[Resenha] As mentiras que nos unem — Emily Giffin - Minha Vida Literária
Minha Vida Literária
03

ago
2022

[Resenha] As mentiras que nos unem — Emily Giffin

Decidida a se tornar jornalista, Cecily Gardner se mudou para Nova York. Quatro anos depois, prestes a fazer 30 anos e sem perspectivas, ela se vê num bar, questionando se algum dia sua carreira vai deslanchar e se terminar com o namorado foi realmente uma boa ideia.
No momento em que vai ligar para ele, um homem se senta ao seu lado e a impede. Grant é engraçado e atraente e os dois logo sentem uma conexão arrebatadora, que Cecily nunca teve com ninguém antes. Pela primeira vez, ela decide seguir o coração em vez da razão e mergulhar de cabeça no novo relacionamento.
Poucos meses depois, no dia 11 de setembro de 2001, as torres do World Trade Center são atingidas e, no meio do caos, Grant desaparece.
Cecily começa a procurá-lo, mas acaba descobrindo que não é a única pessoa que está atrás de Grant. Ela decide investigar a fundo, mas as perguntas não param de surgir: será que Cecily conhece Grant de verdade? É possível amar uma pessoa que não é quem você achava que era?

 

FICHA TÉCNICA

Título: As mentiras que nos unem
Título original: The Lies That Bind
Autor: Emily Giffin
Tradução: Fernanda Abreu
Editora: Arqueiro
Número de Páginas: 320
Ano de Publicação: 2022
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RESENHA: As mentiras que nos unem

As Mentiras Que Nos Unem é o romance de Emily Giffin originalmente publicado em 2020 e lançado no Brasil em 2022 pela Arqueiro, com tradução de Fernanda Abreu. Ambientado em Nova York em 2001, traz uma típica história da autora — envolvente e desenvolvida ao redor de conflitos morais —, além de retratar o fatídico 11 de Setembro e seu impacto sobretudo nos habitantes da cidade.

Após terminar o namoro, Cecily vai para um bar e conhece Grant. A conexão entre os dois é instantânea, de forma que, ao longo das semanas seguintes, estabelecem uma relação. Contudo, tudo muda após o 11 de Setembro, fazendo Cecily questionar não só o que sabe sobre eles, mas o que sabe sobre si.

Em primeira pessoa, a história é narrada por Cecily que, perto dos trinta anos, têm repensado aspectos de sua vida, especialmente a carreira. Com o fim do namoro com Mathew e início da relação com Grant, ela questiona seus sentimentos, que voltam a ser bagunçados após o 11 de Setembro. Toda essa angústia e dúvidas são muito bem desenvolvidas por Emily Giffin, mas sem que a escrita perca a leveza. Dessa maneira, é fácil se envolver com a leitura, ágil do começo ao fim. Não senti vontade de parar de ler, completamente imersa na história.

As Mentiras Que Nos Unem é também cheio de reviravoltas. Por mais que elas não tenham me surpreendido, já que pude antecipá-las, serviram para manter a tensão, intensificando as emoções e aumentando a agilidade da leitura. O capítulo sobre o 11 de Setembro foi bastante angustiante e sensível. Mesmo conhecendo os fatos sobre ele ou tendo visto inúmeros relatos ao longo das duas últimas décadas, ainda assim me emocionei. Ao descrever o dia enquanto ele transcorria, Emily Giffin permite aos leitores imaginar como foi a experiência de quem o vivenciou, com todas as incompreensões e todo o terror próprios do momento. Principalmente, demonstrou o quanto as vidas foram afetadas, o quanto se estabeleceu uma noção de um antes e um depois, colocando tudo em perspectiva.

O que mais me agrada nas obras da autora é sua capacidade de desenvolver personagens ao redor de conflitos morais. Em As Mentiras Que Nos Unem, isso não é diferente. Aliás, temas comuns aos seus romances voltam a aparecer aqui, como a traição e autodescoberta, trabalhados a partir de erros e acertos. O foco está em Cecily, principalmente, mas ainda assim conseguimos acompanhar o perfil das personagens secundárias, mesmo que através do olhar da protagonista. A mensagem maior da obra está em como o discernimento fica nebuloso em meio a crises e emoções intensas, de maneira que há algum relativismo entre o certo e o errado. Embora isso seja justamente o que me faz gostar dos romances da autora, nessa obra especificamente fiquei um pouco dividida em relação ao final, uma vez que tenho minhas dúvidas se concordo com a relativização aplicada ao contexto específico da trama.

Apesar disso, adorei As Mentiras Que Nos Unem pela leitura deliciosa e envolvente que me proporcionou, ainda que eu tenha achado alguns acontecimentos previsíveis ou não tenha ficado de todo satisfeita com o final. Ainda, fui positivamente surpreendida pela rápida aparição de Rachel, Darcy e Ethan, personagens apresentados em O Noivo da Minha Melhor Amiga, romance de estreia de Emily Giffin. 





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