Título: Os Trabalhadores – Estudos sobre a História do Operariado
Autor: Eric Hobsbawm
Editora: Paz & Terra
Número de Páginas: 518
Ano de Publicação: 2015
Skoob: Adicione
Orelha de Livro: Adicione
Compare e Compre: Amazon ♦ Cultura ♦ Extra ♦ Travessa
Os trabalhadores, do consagrado historiador Eric J. Hobsbawm, retrata a história do movimento operário do fim do século XVIII até a Primeira Guerra Mundial. Hobsbawm aborda a história social do trabalho não se limitando às organizações e líderes de trabalhadores, mas sim tendo como ponto de partida para suas pesquisas as classes trabalhadoras. Esta característica, pioneira nos estudos sobre o tema, faz do livro, ainda hoje, uma referência importante. Os ensaios enfocam, principalmente, as condições econômicas e técnicas que permitiram, ou que impossibilitaram, a eficiência dos movimentos trabalhistas. Abordam, entre outros pontos, ação das trade unions, a revolta “luddista” contra as máquinas, o socialismo Fabiano e as críticas feitas a Marx por alguns escritores ingleses. A maioria dos textos foram escritos para publicações diárias não especializadas, portanto possuem linguagem acessível a um amplo público leitor.
Eric Hobsbawm foi um historiador britânico de suma importância. Considerado um dos maiores intelectuais do século XX, o autor deixou diversos livros publicados, todos eles permeados de rigor crítico e reflexões a respeito das contradições existentes na sociedade.
Os Trabalhadores – Estudos sobre a História do Operariado é uma edição revisada e com nova capa. O livro consiste em diversos artigos de vários diários do autor e alguns estudos não publicados a despeito, principalmente de assuntos relativos à história da classe trabalhadora. O período de tempo em destaque perpassa o fim do século dezoito até a Primeira Guerra Mundial.
Este é um livro um pouco mais teórico e indicado, especialmente, para aqueles que têm interesse em se aprofundar sobre as formas de organização dos trabalhadores ao longo do tempo e sobre as diversas questões que envolvem os movimentos operários, os sindicatos, as revoluções e os mecanismos de controle daqueles que detinham o poder.
Os artigos baseiam-se em fatos históricos importantes e as colocações do autor acerca dos eventos ocorridos demonstram um conhecimento profundo sobre o assunto e um amplo acervo intelectual.
A narrativa é permeada de informações, curiosidades e opiniões, sendo impossível não pausar a leitura para marcar trechos interessantes e por vezes provocativos. Provocativos no sentido de atrair nossa atenção para fatos desconhecidos e nos fazer questionar muitos deles; outras vezes, por questionar teorias e prever algumas tendências acerca da realidade estudada. No entanto, a leitura pode se tornar um pouco densa em alguns momentos, já que alguns artigos são dispostos de um modo que só quem já possui certo contexto histórico sobre o assunto conseguirá realizar uma leitura mais fluída. Quando não, será necessário recorrer a outras bibliografias para compreender melhor tais discussões.
Para estudantes de história, de cursos relacionados às ciências sociais e para aqueles que tem curiosidade em compreender um pouco mais sobre o assunto, essa certamente é uma boa indicação, mas indico, também, outros materiais de apoio como filmes e livros. Entre os filmes, duas boas opções para compreender o debate acerca do trabalho são: Tempos Modernos, dirigido por Charles Chaplin, e Germinal, dirigido por Claude Berri e baseado no livro homônimo de Émile Zola.
De todo modo, esse é um assunto atemporal e importante de ser pensado e questionado. Afinal, o trabalho é algo central em nossas vidas e as condições precárias às quais milhares de trabalhadores estão submetidos por diversas partes do mundo nos leva a refletir sobre a perversidade de um sistema que se diz globalizado, mas que, ao mesmo tempo, explora seus trabalhadores e os mantêm, diversas vezes, em condições de trabalho sub-humanas. É preciso questionar, refletir e reconhecer essa realidade tão perversa na sociedade. Se tiverem oportunidade, assistam aos filmes indicados, são expressões claras da exploração do homem pelo homem.
Oi, Clivia
Eu gosto desses livros enriquecedores e que sempre acrescentam algo. Acho até que nossos gostos são bem parecidos. Mas acho que este livro não me chama muita atenção, talvez porque seja mesmo mais indicado para quem quer se aprofundar na organização dos trabalhadores com o tempo. Acho que passo a leitura, e fico então com as dicas dos filmes, que assistiria, sem dúvidas. Ótima resenha, como sempre!
livrosvamosdevoralos.blogspot.com.br