[Resenha] É Assim Que Acaba – Colleen Hoover - Minha Vida Literária
Minha Vida Literária
30

nov
2018

[Resenha] É Assim Que Acaba – Colleen Hoover

Título: É Assim Que Acaba
Título original: It Ends With Us
Autor: Colleen Hoover
Tradutor: Priscila Catão
Editora: Galera Record
Número de Páginas: 368
Data de Publicação: 2018
Skoob: Adicione
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Lily nem sempre teve uma vida fácil, mas isso nunca a impediu de trabalhar arduamente para conquistar a vida tão sonhada. Ela percorreu um longo caminho desde a infância, em uma cidadezinha no Maine: se formou em marketing, mudou para Boston e abriu a própria loja. Então, quando se sente atraída por um lindo neurocirurgião chamado Ryle Kincaid, tudo parece perfeito demais para ser verdade. Ryle é confiante, teimoso, talvez até um pouco arrogante. Ele também é sensível, brilhante e se sente atraído por Lily. Porém, sua grande aversão a relacionamentos é perturbadora. Além de estar sobrecarregada com as questões sobre seu novo relacionamento, Lily não consegue tirar Atlas Corrigan da cabeça — seu primeiro amor e a ligação com o passado que ela deixou para trás. Ele era seu protetor, alguém com quem tinha grande afinidade. Quando Atlas reaparece de repente, tudo que Lily construiu com Ryle fica em risco. Com um livro ousado e extremamente pessoal, Colleen Hoover conta uma história arrasadora, mas também inovadora, que não tem medo de discutir temas como abuso e violência doméstica. Uma narrativa inesquecível sobre um amor que custa caro demais.

É Assim Que Acaba é o livro de Coleen Hoover mais bem avaliado tanto no Skoob quanto no Goodreads. Não é para menos: o romance publicado no Brasil pela editora Galera Record é uma das obras da autora que mais possibilita o exercício da empatia ao tratar de uma temática séria e dolorosa como a violência doméstica.

Lily cresceu em um lar conturbado, mas isso não a impediu de batalhar por suas conquistas quando adulta. Após se mudar do Maine para Boston, ela abre seu próprio negócio e conhece Ryle no meio do caminho. Não fosse a aversão do neurocirurgião por relacionamentos, ele seria perfeito. Mas a atração entre eles parece ser mais forte, o que promove uma aproximação cada vez maior… Até o aparecimento de Atlas, primeiro amor de Lily, capaz de mudar toda a dinâmica dessa nova relação.

Como de costume, a habilidade narrativa de Colleen Hoover traga o leitor desde as primeiras páginas e o envolve sem esforço. Nesse caso, em primeira pessoa, conhecemos pouco a pouco a história de Lily por sua perspectiva adulta, às vezes alternada pela sua versão de 15 anos por meio de seus diários da adolescência. Dessa maneira, vamos aos poucos conhecendo os fatos que a moldaram ao mesmo tempo em que acompanhamos o transformar de suas emoções após conhecer Ryle. E o romance, também, é típico da autora: há um misto de química e doçura, paixão arrebatadora e dor.

Porém, o que grita em É Assim Que Acaba é o profundo conflito emocional no qual Lily acaba por enfrentar, fazendo-a questionar tudo que ela sabia sobre si, a vida e os próprios pais e, aqui, Colleen Hoover foi brilhante. Vivemos com a protagonista cada uma de suas agonias e, acima de tudo, compreendemos cada uma de suas dúvidas, algo tão necessário acerca do assunto abordado. Ao nos colocarmos na pele de Lily, ficamos mais perto de entender outras pessoas em situações semelhantes e nos afastamos um pouco mais de julgamentos — o que realmente impede a ajuda em muitos desses casos.

Acredito que o trunfo de Colleen Hoover foi o fato de ter vivido muito do que foi narrado. Essa é uma história extremamente pessoal para a autora, que a forçou a se colocar no centro dos fatos, alterando sua perspectiva até então. Assim, É Assim Que Acaba traz, acima de tudo, verdade no que é contado, o que faz do livro tão verdadeiro e impactante.

Por algum motivo, É Assim Que Acaba não figurou entre meus favoritos da autora, mesmo que eu tenha adorado a leitura. Ao mesmo passo em que me envolvi e li praticamente sem interrupções, também não sofri abalos emocionais com a leitura, salvo determinadas passagens. Dessa maneira, adorei o livro, mas não fui impactada como outras obras de Hoover me impactaram. Ainda assim, aplaudi a autora por ter tocado em uma temática tão relevante de maneira tão sensível e empática. E se praticamente não derrubei lágrimas ao longo da leitura, sua nota final me tocou profundamente e aí sim destruiu minhas comportas. Sentir seu relato e partilhar de suas ponderações foi essencial para enxergar o quanto ele baseia a estrutura de É Assim Que Acaba e admirei Colleen Hoover ainda mais por sua coragem em se permitir desenvolver algo tão intimamente doloroso.





