[Resenha] O Híbrido - O Preço de Um Veredicto - Márcia de Oliveira - Minha Vida Literária
Minha Vida Literária
20

ago
2012

[Resenha] O Híbrido – O Preço de Um Veredicto – Márcia de Oliveira

Título: O Híbrido – O Preço de Um Veredicto
Autor: Márcia de Oliveira
Editora: Baraúna
Número de Páginas: 394
Ano de Publicação: 2012
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“Lugar errado na hora errada”. Algumas pessoas chamam coincidência, outras, destino, mas o fato é que, para Dennis, um verdadeiro ímã de confusões, o perigo não marca hora nem lugar. Mais uma vez, Dennis tem de usar suas habilidades especiais para salvar a própria vida e a do seu melhor amigo, Bartolomeu, enquanto corre contra o tempo do seu período máximo de abstinência da água. Refém de um sequestro em que o preço de sua liberdade é a promulgação de um veredicto, Bartolomeu conta com a ajuda de Dennis para sair ileso dessa nova aventura. Porém, essa não é a única experiência arriscada que o jovem híbrido irá enfrentar, existirão outras, com diferentes problemas e pessoas envolvidas, afinal, o perigo o atrai, e Dennis não é o tipo de pessoa que se deixa vencer sem lutar e jamais abandona um amigo em dificuldade. Sempre controlado e regido pela razão, quase a perde quando vê sua namorada ameaçada por um bandido. Não bastasse atrair confusões, Dennis ainda tem de enfrentar uma misteriosa enfermidade, que o faz perder totalmente o controle da sua habilidade de camuflagem, e o que é pior, no meio de uma sala lotada de testemunhas, correndo o risco de com isso expor seu grande segredo a todos os amigos e conhecidos.

O Híbrido – O Preço de Um Veredicto é a continuação de Uma Aventura no Atlântico, livros pertencentes a uma trilogia ainda não concluída. O terceiro e último livro está em processo de criação.
Foi visível o fortalecimento da narrativa de Márcia de Oliveira do primeiro livro para esse. Toda a narração, que já era bem estruturada, foi aprimorada nesse segundo volume, principalmente nas cenas românticas. Aliás, a autora caprichou nesses momentos e não poupou a dose de romantismo, adicionando uma quantidade extra de ousadia e sensualidade a essas cenas.
Achei nítidos o cuidado e a preocupação da autora em escrever sua obra. Arrisco a dizer, inclusive, que houve um excesso de cuidado em alguns momentos. Explicando: achei muitos dos diálogos um pouco artificiais, tanto pela maneira como foram escritos quanto pelo seu teor.
No primeiro caso, achei que a linguagem utilizada foi bastante formalizada, o que destoa da faixa etária dos personagens e do próprio gênero do livro. Por ser uma leitura leve, com bastante humor, acho que os diálogos poderiam ter sido mais descontraídos na forma em que foram escritos, e não tão formais. Quanto ao teor, muitas vezes são dadas informações sobre determinado assunto por meio das falas das personagens, em uma tentativa de explicar aquilo que foi dito. Porém, essas explicações eram dadas de forma muito técnica, o que não permitiu uma naturalidade do diálogo. No resumo, acredito que a autora poderia ter relaxado mais na hora de escrevê-los, sem se preocupar tanto com formalidades, simplesmente aproveitado a escrita e se deixado levar pelo ato de escrever.
Devo dizer, também, que o título me levou a um julgamento errado do enredo. Devido aos acontecimentos do primeiro livro aliado ao subtítulo “O Preço De Um Veredicto”, acreditei que um aspecto específico da história seria o tema central desse segundo volume: a relação entre Denis e seu tio, Ribamar. Contudo, apesar de alguns pontos terem sido sim abordados, o intuito foi simplesmente de preparar ainda mais o terreno para o último livro, quando tudo será concluído. Pelo menos, essa foi minha impressão. Devo dizer, também, que não considero esse subtítulo adequado à obra, exatamente por dizer respeito apenas a um capítulo da história e não abrangê-la como um todo.
Assim, ao já ter ultrapassado metade da leitura, resolvi que era hora de ler a sinopse pela primeira vez para ver, então, se eu estava enganada (como não havia finalizado a leitura, não poderia ter certeza). Então percebi que fiz muito bem em não ter lido a sinopse previamente, pois ela teria me deixado esperando por um desenrolar da história que não se mostrou como parece. A questão é que a sinopse dá a entender que os eventos descritos são o tema central do enredo, que eles darão margem a toda uma série de acontecimentos futuros a eles. Contudo, eles são apenas acontecimentos da história, e não o centro dela.
A história nesse volume não apresenta um ápice, não apresenta a preparação para um evento, o clímax, que será resolvido e finalizado. O livro é um conjunto de situações e aventuras envolvendo Denis e suas características especiais, paralelamente ao desenvolvimento de sua relação amorosa com Alícia. Não houve um conflito central desenvolvido pela história, mas sim vários pequenos acontecimentos, resolvidos cada um em seu capítulo, que, juntos, deram origem ao livro como um todo.
Essa diferença causada pela minha prévia expectativa diminuiu o meu ritmo de leitura e minha percepção sobre ela. Entretanto, o livro me agradou em momentos como nas cenas entre Alicia e Denis e nas falas de Bartolomeu, o Bartô, melhor amigo de Denis e responsável pela maioria das piadas da história.
Em resumo, foi uma leitura que, apesar de não ter apresentado grandes evoluções da história, foi leve, descontraída e finalizada em um clímax, dando a entender que o rumo dos acontecimentos no último volume da série divergirá bastante desse.




