[Resenha] O Doador De Memórias - Lois Lowry - Minha Vida Literária
Minha Vida Literária
02

set
2014

[Resenha] O Doador De Memórias – Lois Lowry

Título: O Doador De Memórias
Autor: Lois Lowry
Editora: Arqueiro
Número de Páginas:  192
Ano de Publicação: 2014
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“Ganhadora de vários prêmios, Lois Lowry contrói um mundo aparentemente ideal onde não existe dor, desigualdade, guerra nem qualquer tipo de conflito. Por outro lado, também não existe amor, desejo ou alegria genuína.

Os habitantes da pequena comunidade, satisfeitos com suas vidas ordenadas, pacatas e estáveis, conhecem apenas o agora – o passado e todas as lembranças do antigo mundo foram apagados de suas mentes.

Uma única pessoa é encarregada de ser o guardião dessas memórias, com o objetivo de proteger o povo do sofrimento e, ao mesmo tempo, ter a sabedoria necessária para orientar os dirigentes da sociedade em momentos difíceis.

Aos 12 anos, idade em que toda criança é designada à profissão que irá seguir, Jonas recebe a honra de se tornar o próximo guardião. Ele é avisado de que precisará passar por um treinamento difícil, que exigirá coragem, disciplina e muita força, mas não faz idéia de que seu mundo nunca mais será o mesmo.

Orientado pelo velho Doador, Jonas descobre pouco a pouco o universo extraordinário que lhe fora roubado. Como uma névoa que vai se dissipando, a terrível realidade por trás daquela utopia começa a se revelar.

Premiado com a Medalha John Newbery por sua significativa contribuição à literatura juvenil, este livro tem a rara virtude de contar uma história cheia de suspense, envolver os leitores no drama de seu personagem central e provocar profundas reflexões em pessoas de todas as idades.”

Uma das características que mais me agrada em distopias é a capacidade que esse gênero literário tem de incitar reflexões – o que não foi diferente com O Doador de Memórias, primeiro livro do quarteto O Doador, de Lois Lowry.
Talvez a sociedade a qual Jonas, o protagonista, pertença seja uma das mais controladas que já tive a oportunidade de conhecer em uma leitura, algo demonstrado pelo completo desconhecimento dos habitantes sobre tal grau de controle, o que implica em não questionarem seus modos de vida. Eles sequer pensam que possa existir outra forma de vida porque tudo o que eles conhecem é o próprio presente e a própria comunidade. Não há sentido em questionar quando se conhece apenas uma verdade e ela lhe é absoluta.
A utopia se faz presente nessa distopia pelo universo em questão ser, aparentemente, perfeito. Não há guerras ou quaisquer tipos de conflitos porque há uma grande rigidez de controle. Todos são criados para evitarem situações desconfortáveis e para seguirem as regras, as diferenças entre cada cidadão são minimizadas ao máximo e não existe a possibilidade de escolha em praticamente nada. As profissões são definidas pelos Anciões, uma espécie de conselheiros, quando os jovens completam 12 anos, e até mesmo as unidades familiares são formadas pelas decisões desses conselheiros: definem tanto os pares de cada um quanto os filhos que cada casal receberá – no máximo um menino e uma menina. As crianças nascem das “Mães biológicas”, mulheres escolhidas exclusivamente para darem a luz duas vezes, tornando-se depois operárias, funcionárias responsáveis por serviços braçais, de força física.
O fato de não haver questionamentos dos próprios personagens sobre o universo em que vivem está diretamente relacionado à ausência de explicações ao leitor sobre tal sociedade. Conforme a leitura prossegue, é possível compreender como a vida se desenvolve lá, mas em momento algum é transmitida uma informação direta. Não há explicações, a compreensão acontece pela observação do desenrolar dos fatos.
Em O Doador de Memórias temos o despertar de Jonas ao se tornar Recebedor, aquele quem receberá as memórias do mundo anterior ao conhecido e ficará responsável por guardá-las quando o atual Guardador deixar de exercer sua função. A partir do instante em que Jonas passa a conhecer outras verdades, começa a questionar, e, no primeiro livro, somente acompanhamos esse despertar. Ao mesmo tempo em que Jonas vai se dando conta do quanto desconhece, o leitor também vai compreendendo a profundidade e a implicância desse desconhecimento na vida da sociedade como um todo.
Conforme a leitura foi prosseguindo, fui sentindo todas as reflexões de Jonas como minhas, e fui me envolvendo cada vez mais com a leitura, querendo compreender melhor essa sociedade e descobrir o que a história ainda reservava. A escrita de Lowry em terceira pessoa é bastante fluida, e o fato do livro ser curto contribuiu para meu rápido envolvimento com o enredo. Também, novamente, fiquei encantada com as tantas metáforas que a literatura fantástica propicia. Uma das descobertas de Jonas ao se tornar Recebedor se refere às cores que ele passa enxergar. Assim, conforme descobre sobre o que de fato é a vida, passa a enxergar todas as nuances que a compõe, diferentemente de sua vida anterior, em preto e branco.
Dentre os pontos negativos, cito dois. Primeiramente, achei que alguns pontos ficaram muito vagos na história, como, por exemplo, quem está por trás de todo esse controle e porque ele começou. Porém, não apenas esse é o primeiro livro da série como também a história é narrada, mesmo que em terceira pessoa, por Jonas, alguém que sabe tão pouco sobre o assunto quanto o leitor. Também, após a segunda metade da história, senti que houve um aumento na velocidade do desenrolar dos acontecimentos a ponto de eu ter perdido a noção da cronologia da história.
De qualquer forma, a leitura de O Doador de Memórias foi extremamente prazerosa e satisfatória, conseguindo me deixar ansiosa pelas continuações. Também, pretendo assistir ao filme, com previsão de estreia para 11 de Setembro, que já chama atenção pelo forte elenco escolhido: Meryl Streep, Jeff Bridges e Katie Holmes. Taylor Swift também tem uma participação, mas recomendo aos fãs e interessados pela história que não procurem saber muito sobre sua personagem, uma vez que as informações sobre ela podem configurar em um pequeno spoiler do enredo.




