Título: O Sorriso da Hiena
Autor: Gustavo Ávila
Editora: Verus
Número de Páginas: 266
Ano de Publicação: 2017
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É possível justificar o mal quando há a intenção de fazer o bem? Uma trama complexa de suspense e jogos psicológicos Atormentado por achar que não faz o suficiente para tornar o mundo um lugar melhor, William, um respeitado psicólogo infantil, tem a chance de realizar um estudo que pode ajudar a entender o desenvolvimento da maldade humana. Porém a proposta, feita pelo misterioso David, coloca o psicólogo diante de um complexo dilema moral. Para saber se é um homem cruel por ter testemunhado o brutal assassinato de seus pais quando tinha apenas oito anos, David planeja repetir com outras famílias o mesmo que aconteceu com a sua, dando a William a chance de acompanhar o crescimento das crianças órfãs e descobrir a influência desse trauma no desenvolvimento delas. Mas até onde William será capaz de ir para atingir seus objetivos? Em O sorriso da hiena, o leitor ficará fisgado até a última página enquanto acompanha o detetive Artur Veiga nas investigações para desvendar essa série de crimes que está aterrorizando a cidade.
Qual a origem da maldade? Uma escolha, uma consequência a um estímulo externo ou algo inerente ao ser humano? Baseado nesses questionamentos, Gustavo Ávila constrói O Sorriso da Hiena, seu impressionante romance de estreia, capaz de explorar diferentes ângulos dessa questão e de permitir ao leitor tirar suas próprias conclusões – ou simplesmente se sentir ainda mais em dúvida quanto às possíveis respostas.
Aos 8 anos, David assistiu ao brutal assassinato de seus pais. Já adulto, resolve repetir a experiência com outras crianças para que elas possam ser estudadas em um experimento sobre o desenvolvimento da maldade humana. Para isso, ele precisará contar com a ajuda de William, um renomado psicólogo intrigado pela questão. É quando William se verá dividido por questões morais capazes de afetá-lo profundamente: recusar e, assim, evitar algo tão cruel a pessoas inocentes, ou tirar algo de positivo da situação, possibilitando que, no futuro, muitas pessoas possam ser ajudadas ao impedir outros acontecimentos similares?
Em terceira pessoa, a narrativa de O Sorriso da Hiena se alterna não só entre as perspectivas de William e David como também se dá pela de Artur, investigador responsável pelo caso do assassinato cometido por David e que dá início à trama. Dessa maneira, o livro mantém um clima de thriller policial mesmo que o segredo do caso seja mantido apenas à polícia, e não ao leitor. Ainda assim, Gustavo Ávila foi capaz de manter a curiosidade no enredo: ao invés dela estar ligada à descoberta do caso, está nas próprias escolhas dos personagens e em cogitar se Artur será capaz de solucionar a situação ou não.
Não só pela narrativa ágil e envolvente, O Sorriso da Hiena cativa pelos questionamentos que levanta sobre a psiqué humana. Nos vemos refletindo a todo momento tanto pelas perguntas feitas pelos personagens quanto, indiretamente, por suas atitudes, definidoras do rumo seguido pela obra, e o autor foi novamente bem sucedido em fazer dela bem amarrada e desenvolvida.
São principalmente a complexidade e peculiaridade dos personagens que fazem dela tão interessantes e cativantes. Independentemente de se concordar com elas ou não, nos vemos seguindo suas lógicas e, consequentemente, ao menos ponderando sobre o que é exposto em suas falas e pensamentos. Assim, há também um forte componente psicológico no livro.
O Sorriso da Hiena acabou entrando para minha lista de romances nacionais favoritos tanto pela leitura deliciosamente fluida e envolvente que me proporcionou quanto pelas questões levantadas. Esse é um daqueles livros capazes de, no mínimo, incomodar, fazendo-se impactante justamente por isso. Vale lembrar que a obra, até então publicada de forma independente, teve seus direitos de adaptação comprados pela Rede Globo e os de publicação adquiridos pela editora Verus, com lançamento previsto para o próximo mês.
Aione!
Gosto dos livros no estilo, onde podemos confrontar determinados comportamentos do que é ou não ético, principalmente relacionado a pesquisas ‘científicas’ que poderão possibilitar comportamentos futuros sobre determinado assunto e posicionamento.
Se os protagonistas são cativantes e bem estruturados pelo autor, fica ainda melhor de fazer a leitura.
“Conhecer os outros é sabedoria. Conhecer-se a si próprio é sabedoria superior.” (Lao-Tsé)
Cheirinhos
Rudy
TOP COMENTARISTA DE MAIO 3 livros, 3 ganhadores, participem.