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13 Respostas para "[Resenha] O Híbrido – O Preço de Um Veredicto – Márcia de Oliveira"

Lili - 20, agosto 2012 às (19:17)

É que assim, né Mi.. esse livro não parece a tua cara. Eu até me surpreendi ver o segundo volume aqui. (Sem preconceitos, eu não li nenhum dos dois e acho o tem interessante. tinha curtido a sinopse, que você disse que não posso seguir fielmente).

É só que não parece o livro que te devorará.

Beijos,
liliescreve.blogspot.com

Luiza Helena Vieira - 20, agosto 2012 às (23:27)

Bom… ainda não li o primeiro volume então não tenho muito o que comentar. Mas, pelo que você falou, esse livro não é de causar tanto impacto.

Luiza Helena Vieira
Obsession Valley
http://obsessionvalley.blogspot.com

Milena - 21, agosto 2012 às (01:21)

Ainda não li o primeiro livro dessa trilogia, mas concordo com você que alguns títulos nos leva a crer que a história é sobre um tema e acaba sendo de outro…

Beijos, Milena.
Livros na Cabeça

Vanessa - 21, agosto 2012 às (02:05)

Haha, descobri que eu não sou a única que lá pelas tantas resolve ler a sinopse para ver se ela condiz com a história, faço isto direto.
Não gosto da capa, acho que poderia ser algo mais suave, sei lá, mas o enredo parece bom.

Vanessa – Blog do Balaio

Danzinha - 21, agosto 2012 às (11:57)

Oiie Mi,

Adoro suas resenhas, você é sempre tão sincera. É uma pena que este livro tenha desacelerado seu ritmo de leitura, mas, parece bem interessante fiquei curiosa.

Beijos

Amigas entre Livros

Thamires R. - 21, agosto 2012 às (13:53)

Oi Mi!

Acho que agora vou começar a ler a sinopse quando estiver acabando o livro mesmo, porque crio tantas expectativas a partir dela e acabo me decepcionando pelo livro.
Não sei se já comentei, mas (comentarei novamente) eu me encanto por suas resenhas!
Ainda não li o primeiro livro desta trilogia, mas deve ser muito ruim quando o autor parece que escreve o segundo livro sem ter se importado muito, querendo ir logo para o terceiro, parece que, mesmo que gostando, não demonstra que realmente queria uma trilogia para aquela história.

Beijos.

Aione Simões - 21, agosto 2012 às (20:21)

Oi flor!
Na verdade, não é que pareceu que ela não se importou com esse segundo livro, tanto até que achei que ela se preocupou bastante com vários detalhes da história, bem cuidadosa mesmo! É que eu não vi tanto a evolução da história como um todo, entende? Foram várias coisas que aconteceram que enriqueceram a história, digamos assim, mas não a desenvolveram, entende? Talvez, no terceiro livro, fique mais claro esse desenvolvimento, mas, avaliando apenas pelo primeiro e o segundo, os fatos do segundo não parecem ter contribuído tanto para o andamento do enredo como aconteceu no primeiro livro!
Beijos

