Título: Um amor de cinema
Autor: Victoria Van Tiem
Editora: Verus
Número de Páginas: 294
Ano de Publicação: 2014
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Neste irresistível romance, Kenzi Shaw, uma designer fanática por filmes, é lançada nas águas turbulentas do amor — ao estilo de Hollywood — quando seu lindo ex-namorado lhe propõe uma série de desafios relacionados a comédias românticas para reconquistar seu coração.
Que garota não gostaria de vivenciar a cena das compras de Uma linda mulher? É o desafio número dois da lista. Ou tentar fazer os passos de dança de Dirty dancing? É o número cinco. Uma lista, dez momentos românticos de filmes e várias aventuras depois, Kenzi se pergunta: ela deve se casar com o homem que sua família adora ou arriscar tudo por um amor de cinema?
Misture um chick-lit que promete diversão e entretenimento a toda magia e romance dos filmes de comédia romântica, responsáveis por suspiros, risos e lágrimas, que atravessam gerações e aquecem corações com suas cenas encantadoras. É claro que o resultado só poderia ser extremo interesse da minha parte pela leitura de Um amor de cinema, de Victoria Van Tiem, lançado em 2014 pela editora Verus.
Kenzi Shaw é uma designer aficionada por filmes – comédias românticas, para ser mais exata – e está prestes a se casar com Bradley, o homem dos sonhos… da sua família. Embora tenha a seu lado um par completamente ideal e aprovado por seus familiares, ela mesma parece, lá no fundo, duvidar um pouco disso. E quando a empresa em que trabalha começa a passar por dificuldades financeiras e seu cargo é colocado em risco, ela se vê obrigada a aceitar o projeto capaz de salvar seu emprego, mas que pode complicar por completo seu coração, já que seu ex-namorado, Shane, é o responsável por ele. E Shane impõe uma condição à Kenzi para que ele contrate seu trabalho – e a livre da demissão: eles precisarão encenar dez momentos de filmes, algumas das comédias românticas favoritas dela, para que ela resgate a garota sonhadora que já foi um dia e seja capaz de se basear nesses sentimentos para realizar o trabalho gráfico exatamente como Shane procura.
“Tem alguma coisa tão inocente e doce em filmes românticos. O mundo nem sempre faz sentido, mas, em uma boa comédia romântica, tenho a garantia de um final feliz.”
página 26
A escrita de Victoria Van Tiem não apenas leve e envolvente, é também dinâmica e convidativa, mesclando momentos de humor e diversão com outros mais sensíveis e intensos, trazendo à tona tanto o lado romântico da trama quanto, também, as dificuldades emocionais enfrentadas por Kenzi, principalmente no que diz respeito a sua família. Kenzi sempre se sentiu posta de lado e inferior a seu irmão e a sua cunhada, com menos importância para seus pais, e devo dizer que esse foi um dos aspectos que mais me conquistou no enredo, ainda que, inevitavelmente, tenha me lembrado de O Segredo de Emma Corrigan, de Sophie Kinsella (meu chick-lit favorito), já que a protagonista, Emma, enfrenta o mesmo problema. Senti pena de Kenzi e torci por sua superação para que ela batalhasse para construir sua auto-confiança e não se deixasse mais afetar pelos sentimentos de insegurança que tanto a atingem. E a autora não me decepcionou; adorei a trajetória de amadurecimento da protagonista, e a forma de como ela aprende a tomar as rédeas de sua vida, aprendendo a ouvir seu coração e a fazer suas escolhas baseadas, de fato, no que sonha e deseja.
E as cenas reproduzindo os momentos cinematográficos foram, simplesmente, adoravelmente cativantes, dando o tom exato que esperei do livro. Kenzi se vê, a todo momento, conectando sua vida aos filmes de que tanto gosta, e vê-la vivenciar esses instantes foi não apenas divertido como também extremamente fofo e, até mesmo, emocionante, já que ela é capaz de se sentir importante nessas horas, algo raro em sua vida. Ainda, a cena final da história, contida no epílogo, entrou certamente para meu hall de favoritas dos chick-lits, e foi impossível não imaginar como seria sua adaptação para as telonas. Eu certamente adoraria assisti-la!
“Na cena das compras de Uma linda mulher, o que realmente importa não são as roupas, ou quanto elas custam, ou como ela fica linda. Quando Vivia sai da loja, não é só uma linda mulher – ela é uma mulher diferente.
E isso sempre me toca.
Por isso torcemos por ela. Queremos que Vivian se sinta especial. Precisamos vê-la acreditar nisso.
E eu preciso acreditar nisso, no que se refere a mim. Talvez eu precise que as coisas sejam diferentes.”
página 103
Contudo, ao mesmo tempo em que me encantei com todos esses aspectos do livro, também tive fortes ressalvas com outros, que infelizmente diminuíram o brilho da leitura aos meus olhos e me fizeram aproveitá-la muito menos do que o esperado e desejado. A começar, a situação inicial da história impossibilitou que eu aceitasse por completo o envolvimento de Kenzi e Shane, tanto por ela estar noiva quanto pelo passado existente entre eles. Ainda, me incomodou demais como Shane e Bradley parecem comandar as decisões de Kenzi, então tanto a situação do triângulo amoroso quanto a submissão da personagem tiraram para mim o brilho de uma bela história de amor. Além disso, em mais de um momento ocorre a temática da traição (e não entrarei em detalhes aqui sobre como isso aparece), e foi impossível não me incomodar com a maneira machista de como ela é tratada, aparentemente com dois pesos e duas medidas, amenizando a responsabilidade masculina e elevando ao máximo a feminina. Por conta de todos esses motivos, não consegui enxergar uma grande história de amor, porque, para mim, ela foi manchada por esses aspectos.
Um amor de cinema tinha tudo para estar entre meus chick-lits favoritos, mas teve minha admiração diminuída e seu brilho ofuscado pelas circunstâncias em que a trama se desenvolve. Vi sim várias cenas fofas e românticas, mas não consegui sentir o mesmo pela história do casal. Ainda assim, a leitura proporciona momentos agradáveis de diversão e entretenimento, e indico àqueles que buscam um livro no estilo água com açúcar, principalmente aos que também adoram os filmes do mesmo feitio.
Amei esse livro, um romance super divertido de ler