Título: Uma canção de Natal
Título original: A Christmas Carol
Autor: Charles Dickens
Tradução: Rodrigo Lacerda
Editora: Companhia das Letras
Número de Páginas: 136
Ano de Publicação: 2019
Skoob: Adicione
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O livro que “inventou” a celebração do Natal como a conhecemos hoje ganha nova tradução pela Penguin-Companhia, com as ilustrações originais de John Leech.
Incapaz de compartilhar momentos de amizade e de compreender a magia do Natal, Ebenezer Scrooge só encontra refúgio na riqueza e na solidão. Até que, num 24 de dezembro, recebe a visita do fantasma de Jacob Marley, seu ex-sócio falecido há sete anos. É ele quem avisa a Scrooge que mais três espíritos o visitarão para lhe dar a chance de mudar seu triste fim e ser poupado de vagar a esmo depois de morto, como Marley. Assim, o Fantasma dos Natais Passados, o Fantasma do Natal Presente e o Fantasma dos Natais Futuros levarão o protagonista para uma viagem no tempo, mostrando-lhe que a generosidade é sempre a melhor escolha. Um dos livros mais carismáticos da literatura inglesa, Uma canção de natal recebe o crédito por ter concebido a celebração desse evento como a entendemos hoje: uma ocasião para agradecer e ajudar o próximo.
Por mais que a sociedade se modifique e passe por etapas de desenvolvimento, costumes e culturas diferenciadas, os resultados históricos documentados e os escritos literários de cada época cumprem sua função também na contemporaneidade. Um exemplo é Uma canção de Natal, obra clássica do autor Charles Dickens publicada pela primeira vez no ano de 1843, mas que até os dias atuais conquista novos leitores, sendo uma das histórias mais conhecidas da literatura Ocidental.
Conhecemos aqui a história de Ebenezer Scrooge, um homem avarento e ranzinza, o qual também não tem o menor interesse pelo Natal ou por compartilhar momentos de amizade, solidariedade e compreensão. Esse protagonista está mais interessado em se isolar com seu dinheiro, ignorando o mundo ao seu redor. Ocorre que no dia 24 de dezembro ele recebe as visitas dos Fantasmas do Natal, prontos para lhe fazer enxergar a magia dessa época e o fazer questionar o sentido da sua vida, suas escolhas e modo de ser.
O que mais encanta em Uma canção de Natal é o modo como o autor conduz a trama, isso porque, no geral, é uma história simples, porém escrita com maestria, tanto que foi disseminada de modo intenso tornando-se atemporal através dessa representação do Natal como um momento de resgatar relações pessoais desgastadas ou deixadas de lado por diversos motivos, e como um momento de restauração da solidariedade e preocupação com o próximo.
É importante ressaltar que o contexto histórico da maior parte das obras de Charles Dickens é a cidade de Londres, sobretudo época da primeira fase da Revolução Industrial e, como bem destaca Sandra Sirangelo Maggio na introdução dessa edição, o cenário social nesse período era desalentador. Diante disso, o autor teve a ideia de escrever essa história para despertar nas pessoas o espírito de solidariedade que ele não via presente entre aqueles que podiam ajudar, mas escolhiam não fazer nada pelos que precisavam. Nesse sentido, é uma obra que nas entrelinhas também faz uma crítica social ao contexto da sua época.
Uma curiosidade interessante sobre essa edição em específico é que ela recebeu o título de Uma Canção de Natal por escolha do tradutor Rodrigo Lacerda em função do significado da palavra “Carol”, que vem do inglês “carole”, significando um tipo de música cantada em grupo (coral) comum na dramaturgia da baixa Idade Média. Em outras edições, a mesma história pode ser encontrada com os títulos: Uma história de Natal, Um cântico de Natal, Um conto de Natal, entre outros, a depender da escolha do tradutor. Destaca-se também o capricho dessa edição em cada um dos detalhes, seja na introdução, na tradução, nas belas ilustrações de John Leech e no ótimo trabalho de revisão.
Por fim, essa foi uma leitura fabulosa com todas as características de uma obra bem escrita e atemporal. Uma história acolhedora, encantadora e capaz de nos proporcionar inúmeras reflexões acerca da humanidade. Sem dúvidas um livro para ser lido no Natal e relido em qualquer época do ano.
Clívia!
Um livro de Dickens que traz uma mensagem tão lindo, não apenas para o período natalino, mas para a vida, e ainda traz fantasmas e outros componentes em todo enredo, deve ser um livro sensacional.
Confesso que ainda não tive oportunidade de ler.
cheirinhos
Rudy