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25 Respostas para "[Resenha] O Doador De Memórias – Lois Lowry"

Mariana Siqueira - 02, setembro 2014 às (09:54)

Oi Aione *—*’ sua linda!
Ah, eu estou penando pra fazer a resenha de O Doador.
O livro foi pra mim como o despertar de Jonas, e deu uma noção do que é a verdade.
É um livro bastante filosófico e contém grandes metáforas em suas poucas páginas. Também senti essa velocidade no final e não me importaria se o livro tivesse mais algumas páginas.

Ótima resenha!
Beijos,
Mari Siqueira
http://loveloversblog.blogspot.com <3

Milena Soares - 02, setembro 2014 às (10:55)

Gosto muito de distopia, esse livro parece ser ótimo, estou bastante interessada em ler e com certeza vou também conferi o filme agora em setembro.

Nessa - 02, setembro 2014 às (11:54)

Oi Mi*

Estou bem curiosa para ler este livro, parece ser bom. Sua resenha me deu uma boa visão do que irei encontrar.
Também quero ir assistir ao filme!!

Beijos

Edilza - 02, setembro 2014 às (12:27)

Parece ser bem interessante essa comunidade do livro,sendo uma das mais controladas das distopias, assim ficamos querendo saber mais e mais e lendo o livro rápido, pelo menos comigo é assim quando leio esse tipo de história.
Que chato o livro ficar muito rápido depois da metade, não gosto disso.
Ótima resenha! Bjs, Min <3

Denise - 02, setembro 2014 às (12:40)

Quero ler antes de sair o filme… Sua resenha me deu mais vontade ainda….

Neny - 02, setembro 2014 às (13:35)

Oi ja tinha vontade de ler antes mesmo do filme, e agora que ele esta para sair no cinema so estou aindda mais ansiosa pela leitura.
Eu so tenho um pouco de medo de saber que ele é muito filosofico..isso nem sempre me agrada, confesso.
O livro ter ficado mais acelerado perto do final é realmente chato, podia ter tirado um pouco da enrolação do começo ne rs, vou ler logo, espero rs,
beijos.

Suelen Domingues - 02, setembro 2014 às (13:37)

Fiquei atraída por essa capa *u*

Edinilza - 02, setembro 2014 às (13:44)

Realmente, a utopia é a principal caractéristica desse livro, uma sociedade bem diferente da atual, onde as pessoas cumprem as regras alinhadamente e não questionam. O questionamento só aparece quando outro tipo de verdade é descoberta por Jonas… dá pra ficar imaginando se morássemos num mundo assim, acho que seria sem graça e iria querer minha memória de volta. Parabéns, sua resenha me apresentou o livro!

Joi Cardoso - 02, setembro 2014 às (21:41)

Olá quero muito ler este livro antes de ver o filme! Ainda mais por ele ser bem curtinho e ser uma distopia meu gênero preferido!

Adorei sua resenha! só aumentou ainda mais minha curiosidade sobre!

Beijos Joi Cardoso
http://www.estantediagonal.com.br

Taciana Cristina de Oliveira - 02, setembro 2014 às (23:08)

Gostei da sua resenha, ainda não tinha visto resenha dele e adoro distopia. Estou querendo ler esse livro vai entrar pra minha lista.

