Esperava de A Sociedade Cinderela um típico livro juvenil sobre a época do High School e, ainda que ele tenha sido uma leitura leve e divertida como os livros do gênero, foi também uma grata surpresa.
Através de uma narrativa em primeira pessoa, conhecemos Jess Parker, uma garota que recentemente se mudou para uma nova escola e permanece isolada nela até ingressar na secreta Sociedade Cinderela e se tornar uma “Cindy”, nome dado a seus membros. É visível a fluidez da narrativa de Kay Cassidy que, também, soube como temperar sua escrita com uma boa dose de humor, fazendo da leitura ainda mais gostosa.
O livro me surpreendeu porque imaginei que acompanharia a superação de uma garota excluída, que passaria por uma transformação e se tornaria popular, gozando dos benefícios desse status em um colégio. Contudo, ainda que isso aconteça em partes, a história vai além por conta da estrutura da sociedade, a qual tem por objetivo um verdadeiro combate contra maldades cometidas por garotas na escola. Assim, há toda uma organização para que isso seja possível e foi bastante interessante poder acompanhar esse lado da história.
Ainda, os conceitos pregados pela Sociedade Cinderela passam uma mensagem positiva tanto sobre as atitudes que as garotas devem ter com relação ao mundo, de um modo geral, quanto sobre a visão que devem ter sobre si próprias. O comentário de Becca Fitzpatrick na contracapa do livro resume com perfeição o que quero dizer:
“Girl Power, baby! Este é o livro perfeito se quer acreditar que você pode conseguir qualquer coisa.”
As personagens, também, contribuíram para que a leitura fosse agradável. Jess é divertida e, ainda que tenha suas inseguranças, não é uma protagonista irritante como muitas vezes acontece em livros do gênero. Achei interessante, inclusive, que, aqui, não há o estereótipos negativo das líderes de torcida, visto que tanto a protagonista quanto outras de suas amigas são cheerleaders. Isso provavelmente aconteceu por causa da própria autora ter sido uma líder de torcida em sua época de estudante.
As outras “Cindys” também colaboram positivamente para o hall de personagens agradáveis. Como há essa questão da luta entre o bem e o mal, fica clara essa distinção entre as personagens, categorizadas entre “vilãs” e “mocinhas”. De qualquer maneira, Cassidy se preocupou em dar uma justificativa para a maldade de algumas de suas personagens, mostrando outro lado delas.
De modo geral, A Sociedade Cinderela não é nenhuma leitura imperdível, mas foi gostosa de ser feita, conseguiu me envolver e cumpriu muito bem seu papel, principalmente por ter me surpreendido por ir além do que eu imaginava. Vale lembrar que esse é apenas o primeiro de uma série e que alguns pontos ficaram em aberto na história para serem explorados nos próximos volumes.
Se é imperdível é pra mim! Só fiquei triste por ser uma série, são tantas pra acompanhar. Mas acho que a série deve valer a pena, mesmo que o primeiro tenha deixado algumas pontas soltas… Espero me surpreender Mih, beijos!