Título: Lisbela e o Prisioneiro
Autor: Osman Lins
Editora: Planeta
Número de Páginas: 120
Ano de Publicação: 2015
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Lisbela, filha do Tenente Guedes, delegado da Cadeia de Santo Antão, forma par amoroso com o funâmbulo Leléu, um Don Juan nordestino. Esse casal anticonvencional assume riscos em nome de sentimentos intensos. Lisbela foge com Leléu, no dia de seu casamento com Dr. Noêmio, advogado vegetariano, por isso mesmo personagem destoante do meio em que se encontra, prestando-se a alvo de muitas tiradas cômicas.
Lisbela e o Prisioneiro é uma das obras de destaque do autor pernambucano Osman Lins. Escrita nos anos 60, foi sua primeira peça a ser encenada, obtendo sucesso de público e de crítica. Certamente, quem aprecia o cinema nacional já deve ter assistido à adaptação cinematográfica que se tornou um dos filmes mais atrativos dentre outros do gênero comédia.
O livro é escrito em formato de peça e é uma comédia dividida em três atos. A narrativa possui boa fluidez e o autor utiliza muitas expressões populares no decorrer da história.
A trama se passa dentro de uma cadeia na cidade de Vitória de Santo Antão, em Pernambuco. Lá conhecemos diversos personagens de nomes bem característicos, como o preso Testa-Seca ou o soldado Jaborandi. Mas os personagens de maior destaque são Lisbela, filha do Tenente Guedes, e Leléu, um artista de circo que se encontra preso e que é conhecido pela sua fama de galanteador.
Dentro da cadeia e em meio a conversas e devaneios de todos os gêneros, os personagens demonstram características marcantes que são responsáveis muitas vezes pelo tom cômico dos diálogos. No entanto, a centralidade da trama se baseia no romance de Lisbela e Leléu, um amor impossível que encontra diversas barreiras ante a sua concretização.
Para quem é familiarizado com o filme, provavelmente, ao ler a obra, sentirá falta de alguns elementos, por exemplo: as cenas em outros espaços, pois, no livro, todas as cenas se passam na cadeia; a comédia em si, pois, apesar de haver situações e diálogos engraçados, eu não diria que foi um livro que me arrancou risadas do início ao fim, mesmo que tenha me divertido suficientemente, sem dúvidas.
Desse modo, foi uma boa experiência de leitura para mim, principalmente porque acho um privilégio termos acesso à obra que deu origem a um filme tão querido. Não poderia deixar de mencionar o fato de esta edição possuir uma capa belíssima e um posfácio muito rico em informações acerca do autor. É sempre um prazer se deleitar sobre livros da nossa literatura nacional e, através de uma leitura como essa, abrir caminhos para tantas outras do gênero.
Oi
Sou apaixonada pela adaptação do cinema mas nunca tive a chance de ler o livro, nem imaginava que se passava em um único cenário.
A cultura nordestina muito me cativa, e o enredo tem muito disso na essencia, sem contar que essa capa é linda.
Ótima resenha 😉
Beijos