Niii - 03, setembro 2014 às (11:21)

Distopia não me agrada nem um pouco, não tenho nenhuma vontade de ler esse livro, mas vi o trailer e achei interessante…

Bjs

Raquel - 03, setembro 2014 às (15:34)

Oi flor,
Eu conheço esse livro por causa do filme que vai estrear e esta cheio de cartazes por ai. Achei muito interessante mesmo a história não achei que fosse uma distopia, achei que fosse um drama. Espero conseguir ler e assistir ao mesmo.
Beijos
Raquel Machado
Leitura Kriativa
http://leiturakriativa.blogspot.com.br/

Monneska Oliveira - 06, setembro 2014 às (00:12)

Apesar de gostar de distopias, essa não me despertou muita atenção, não.
Mas pretendo assistir o filme, quem sabe ele me desperta o interesse de fazer essa leitura.
Beijoo

Kris Oliveira - 06, setembro 2014 às (00:19)

Só reiterando porque meu nome entrou ao contrario no comentário anterior xD

rudynalva - 06, setembro 2014 às (02:55)

Sabe Aione, a primeira vez que ouvi falar do livro O doador de memórias, imaginei algo totalmente diferente, claro que ligado à ficção, porém não achei que fosse uma transmissões dos conhecimentos históricos de toda a vida da terra.
E achei interessante tudo ser em preto e branco, apenas os receptores veem as cores, no mínimo imaginativo ao ponto de dar destaque e amadurecimento ao personagem.
Bem curiosa pela leitura e pelo filme.
cheiirinhos
Rudy

Michele Lopez - 06, setembro 2014 às (21:22)

Oie…
Esse livro tem uma premissa muito boa e me encantou desde que eu vi pela primeira vez a capa do livro!!
As distopias sempre fazem a gente pensar e gosto bastante do gênero!!
Quero muito ler o livro para então assistir ao filme!

Amanda Arrais - 07, setembro 2014 às (21:14)

gosto bastante de livros do gênero..
parece ser bem interessante, uma historia envolvente..
pelo que você disse ficou algumas pontas soltas no caminho mas creio
que no desenrolar da série o que faltou vai acabar aparecendo..

Oliveira - 08, setembro 2014 às (18:17)

Aione uma pena ter acontecido isso no livro de ter ficado vago, e mesmo narrado na terceira pessoa como o protagonista sabe pouco ou nada do mundo dele, tudo fica bem vago. Uma pena! De início tinha curiosidade em ler esse livro, hoje nem tanto.

Biazynhah - 11, setembro 2014 às (20:16)

Gosto de a compreensão acontecer pela observação do desenrolar dos fatos, acho que faz o leitor se envolver e pensar mais do que quando os fatos já vem totalmente explicados. O doador de memórias está na minha lista de livros que quero ler.

Vitória Pantielly - 13, setembro 2014 às (20:44)

Oii Aione 🙂
Achei incrível o mundo que eles criaram nesse livro, é ao mesmo tempo perfeito e assustador .. Seria ótimo viver em um mundo sem maldade nenhuma, mas eles nem mesmo sabem o que é sentir emoção, até os filhos são feitos por “pedido” e não por amor ..
Como você disse a gente só entende a profundidade do que acontece nessa comunidade conforme vai lendo o livro !! E concordo com você, senti que ficaram algumas coisas vagas na história, mas gostei do livro, conseguir ler em um dia !!
:*

Crislane Barbosa - 16, setembro 2014 às (11:48)

Oi!
Mi, esse livro é incrível.
Mas ele não tem uma continuação propriamente dita, os outros livros já são com outros personagens. Espero que mesmo sendo dessa foma, a gente possa saber o que aconteceu para o mundo ficar assim, isso se os outros livros forem do mesmo universo desse.
Bem curiosa sobre o filme. Porém já percebi, pelo trailer, que livro e filme vão ser bem diferentes. Mesmo com cada um com sua particularidade, espero gostar. ^^

Beijão!

Bianca Martins - 19, setembro 2014 às (16:59)

Eu estou com uma certa birra dessa série e principalmente deste livro..
N sei pq…é birra msmo! hahaha
Eu n gosto dessa capa mas n cheguei a ver a capa anterior..
Apesar dos pesares to com uma pontinha bem pequenininha de curiosidade sobre esse livro, ainda mais com vc falando q foi se envolvendo cada vez mais com a história…

Ingrid Moitinho - 30, setembro 2014 às (23:32)

Esse livro ta na minha lista de desejados, gostei bastante do enredo e pretendo lê-lo em breve, conheci ele por causa das divulgações do filme, que eu só vou assistir depois da leitura. rs

Lary Zorzenone - 16, setembro 2019 às (15:35)

Olá
Eu achei essa leitura bem interessante. Adoro distopias e essa, como toda boa distopia, trás muitas reflexões. Fiquei com várias questões também, mas achei bem satisfatório de modo geral.

Vidas em Preto e Branco

Jurema - 30, setembro 2019 às (19:40)

Gostei bastante da resenha mas podia ser um pouco melhor

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