[Resenha] Adeus à Inocência - Drusilla Campbell - Minha Vida Literária
Minha Vida Literária
21

fev
2014

[Resenha] Adeus à Inocência – Drusilla Campbell

Título: Adeus à Inocência
Autor: Drusilla Campbell
Editora: Novo Conceito
Número de Páginas: 272
Ano de Publicação: 2014
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Madora tinha 17 anos quando Willis a “;resgatou”;. Distante da família e dos amigos, eles fugiram juntos e, por cinco anos, viveram sozinhos, em quase total isolamento, no meio do deserto da Califórnia. Até que ele sequestrou e aprisionou uma adolescente, não muito diferente do que Madora mesmo era, há alguns anos… Então, quando todas as crenças e esperanças de Madora pareciam sem sentido — e o pavor de estar vivendo ao lado de um maníaco começava a fazê-la acordar —, Django, um garoto solitário, que não tinha mais nada a perder depois da morte trágica de seus pais, entrou em sua vida para trazê-la de volta à realidade. Quem sabe, juntos, Django, Madora e seu cachorro Foo consigam vislumbrar alguma cor por trás do vasto deserto que ajudou a apagar suas vidas?

Adeus à Inocênciaé um livro de Drusilla Campbell, cuja história tem como personagem central uma garota chamada Madora, que aos 17 anos leva uma vida confusa e conflituosa. Quando conhece Willis e ele se propõe a ajudá-la, Madora logo se encanta pelo rapaz, sem saber que, desde que o conheceu, Willis já manipulava e persuadia seus sentimentos.
Depois de cinco anos morando com Willis, totalmente isolados no meio do deserto na Califórnia, Madora  é totalmente submissa, ela faz tudo o que Willis pede e também acredita plenamente em tudo o que ele lhe diz – mesmo quando está na cara que ele está mentindo. Ela fecha os olhos e enxerga Willis como uma pessoa boa e com as melhores intenções.
Cheguei a sentir certo mal estar quando Linda entra na história, uma menina grávida que vira prisioneira de Willis em um trailer. A partir desse acontecimento, a trama começou realmente a mexer comigo e, por vezes, a me incomodar. Isso porque Madora acredita fielmente que as intenções de Willis com a menina são as melhores, que ela está ali para se recuperar da vida que levava nas ruas. O fato de Madora se submeter tanto às vontades de Willis e enxergá-lo como um “salvador”, sem questionar suas atitudes e sem enxergar tudo de errado que havia ao seu redor, é um pouco desagradável de se ler.

“(…) Linda tinha 16 anos, mais jovem do que Madora era quando Willis a salvou. Ela tinha 17 anos quando deixou Yuma com ele; e, se ele às vezes era estranho, se havia partes dele tão firmemente trancadas como o trailer, ela aceitava essas coisas porque seus caprichos e excentricidades eram o preço a pagar por ser amada e ter certeza de que, ao final do dia, ele sempre voltaria para ela. Precisava dela tanto quanto ela precisava dele; ele deixara isso claro certo dia do qual ela tentava não se lembrar, mas não podia esquecer (…)”. 

Página 48
A narrativa se passa em terceira pessoa sob os pontos de vista do garoto Django, de Madora, da tia de Django, Robin, e de Willis, que é descrito no livro como um sociopata. É uma história fluida e de leitura rápida, a escrita da autora é de fácil entendimento e o enredo tem seus altos e baixos, mas isso não atrapalha na compreensão da narrativa.
Django é um garoto de 12 anos que perdeu seus pais em uma morte trágica e, desde então, passou a morar com sua tia Robin. É um garoto esperto e inteligente, mas também muito solitário e revoltado. Seu encontro com Madora dá um direcionamento à história que nos traz alguma esperança acerca do desfecho da trama; porém, tudo vai depender do quanto cada leitor vai conseguir se envolver.
Os personagens não conseguiram me cativar; entretanto, ao que me parece, a proposta da autora foi mostrar em cada um deles uma face realista em que as principais características são suas fraquezas, medos e incertezas. A visão distorcida de mundo presente em Madora e as relações psicológicas que envolvem cada um dos personagens mostram o ser humano na sua mais complexa contradição com si mesmo e com o mundo a sua volta.
Por fim, acredito que esse livro pode provocar diferentes interpretações dependendo de como você conseguirá lidar com o que estiver lendo. É difícil imaginar que histórias assim existam em nossa realidade, mas a verdade é que, infelizmente, elas existem – relacionamentos conflituosos, mentes perturbadas e situações que fogem à nossa compreensão e visão de mundo. Para quem gosta do gênero, é uma boa leitura e que reserva boas surpresas.





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Uma resposta para "[Resenha] Adeus à Inocência – Drusilla Campbell"

Fe Fernanda - 29, janeiro 2016 às (14:16)

História bem triste

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