Laços Inseparáveis era o único dos romances de Emily Giffin lançados no Brasil, até então, que eu ainda não havia lido. Considerando meu histórico com suas obras anteriores – todas figurando na lista de meus livros favoritos -, tinha grandes expectativas quanto a essa. Ainda que ela tenha ficado um patamar abaixo das demais em meu conceito, passou longe de me decepcionar ou me desagradar.
Não sei ao certo qual a mágica exercida pela autora, mas Giffin sempre consegue me prender nos primeiros parágrafos. Em Laços Inseparáveis, a narrativa se dá sempre em primeira pessoa intercalando os capítulos na visão de Marian, a produtora de TV de sucesso, e de Kirby, a garota de 18 anos em uma busca sobre suas origens.
Algo que me encanta nos livros da autora, de um modo geral, é a maneira de como ela consegue discorrer sobre assuntos inquietantes sem, entretanto, colocar seus personagens em uma posição de julgamento, já que permite ao leitor acessar seus sentimentos e os compreender. Aqui, contudo, senti uma dificuldade maior em me conectar com Marian. Não que eu tenha a julgado ou desgostado dela, apenas achei difícil compreendê-la pelo fato de que a própria personagem esconde seus sentimentos de si mesma. Ela cria um bloqueio tão grande a fim de se manter no controle daquilo que julga perfeito que foi difícil para mim enxergar seus sentimentos. Com Kirby, por outro lado, a conexão foi mais fácil.
Talvez tenha sido essa conexão mais frágil com a personagem que não me permitiu gostar tanto da história quanto dos demais livros da autora. Ainda assim, me emocionei em diversas passagens porque a temática familiar, aqui, é o centro do enredo. O fato de conhecer minhas origens nunca me fez pensar no peso e na importância que isso tem em minha vida e, ao me colocar na pele de Kirby, pude compreender isso melhor.
A história, como um todo, se desenvolve de maneira bastante linear, são as emoções das personagens que fazem dos acontecimentos grandes ou não. Assim, enquanto Marian ainda está bloqueando seus próprios sentimentos, achei que a história transcorreu de forma menos impactante, ainda que eu tenha apreciado a leitura. A partir da segunda metade do enredo, porém, o ritmo adquirido para a leitura foi maior e a carga emocional também aumentou, mesmo que suavemente. Laços Inseparáveis apresenta cenas tocantes, embora não arrebatadoras.
Devo dizer que a revisão do livro me desagradou um pouco. Foram inúmeros os momentos em que li passagens como “ver ela” ao invés de “vê-la”, ainda que eu não tenha notado erros de outra espécie. De qualquer maneira, fica o aviso.
Aos que buscam por uma bonita história contada por meio de uma narrativa gostosa de ser acompanhada e capaz de incitar reflexões, mesmo que mínimas, Laços Inseparáveis é completamente recomendável, assim como as demais obras de Giffin.
Nunca li um livro da autora. Pelo que entendi, esse não foi o melhor que você já leu dela, qual vc sugere? Mesmo assim, que bok que gostou da leitura 🙂
Luciana
Folhas de Sonhos artesanatos