Título: Menina Boa Menina Má
Título original: Good Me Bad Me
Autor: Ali Land
Tradução: Claudia Costa Guimarães
Editora: Record
Número de Páginas: 376
Data de Publicação: 2018
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Os corações das crianças pequenas são órgãos delicados. Um começo cruel neste mundo pode moldá-los de maneiras estranhas Nome novo. Família nova. Eu. Nova. Em folha. A mãe de Annie é uma assassina em série. Um dia, Annie a denuncia para a polícia e ela é presa. Mas longe dos olhos não é longe da cabeça. Os segredos de seu passado não a deixam dormir, mesmo Annie fazendo parte agora de uma nova família e atendendo por um novo nome — Milly. Enquanto um grupo de especialistas prepara Milly para enfrentar a mãe no tribunal, ela precisa confrontar seu passado. E recomeçar. Com certeza, a partir de agora vai poder ser quem quiser… Mas a mãe de Milly é uma assassina em série. E quem sai aos seus não degenera…
Menina Boa Menina Má é o thriller psicológico de Ali Land que, por meio de uma escrita fluida, impactante e envolvente, discorre sobre a bondade e a maldade existente em todos nós.
Annie é filha de uma serial killer. Após entregar a mãe para a justiça, a garota foi levada para um lar temporário e recebeu um novo nome, Milly. Enquanto se prepara para enfrentar a mãe no tribunal, Milly tenta levar sua vida de adolescente como pode, porém sendo sempre atormentada pela ideia do quão diferente ela é de sua mãe.
Menina Boa Menina Má segue a narrativa típica do gênero. Em primeira pessoa, a escrita de Ali Land retrata os pensamentos da protagonista em uma representação mental muito bem feita. A narrativa se desenvolve seguindo o ritmo dos pensamentos, ora com pausas e fragmentos, ora de forma mais fluida. Porém, o intuito não é apenas o de causar uma imersão na mente de Annie/Milly, mas a de, através dessa técnica, esconder do leitor os segredos da trama e causar o jogo de desconfianças que só se encerra na última página. Dessa maneira, a leitura pode ser um pouco confusa até você se acostumar ao estilo da autora e se situar na história como um todo; uma vez acostumado, a chance de embarcar em um ritmo frenético é grande. Eu não sentia vontade de interromper a leitura, especialmente porque, sempre que eu precisava fazê-lo, era em algum momento crucial do enredo — são vários os acontecimentos que nos mantêm presos à trama.
O principal conflito interno vivido pela protagonista se deve aos seus sentimentos em relação à mãe e, em consequência, ao que Annie/Milly sente em relação a ela mesma: ela ama e odeia a mãe — e o que amar alguém tão vil ou odiar a própria progenitora diz sobre si? Ainda, seria ela parecida com a mãe? Externamente, as tensões se devem ao fato da jovem precisar esconder quem ela é das pessoas que a rodeiam, além da sua relação em si com a nova família — a não aceitação por parte da sua irmã adotiva, que pratica bullying com ela; a relação confusa com Mike, que assume uma figura paterna ao mesmo tempo em que exerce seu papel de terapeuta, deixando-a com medo pela possibilidade dele adentrar sua mente e conhecê-la de forma tão profunda.
O que mais gostei em Menina Boa Menina Má foi como Ali Land trabalhou a temática central da obra — a bondade e a maldade intrínsecas ao ser humano. Absolutamente nenhuma personagem está isenta de exibir essa dualidade, ainda que algumas estejam mais inclinadas para um lado do que outras. Ainda assim, o jogo entre os opostos nos leva a pensar em quem são as figuras retratadas, sendo muito difícil simplesmente reduzi-las a boas ou más, já que há outros fatores envolvidos em cada situação. E mais do que tudo, a própria forma de como a autora conduz a situação acaba colocando o leitor dentro desse jogo: fui tão tragada para os acontecimentos que, após um dos eventos finais, minha reação foi de absoluta frieza, algo impensável para o fato em si. Foi quando percebi que a minha maldade também estava sendo revelada por meio da leitura e admirei ainda mais o trabalho feito pela autora por isso. Também, notei o quanto o título original — Good Me Bad Me, cuja tradução literal não seria uma boa opção em termos mercadológicos — expressa muito mais a ideia central, por ser mais amplo que o em português, que acaba se limitando à protagonista.
Em linhas gerais, Menina Boa Menina Má inicialmente me ganhou por ter sido uma leitura tão fluida e envolvente; depois, realmente me conquistou pelo trabalho de construção da obra como um todo. Ainda que o final em si não seja tão surpreendente — no sentido do que ele revela sobre protagonista — há vários acontecimentos na trama que mantém sua velocidade, além da relação entre bondade e maldade não se perder em momento algum da história. O livro se tornou, fácil, um dos meus favoritos do gênero.
Ganhei recentemente este livro em um outro blog e não vejo a hora dele chegar para eu poder conferir este enredo bem fora do comum.
Todos nós trazemos o bem e o mal dentro de nós e não adianta, somos humanos, há momentos sim, que o mal prevalece, tem bem aquele lance de qual lobo a gente alimenta mais.
Dois sentimentos brigando entre si o tempo todo. A mãe amada, a mãe odiada. O único tipo de amor sentido até aquele momento.
Com certeza, lerei!!!
Beijo