[Resenha] A Casa do Céu - Amanda Lindhout - Minha Vida Literária
Minha Vida Literária
27

nov
2013

[Resenha] A Casa do Céu – Amanda Lindhout

Título: A Casa do Céu
Autor: Amanda Lindhout
Editora: Novo Conceito
Número de Páginas: 448
Ano de Publicação: 2013
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Quando criança, Amanda escapava de um lar violento folheando as páginas da revista National Geographic e imaginando-se em lugares exóticos.
Aos dezenove anos, trabalhando como garçonete, ela começou a economizar o dinheiro das gorjetas para viajar pelo mundo.
Na tentativa de compreendê-lo e dar sentido à vida, viajou como mochileira pela América Latina, Laos, Bangladesh e Índia. Encorajada por suas experiências, acabou indo também ao Sudão, Síria e Paquistão. Em países castigados pela guerra, como o Afeganistão e o Iraque, ela iniciou uma carreira como repórter de televisão. Até que, em agosto de 2008, viajou para a Somália — “o país mais perigoso do mundo”. No quarto dia, ela foi sequestrada por um grupo de homens mascarados em uma estrada de terra.
Mantida em cativeiro por 460 dias, Amanda converteu-se ao islamismo como tática de sobrevivência, recebeu “lições sobre como ser uma boa esposa” e se arriscou em uma fuga audaciosa. Ocupando uma série de casas abandonadas no meio do deserto, ela sobreviveu através de suas lembranças — cada um dos detalhes do mundo em que vivia antes do cativeiro —, arquitetando estratégias, criando forças e esperança. Nos momentos de maior desespero, ela visitava uma casa no céu, muito acima da mulher aprisionada com correntes, no escuro e que sofria com as torturas que lhe eram impostas.
De maneira vívida e cheia de suspense, escrito como um excepcional romance, “A Casa do Céu” é a história íntima e dramática de uma jovem intrépida e de sua busca por compaixão em meio a uma adversidade inimaginável.

               A leitura desse livro me provocou uma tensão constante, primeiro por saber que estava lendo uma história que de fato ocorreu e, segundo, pela narrativa em primeira pessoa que fez com que eu me envolvesse imediatamente com a história da canadense Amanda Lindhout e quisesse saber o rumo que sua vida iria tomar a partir das diversas decisões que ela corajosamente foi adotando ao longo do tempo.
          Em sua infância, Amanda Lindhout usava o poder da sua imaginação pelas páginas da revista National Geographic com uma família problemática e cheia de conflitos; era assim que sua mente se esvaziava daquela realidade e viajava por entre as páginas da sua coleção de revistas. Mais tarde, em sua vida adulta, Amanda passa pessoalmente em várias das cidades que ela só conhecia através das revistas, vira uma viajante e, posteriormente, uma jornalista freelancer.
            A sensação que tive durante o inicio da leitura se resume a uma palavra: angústia. Fiquei me perguntando durante um bom tempo como é que uma pessoa sai por aí, viajando sozinha com todos os perigos que assolavam os países por onde ela pretendia passar e com o impacto das diferentes culturas com as quais ela iria se deparar. Passei um tempo para compreender as pretensões de Amanda e inúmeras vezes não entendia o porquê de tanta exposição ao risco.
            No entanto, foi inevitável em determinados momentos não parar para pensar no quanto essa mulher foi admirável e corajosa. E essas características são inerentes à história de vida da Amanda do começo ao fim do livro. Uma questão que me chamou bastante atenção foi o interesse que ela teve em conhecer lugares como Índia, Bangladesh, Paquistão, a cultura do Islã, entre outras, e, posteriormente, ela passa a cobrir matérias sobre a guerra e os diversos conflitos no Oriente Médio como repórter. Negando-se a acreditar só no que era exposto nos meios de comunicação ou no senso comum acerca desses países, ela me pareceu enxergar o lado bom e bonito desses lugares.
            Um dos pontos que mais me atraiu na leitura foi a subjetividade que ela trouxe, já que foi contada pela própria Amanda, então, isso fez toda a diferença. A riqueza na descrição dos acontecimentos e nos detalhes de cada cena me prendeu significativamente e me afligiu também inúmeras vezes.
Confesso que não é um livro muito fácil, não pela escrita, pois ela é direta, clara e objetiva, mas pela própria densidade que a história traz. Saber que é uma história real também é um grande peso quando se chega a um determinado ponto da leitura, mas esse é um dos pontos chave do livro e o seu diferencial, capaz de causar um grande impacto por ser forte, emocionante e real. 




