Alison Hopkins foi abandonada pelo namorado e está tentando recomeçar sua vida. Colunista não muito popular de um pequeno jornal, aos 32 anos ela enfrenta os dilemas de muitas mulheres: o medo de ficar sozinha, de não ter mais tempo para ser mãe, de não ter sucesso no trabalho. Disposta a dar a volta por cima e mudar essa situação, Alison contará com a ajuda e o bom humor de suas inseparáveis amigas, e não medirá esforços na busca por um grande amor.
É o que diz na sinopse do livro. Quando a li, esperava encontrar um chick-lit hilário, no qual a protagonista provavelmente sairia com diferentes homens, faria de tudo para seguir em frente e mostrar para o ex que não precisa dele. E, juntamente com a frase da capa do livro – “Porque um namorado bonito é como um sofá branco: um convite ao desastre” – esperava me deparar com uma grande paixão entre ela e algum Deus grego e, desse relacionamento, ver muita confusão e diferentes situações se desenrolando.
Mas não foi nada disso que encontrei em “Big Love”, fui enganada pela sinopse! Sim, o livro tem partes realmente engraçadas. Sim, Alison de fato é abandonada pelo namorado, tenta seguir em frente, conta com a ajuda das amigas e possui todos os medos citados acima. Entretanto, a sinopse dá a entender que a história se desenrolará de um jeito diferente do que realmente é. Essa diferença, porém, não é um aspecto negativo: o desenrolar foi diferente do que eu esperava, mas nem por isso o livro não é bom.
Alison é abandonada pelo namorado no meio de um jantar entre amigos. Tom sai para comprar um pote de mostarda e liga, uma hora depois, avisando que não só não comprou a mostarda como também não retornará, uma vez que está apaixonado. Para piorar, Alison descobre que a paixão já vem sendo consumada há 5 meses com a antiga namorada de faculdade de Tom, exatamente a mesma pessoa que Alison vinha alertando o namorado sobre nutrir sentimentos além da amizade. Sentimentos os quais ele obviamente negava.
Esse é o início da história, a partir da qual podemos conhecer melhor Alison: seu emprego de colunista em um jornal alternativo de Pittsburg (que, aliás, me lembrou a Carrie de “Sex and the City”, ainda mais por usar de temática sua vida pessoal e seu relacionamento), seus medos interiores, sua infância marcada pelo abandono do pai e consequente casamento da mãe com outro homem (Alison diz o livro inteiro ter “dois pais”), seu crescimento em meio a uma família evangélica e todos os seus problemas sexuais decorrentes disso.
Os acontecimentos, diferente do que é subentendido na sinopse, são muito mais decorrentes do acaso do que da própria busca de Alison. Para mim, a impressão que tive foi simplesmente de terem “acontecido”, ao invés dela ter feito acontecer. Além do mais, achei que a frase da capa ficou fora de contexto porque a própria Alison assume que Tom não era exatamente o tipo mais bonito.
Ainda sobre o desenrolar da história, a achei sem muitos altos e baixos, o que não é necessariamente ruim. A narrativa de Sarah Dunn é leve e agradável, dá a sensação de estar lendo o relato de uma amiga. Exatamente por isso, minha maior impressão de “Big Love” é de se tratar muito mais de autoconhecimento do que sobre a busca por um grande amor. Sobre isso, eu adorei.
Alison, em primeira pessoa, desmembra por todo o livro seus medos, suas características, positivas ou negativas, sua percepção dos fatos, a maneira como os encara, a maneira como acontecimentos da sua vida influenciaram na tomada de suas atitudes. Ler “Big Love” foi entrar a fundo nas reflexões e divagações de Alison, conhecer seu íntimo de uma maneira que apenas esse tipo de narrativa proporciona. Por causa desse mergulho em seu interior, consegui me identificar em vários aspectos com a personagem, apesar de toda a diferença existente entre sua vida e a minha.
Lançado pela editora Nova Fronteira, recomendo a leitura! É certamente uma boa opção de livro agradável, tranqüilo, além de ser rápido (contém apenas 207 páginas). Tem momentos engraçados e te faz refletir sobre aspectos do amor e relacionamentos. Porém, não é uma grande obra, capaz de mexer profundamente com suas emoções. É apenas um livro agradável, como já dito.
É ruim quando esperamos algo de um livro e não acontece… Sorte que este livro não te decepcionou…
Parece ser muito bom, nunca tinha ouvido falar antes..
Mais uma dica anotada!
Beijos