Esse é o segundo Livros na Telona aqui no blog e a adaptação de hoje é um clássico: Lolita, escrito por Vladimir Nabok, e dirigido no cinema, em sua primeira versão, de 1962, por ninguém menos que Stanley Kubrick, diretor de sucessos como “A Laranja Mecânica”, “O Iluminado”, “De olhos bem fechados” e “2001 – Uma Odisséia no Espaço”. A segunda versão do filme foi lançada em 1997, dirigida por Adrian Lyne, mas a essa eu não assisti.
Terminei de ler o livro na segunda e assisti ao filme no mesmo dia, portanto, estava tudo bem fresco na memória e foi ótimo para fazer a comparação.
Lolita, tanto o livro quanto o filme, é recheado de personagens complexas, problemáticas. Assim, está longe de ser considerado uma leitura light ou filme para passar o tempo.
Sobre o Livro
Título: Lolita Autor: Vladimir Nabokov Editora: Objetiva Número de Páginas: 392 Ano de Publicação: 2011 Skoob:Adicione Compare e Compre:Buscapé
Publicado pela primeira vez em 1955, o livro é narrado em primeira pessoa por Humbert Humbert, um professor francês, enquanto aguarda julgamento por ter cometido assassinato. Logo de início fica evidente seu amor pela garota: sua maneira de escrever, de se referir a ela, é, sobretudo, de um homem apaixonado. No início mesmo o personagem narra como, possivelmente, se iniciou sua pedofilia: quando adolescente, foi apaixonado por uma jovem que correspondia sua paixão, e viveu intensos momentos ao lado dela, antes de que ela adoecesse e morresse, meses depois. Humbert foi profundamente afetado pelo fato e nunca o superou. Ele, ainda, tem consciência de ser pedófilo e, inclusive, foi internado em clínicas psiquiátricas, uma delas após a separação de sua primeira esposa, quando adulto. Ao sair da clínica, Humbert recebe a proposta de cuidar dos negócios de um tio nos EUA, para onde vai. A casa que encontra para morar é a de Charlotte Haze, mãe de Dolores Haze, Lolita. Ele é convencido a ali morar após ter uma visão da menina de 12 anos tomando sol, quando sua paixão começa.
O desejo de Humbert pela garota é evidente por toda história. As frases são cuidadosamente construídas, sendo praticamente poéticas. O livro, na época, foi muito polêmico e essa polêmica persiste. A maestria de Nabokov está em ter construído sua narrativa através das percepções de Humbert em primeira pessoa e, assim, Lolita não é apresentada como uma criança: suas atitudes, como mostradas, não permitem com que ela seja assim vista, bem como a visão romanceada de Humbert ludibriam o leitor sobre a realidade. Mas ao decorrer da história é possível observar como Lolita é afetada por tudo que acontece e, então, torna-se possível aliar a imagem dela como a da criança que é, e a chocante pedofilia de Humbert fica ainda mais gritante e evidente.
Entretanto, a leitura foi cansativa para mim. Eu me senti a todo momento fora da história e tinha a impressão de que lia, lia, lia e não saía do lugar. Ainda assim, é um livro muito bom e muito recomendado, até porque pode ser que não aconteça o mesmo com vocês.
Sobre o Filme
O filme é muito fiel ao livro. Começa com a cena final e pula a parte da explicação do que aconteceu na pré-adolescência de Humbert, mas, fora isso, segue a história como no livro.
Algumas cenas são exatamente iguais ao que imaginei enquanto lia, sem contar as falas, que são como as escritas por Nabokov.
Para mim, o filme serviu muito bem como complemento a história: fixou os acontecimentos, principalmente os que eu havia ficado confusa, uma vez que a leitura foi complicada de se acompanhar.
É ótimo, também, para quem optar por não ler o livro: tirando a explicação de onde surgiu a pedofilia de Humbert, nenhum fato que ocorre no livro é perdido.
Algo que o filme não deixa captar muito é a noção que Humbert tem de sua condição. No filme, fica evidente seu desejo, primeiramente, por Lolita e, depois, seu amor, mas não fica tão claro seu desejo pelas ninfetas, de um modo geral, e sua noção de que isso não é moralmente correto.
O filme é recomendadíssimo. Os atores são ótimos, Lolita tem momentos de “moleca” e, ao mesmo tempo, um ar sedutor e que sabe o efeito que causa, proporcionado pela visão de Humbert, e não por uma característica sua. Ele, por sua vez, tem a aparência responsável, mas que guarda algo dentro de si e que não deveria. Charlotte é como no livro: fica evidente o problema que tem com a filha e o fato de seus relacionamentos virem em primeiro lugar.
Resumindo, a adaptação ficou ótima. Facilita ainda mais para quem encontrou dificuldade na leitura ou não pretende ler o livro.
Ressalto que toda leitura é aproveitável, mas como nem sempre é possível de se ler, por vários motivos, o filme fica como indicação!
Não sei quanto ao de 1997, mas o de 1962 valeu a pena!
