
Ano de Publicação: 2014
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Em sua terceira obra, Sue Monk Kidd, cujo primeiro livro ficou por mais de cem semanas na lista de mais vendidos do New York Times, conta a história de duas mulheres do século XIX que enfrentam preconceitos da sociedade em busca da liberdade. Sue Monk Kidd apresenta uma obra-prima de esperança, ousadia e busca pela liberdade. Inspirado pela figura histórica de Sarah Grimke, o romance começa no 11º aniversário da menina, quando é presenteada com uma escrava: Hetty “Encrenca” Grimke, que tem apenas dez anos. Acompanhamos a jornada das duas ao longo dos 35 anos seguintes. Ambas desejam uma vida própria e juntas questionam as regras da sociedade em que vivem.
Ainda não tinha tido a oportunidade de ler nenhum livro de Sue Monk Kidd, apesar de ter ouvido falar muito bem do best–seller A Vida Secreta das Abelhas. No entanto, ao me deparar com a premissa do livro A Invenção das Asas, não tive dúvidas de que chegara o momento de conhecer de perto a obra dessa autora. Também, outro detalhe que me fez sentir vontade de me entregar a essa belíssima história foi o admirável trabalho feito pela editora com sua maravilhosa capa e sua excelente diagramação.
A Invenção das Asas conta a história de Sarah, uma garota filha de uma família escravocrata da alta sociedade dos EUA, e de Encrenca, uma garota escrava que foi dada de presente à Sarah em seu 11° aniversário e tornou-se sua dama de companhia.
Sarah, apesar de viver em uma família conservadora e escravocrata desde garota, sempre cultivou hábitos revolucionários para o seu tempo: o gosto pela leitura, pela escrita e a não aceitação da ideia de sua família e todas as outras da região possuírem escravos. Sempre a incomodou o modo como os escravos eram tratados e esse fator influenciou e norteou diversos aspectos em sua trajetória de vida.
“Mary não parecia gostar de livros, mas eu…eu sonhava com eles. Amava-os de tal maneira que não sabia nem expressar direito, nem para o Thomas”.
Pág. 23
Já a Hetty – que atende também por Encrenca -, é filha de escravos e não conhece outra vida senão essa. Apesar de todos os sofrimentos e tormentos pelos quais passou, um fato me chamou muita atenção nos primeiros capítulos do livro: a convivência de Encrenca com sua mãe, uma exímia costureira, bastante requisitada pela sua sinhá dentre todas as escravas. A relação das duas de cuidado e cumplicidade é admirável, sem falar do modo como a menina se refere à sua “mama” no inicio da narrativa.
“Naquela noite, as pombas se sentaram nos galhos das árvores e arrulharam. Grudei na mamã em nossa cama de corda, encarando o tear, como ele se pendurava das vigas do teto sobre nós duas, amarrado com força em suas polias. Ela dizia que o tear era nosso anjo da guarda. Ela disse: ‘Tudo vai ficá bem’.”
Pág. 20
A narrativa em primeira pessoa é feita ora por Sarah ora por Encrenca, isso durante 35 anos. O livro foi dividido em 06 partes e, nessa jornada, nos deparamos com medos, angústias, amores, injustiças, lutas e sonhos. A história é extremamente envolvente e as protagonistas são altamente cativantes.
Sarah é corajosa, determinada e nunca se conteve em aceitar o que estava imposto por uma sociedade escravocrata e cruel, na qual a mulher tinha o papel de dona do lar e era submissa às relações patriarcais intensas que permeava aquele período. Apesar de inúmeras vezes se abater e se ver sem rumo em sua vida, a luta por uma causa que desde sua infância falou mais alto foi o que deu direção as suas atitudes enquanto mulher. Encrenca, acima de tudo, é super verdadeira e seus sentimentos são dos mais puros e sinceros; sua força, coragem e mais, seu modo de enxergar a vida, apesar de todas as brutalidades do seu tempo, é o que faz com que ela seja tão envolvente.
A Invenção das Asas é um livro incrível, emocionante, sensível e muito marcante. Não é só um livro que fala sobre duas mulheres de classes sociais totalmente opostas, é um livro que, a todo momento, nos convida a refletir sobre a vida. É um livro que precisa ser sentido, ser degustado pouco a pouco, para que possamos apreender cada detalhe que, além de nos servir para a vida, nos faz pensar no quão a história da humanidade teve períodos cruéis, mas que em meio as brutalidades cometidas pelos homens, nunca deixou de haver os sonhos, a esperança de um futuro melhor e a forte garra e coragem de quem lutou por uma sociedade mais justa e igualitária. É uma história para se ler e jamais esquecer.
Mi, querida, adorei sua opinião sobre este livro, que estou desejando muito ler. Vi o filme adaptado do livro A Vida Secreta das Abelhas, muito bom por sinal, imagino o livro.
Adoro histórias transcorridas em um período longo do tempo, para ver o crescimento das personagens e as consequências de suas escolhas… aquilo que não podemos fazer na vida, hahaha, adiantar como será…
Agora que sei o que me aguarda, estou mais faminta por ele!