Eduarda Menezes - 22, agosto 2012 às (00:48)

Acho que um grande problema de muitos livros nacionais é justamente na criação dos diálogos que por vezes ficam muito forçados ou não naturais. Não apenas nesse caso específico pelo visto, mas em muitos outros. Acho que é uma preocupação excessiva no modo de criar a fala dos personagens que acaba resultando em algo ruim, pois a história fico artificializada e não cria vida como deveria.
Também já li várias sinopses que nada tinham a ver com a história, acho isso bem frustrante rs Afinal, é um dos principais motivos pelos quais compramos o livro. Tudo bem que tem gente que não gosta de ler – nem eu leio a sinopse às vezes – mas na maioria dos casos é por lá que eu me situo.
Beijos, Mi!!

Andressa Tomaz - 22, agosto 2012 às (14:17)

Oi Mi!
É justamente por isso que não gosto de criar expectativas em cima dos livros que vou ler ou até mesmo se sequências das séries. Primeiro que eu não gosto de ler sinopse alguma (medo de spoiler sempre fala mais alto que a curiosidade) e segundo que sempre que crio alguma expectativa, acabo me decepcionando. Mesmo assim o livro parece bom!

Beijos.

Anonymous - 22, agosto 2012 às (17:05)

E aí Mi!
Bem,como já li os dois livros,não só as sinopses,estou apta a opnar,e então!achei a sequência muito legal,a autora Márcia Oliveira foi bem coerente em suas narrativas,ela está de parabéns.O livro tem movimento,aventura,romantismo,diversão e personagens lindos de morrer. Como sou fanática em ficção achei os dois livros o máximo e o recomendo.
Beijooossss
Cristina

Mayara - 24, agosto 2012 às (22:29)

Também li os dois livros e achei esse bem melhor. Fica claro a evolução da experiência da autora.
Muito mais engraçado, dinâmico e romântico. Muito bom!
E termina num clímax sensacional. Estou ansiosa para ler o último livro da trilogia.
A autora está de parabéns!

Abs,

Mayara.

Anonymous - 25, agosto 2012 às (19:20)

Olá, também sou escritora e tenho 3 livros publicados, um pela mesma editora da Marcia Oliveira, meu livro é “Uma Doce Companhia”. Eu li o primeiro livro da Marcinha e gostei, achei criativo, inusitado, imprevisível, acho que para uma estreante ficou muito bom. O segundo não li ainda mas achei sua resenha sincera demais, será que isso não vai desestimular a menina a escrever? Pense bem, ela está só começando na carreira literária. Vou te enviar um livro para resenhar também.Joana J.Brandão Aranha

Aione Simões - 25, agosto 2012 às (23:12)

Olá Joana, obrigada pelo seu comentário”
Preferi “Uma Aventura no Atlântico” a esse por uma série de razões, ainda que em “O Híbrido” tenha ficado visível a evolução da Márcia como autora.
Gosto muito dela e não foi fácil para mim fazer uma resenha que sei que não foi positiva, mas não vejo de que outra maneira eu poderia tê-la feito que refletisse a minha opinião sincera. Procuro agir assim nas resenhas que faço e deixar claro que elas representam apenas a minha visão do assunto, e não uma verdade absoluta. Um livro é muito mais do que as palavras escritas em um papel, depende demais da relação dele com o leitor e, infelizmente, dessa vez eu não tive uma boa relação com a leitura, o que não significa ser culpa da Márcia. É visível que muitas outras pessoas gostaram muito do livro, e a história foi a mesma para mim e para elas.
Nunca é fácil ouvir uma crítica, mas acredito que elas façam parte do trabalho de qualquer pessoa – inclusive do meu como blogueira. Minha intenção, jamais, é a de desestimular o trabalho de alguém, ainda mais de alguém por quem tenho carinho.
Acho importante que as críticas apareçam, ainda mais no início da carreira, porque elas podem direcionar, desde que bem aproveitadas. Eu espero que minhas críticas não funcionem como um obstáculo e, se a opinião contrária as minhas representarem a maioria (o que espero que aconteça), então a minha resenha não terá peso e poderá ser desconsiderada.
Obrigada pela oferta, Joana, mas infelizmente não estou realizando parcerias nesse momento!
Novamente, obrigada pelo seu comentário!
Beijos e sucesso para você.

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