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7 Respostas para "[Resenha] A Casa do Céu – Amanda Lindhout"

Mallu Marinho - 27, novembro 2013 às (17:40)

Me interessei por esse livro desde que o vi como lançamento da Novo Conceito. Li até algumas críticas de autores conhecidos (e que particularmente eu adoro e que tiveram suas opiniões como pontos fundamentais para eu passar esse livro na frente de todos os meus outros desejados).
Mas é bom ver a opinião de um não autor e ver que a intenção de emocionar foi alcançada pela escritora e que a história de fato, envolve e emociona. Com certeza será a minha próxima compra.

Amanda Z. Dutra - 30, novembro 2013 às (15:57)

Eu adorei a resenha *–* Apesar de você falar tanto que é um livro forte e até mesmo difícil de ler, acho que vou adorar 😀
Muitooooo obrigada pela resenha, com certeza vou dar uma chance 😀

Beijo

Lili - 03, dezembro 2013 às (12:29)

Ahh Clívia, eu quero muit ler. Em especial porque eu também folheava as páginas da National (em especial a parte de fotos de animais, resultando em uma bióloga na atualidade).
Essa história realmente roubou meu coração, independente de ser real. Preciso conhecê-la!

liliescreve.blogspot.com

Ademar Júnior - 05, dezembro 2013 às (15:30)

Oi Clívia,
Quando a NC anunciou o lançamento desse livro fiquei muito curioso por se tratar de uma história real. Sempre me envolvo muito emocionalmente, rsrs…
Acho que essa foi a primeira resenha que eu li, continuo com interesse.
Provavelmente será a Vanessa que irá resenhá-lo no blog, mas ainda assim quero lê-lo também.
Ótimo texto.
Beijão
Cooltural

Lindsay Leão - 22, dezembro 2013 às (15:51)

Oi Clivia,

Ótima resenha!
Quando a NC mandou um e-mail falando do lançamento desse livro com os dizeres:
O LIVRO MAIS REVELADOR DO ANO – contra todas as expectativas ela encontrou uma forma de sobreviver. (baseado numa historia real.)
Confesso que fiquei bastante curiosa, foi aí que recorri ao google para pesquisar
mais sobre o livro e caí aqui no blog da querida Aione e me deparo com essa resenha tão rica. Gostei mesmo da temática, principalmente por se tratar de algo que realmente aconteceu, isso me emociona muitíssimo!
Parabéns pela resenha!
Beijos

Karol - 20, agosto 2014 às (15:37)

Acabei de ler a casa do céu, não achei difícil, foi fascinante ler palavra por palavra, cada capítulo com uma dor na barriga de ansiedade, qdo acabei qria saber mais e mais da vida dela da recuperação, do pôs pôs sequestro… Achei meio tola por voltar nas redondezas da cidade q ela foi seqüestrada, qria saber se ela chegou a enviar algum email ao Hassam,… Foi uma das histórias q ficará um bom tempo na minha cabeça .. Adorei

Paula Gibbert - 29, agosto 2019 às (22:01)

Terminei hoje este livro e que livro! Extremamente dramático. Assim como ela, também tenho curiosidade de conhecer outros países como a Índia, mas confesso que não tenho metade da coragem que ela teve.
O livro é nota mil.
Logo, logo terá resenha no meu blog literário.

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