Por meio de uma narrativa envolvente, Sangue Na Neve, mais um thriller policial de Lisa Gardner protagonizado pela investigadora D.D. Warren, prende o leitor desde as primeiras páginas.
A narrativa se divide em primeira e terceira pessoa, sendo que, através da primeira, acompanhamos o desenrolar do enredo pela ótica de Tessa Leoni, policial acusada de assassinar o marido em legítima defesa, enquanto que, pela terceira pessoa, temos a visão de D.D. Warren.
Embora essa maneira de narrar os fatos pudesse entregar muitas das surpresas, já que Tessa Leoni é a única que pode responder, de fato, o que aconteceu na manhã de domingo na qual seu marido foi dado como morto, Lisa Gardner conseguiu construir a história de forma que nenhum ponto seja entregue antes da hora, possibilitando, assim, que o leitor seja surpreendido. Enquanto D.D. Warren faz suposições, fornecendo possíveis soluções para o caso, a narrativa de Tessa vai fundamentando e dando corpo aos fatos e, antes de tudo ser esclarecido, paira a dúvida sobre seu envolvimento: vítima ou culpada?
Ainda que a curiosidade tenha sido minha maior motivadora para prosseguir na leitura, a fluidez da escrita de Gardner foi a grande responsável pelo meu envolvimento. A história é intrigante, mas poderia ter sido desperdiçada se não fosse bem escrita, o que felizmente não aconteceu. A autora soube colocar as doses certas de emoções em seus personagens, fazendo com que pareçam reais, e achei toda a trama, de um modo geral, bastante inteligente.
Apesar de esse ter sido meu primeiro contato com alguma história de D.D. Warren (Sangue Na Neve é o quinto livro publicado da série protagonizada por ela. Viva Para Contar, também publicado no Brasil pela editora Novo Conceito, é o quarto), não me senti perdida na história em momento algum e, caso eu não soubesse que essa é uma série, poderia facilmente acreditar ser um livro único. Meu único comentário sobre isso é que não me senti tão conectada à investigadora, uma vez que conheci pouco de sua história. A leitura dos livros precedentes provavelmente não se faz necessária para a compreensão desse, mas certamente permite maior proximidade com a personagem.
Não apenas por ter achado a trama inteligente, um dos pontos que mais me agradou na história foi, sem dúvida, os questionamentos feitos por Tessa Leoni sobre si mesma. Achei que a autora soube desenvolvê-los a ponto de dar uma profundidade maior à obra, principalmente pela forma de como situações limites podem revelar um lado nosso completamente desconhecido.
Em linhas gerais, estava com grandes expectativas para essa leitura e não me senti decepcionada em nada. Ainda que não a tenha finalizado extasiada, foi uma ótima experiência, que me deixou ainda mais curiosa para entrar em contado com o bem comentado Viva Para Contar. Aos admiradores de thrillers policiais, livro certamente indicado.
Mi, tudo bom?
estou bem curioso para conhecer o trabalho dessa autora. Infelizmente não li nenhum dela, mas pelo que comentou, deve ser bom mesmo. Gostei bastante do comentário a respeito da profundidade com que ela desenvolve a obra e a maneira que ela torna a história intrigante.
Beijos
Lucas
ondeviveafantasia.blogspot.com.br