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7 Respostas para "[Resenha] É Assim Que Acaba – Colleen Hoover"

Vitória Pantielly - 30, novembro 2018 às (19:58)

Oi Aione,
Acredito que todos os livros da Collen tragam pontos dramáticos e emocionais bem fortes, a autora consegue nos mostrar na ficção, coisas que podemos viver na vida real. Como já vivi de perto (não comigo, mas com pessoas a minha volta) esse tipo de violência, creio que o que a autora expõe e mostra é mesmo muito importante, o não julgar a vítima, e ao invés de questiona-la, lembrar sempre do verdadeiro culpado …
A história sem dúvidas é boa, espero ler em breve!
Beijos

Ana I. J. Mercury - 30, novembro 2018 às (20:30)

Oi. Aione, tudo bem?
Não gosto muito dos livros da Coleen Hoover, mas esse eu quero muito ler.
Adorei as resenhas que li, e pela sua, deu pra ver o quanto o livro é marcante, doloroso e reflexivo e o quanto precisa ser lido!
O drama da Lily infelizmente é muito real.
bjs

Angela Cunha - 01, dezembro 2018 às (07:20)

Acabei lendo este livro quando todo o alvoroço criado no mundo literário, começou! Por adorar as letras de Colleen, fiquei meio assim com este enredo. Essa romantização da violência, pois não adianta, eu não consegui enxergar a história de outra forma senão esta.
Não que tenha sido uma leitura ruim,mas…eu não lerei novamente! Já foi suficiente uma vez.
Beijo

Ana Carolina - 03, dezembro 2018 às (10:53)

Oi Aione,

Conheci a escrita da Coleen Hoover e ainda não fui arrebatada pela autora como muitos leitores parecem ter sido. Eu tenho esse livro na minha lista de desejados desde a leitura da Pah e do vídeo dela.
Adorei sua resenha e como parece que a autora foi brilhante em trazer um tema tão profundo.
Beijos,
Ana.

Beatriz Braz - 05, março 2020 às (22:20)

Acabei de ler o livro, entrei no site hoje para escolher algum livro e ler junto com minha amiga… Eu e ela se apaixonamos muito pelo Ryle no começo, o jeito que a lily cativou ele em pouco tempo mesmo depois dele bater o pé dizendo o quanto era homem de sexo casual… Me doeu, me doeu desde do jantar com o ensopado, me doeu os diários, me doeu as lembranças e teve alguns momentos que eu pedia um tempo para minha amiga, por não conseguir ler… Desejei vários momentos que Ryle mudasse, desejei que acabasse com um final feliz, mas não aconteceu e quando eu li a última página, eu entendi que não podia acontecer… Eu adorei o livro, do começo ao fim, mesmo com os imensos gatilhos e tenho que dizer que eu acabei o livro em lágrimas, chorando e sentindo a angústia me consumir…

A verdade nua e crua? Eu nunca mais vou confiar em um neurocirurgião… Continuarei a nadar, até chegar no cais!

Aline Campos - 24, abril 2022 às (21:04)

É assim que acaba
DEPOIS DESSE LIVRO É PROVAVEL QUE VOCÊ TENHA
ALGUMAS DESSAS REAÇÕES:
• NUNCA MAIS VAI QUERER VIVER UM ROMANCE;
• APÓS TERMINAR A LEITURA, VAI CHORAR POR 2
HORAS SEGUIDAS;
• VAI QUERER LIGAR PARA O SEU AMOR DO
PASSADO;
• VAI ODIAR A POPULAÇÃO MASCULINA;
• VAI ACHAR QUE NUNCA MAIS VAI SE APAIXINAR.
MAS APESAR DE TUDO, CONTINUE A NADAR…

Ricardo Costa Deotti - 20, dezembro 2022 às (10:24)

Olá Aione, bom dia! Me permita um atrevimento. Quero lhe oferecer um presentinho na forma de um romance chamado Nascido Helena, uma distopia cuja trama tem como pano de fundo uma síndrome real, endêmica em uma região da República Dominicana, em que os meninos, 1 em cada 90, nascem meninas, perfeitas anatômica e funcionalmente, e só se transformam definitivamente em meninos no início da puberdade, também perfeitos por dentro e por fora.

Chama-se Síndrome dos Guevedoces, “meninos aos doze” no idioma local. A protagonista da trama é um guevedoce.

Se aceitar, pode me informar um endereço de e-mail para o envio? Obrigado pela atenção. Parabéns por seu trabalho neste espaço!

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