Mi, isso realmente acontece: o livro é muito bom mas não consegue te prender… cansa! Isso já aconteceu comigo…! :/ Bom, eu sempre tive curiosidade em ler este livro pois é um assunto que eu gosto de ler…! Eu gosto quando as adaptações não estragam o livro, sabe? Ainda bem que não é esse caso!!
Eu nunca tinha parado para ler nada sobre lolita, nem sabia a historia direito…rs Até tenho o livro, mas ao contrario do que vc disse, pensei que fosse um livro que falasse muito de sexo, bem explicito e nunca me interessei a ler… o que continuo..rs já que vc não se prendeu… Eu vi algumas paginas e achei um vocabulário bem chatinho…
Adorei o post e os seus comentários ^^ Tenho vontade de ler esse livro, já ouvi tanto falar dele, fora que é um dos grandes clássicos da literatura universal! Espero que não o ache parado em algumas partes, mas realmente mesmo o livro sendo bom de vez em quando isso acontece! Bjs! =*
Aione, “Lolita” é um livro que realmente divide as pessoas. Acho que muitas não vão gostar mas, como você falou, ele é muito poético e torna tudo lírico. Concordo a respeito do comentário sobre Lolita, eu não conseguia senti-la como uma criança, ela é sedutora, é adulta… Mas depois começa a se mostrar como vítima.. Fico vacilante quanto às personagens. O filme deve ser bom meesmo!
Oii flor, adorei sua resenha, super completa. Quanto ao livro, devo dizer que achei bem interessante o modo como você o descreveu, a história parece ser boa, mas como foi escrita a um bom tempinho atrás realmente deve ser cansativa de ler. Também fiquei com vontade de ver o filme, a história me deixou bem interessada, mas não sei se lerei o livro, mas se como você disse o filme é bem fiel ao livro então vale mesmo a pena ver!
Olha só que coincidência! Essa semana mesmo eu vi falar sobre o filme do Lolita,Stanley Kubrick numa matéria, ai lendo blogues de literatura, vi que era um escrito por Vladimir Nabok. E hoje vem você mencionando ele nesse post. Acho que está havendo uma conspiração no cosmos para que eu o leia, será? hahaha.
Sou totalmente suspeita para falar de Stanley Kubrick, sou amante do cinema, e o acho um diretor completo, complexo e expecional.
sou lenta demais! eu gosto bastante do livro! Clássico é clássim, não é à toa né? haah pois eu não conhecia essa adaptação! Nunca fui atrás! ótima dica e thanks por me fazer lembrar! quero ver!
Oiii, nunca li o livro e acredito que não vou ler, porq já me falaram que é bem cansativo, assim como voc na sua resenha e eu não tenho paciência pra livros assim, aheoiaheoaiehoahe . O filme eu nem sabia que existia .-. mas acredito que não vou tbm >< kkkkkkkkkkkk Se alguém fizesse uma versão mais movimentadazinha do livro, eu acho que seria bem feliz, kkkkkk 😛
Eu li e assisti. Tb achei a leitura cansativa. O Humbert, tem mts desvaneios que não ajudam em nada prender o leitor. Algumas partes são interessantes, mas outras… q tormento! Qto ao filme, tb assisti o antigo. De vez em quando passa na sky. Achei interessante. Foi bem adaptado.
Eu tenho o livro, mas ainda não li (está na fila). Tenho o filme baixado também (o de 1962), e comecei a assistir e confesso que quase peguei no sono, haha. Vou ver, ainda mais com essa recomendação sua, rsrsrs. Ancioso para saber qual vai ser o próximo filme, do ‘Livros na Telona’.. 😀
Ai eu estou prestes a ver o filme rsrs, mas eu tenho dizer q eu gostei muito do livro na parte 1, tem todo uma análise psicológica das pessoas sobre o spectro do niilismo do humbert humbert, me lembrou Machado de Assis e me prendeu muito. Maaas aí veio a parte dois e com ela o tédio daquela viagem sem fim RSRS mas eu acho q é a intenção do nabokov nos fazer sentir q toda a idealização do q seria a viagem com a Charlotte q o humbert criou foi por água abaixo, e q no final ele estava viajando com uma garota mimada com sua própria carga de problemas q são agravados conforme o decorrer dos fatos. Ai vem o final e os momentos finais do Humbert e o livro volta a ficar interessante, quando aparece a Rita é como se a situação incial do livro se repetisse de certa forma, ele a analisa usando de todo seu sarcasmo e tals, e aí tem o reecontro com a lolita e talvez aí q nos percebamos q ela era uma criança sim antes, vendo as consequências das práticas sexuais com o humbert. (junto com H.H. ja q o livro é sobre a perspectiva dele como ja foi comentado), enfim, n li sua análise do filme pra n ser influenciado RSRS mas ótimo blog 😉
Mi, isso realmente acontece: o livro é muito bom mas não consegue te prender… cansa! Isso já aconteceu comigo…! :/
Bom, eu sempre tive curiosidade em ler este livro pois é um assunto que eu gosto de ler…!
Eu gosto quando as adaptações não estragam o livro, sabe? Ainda bem que não é esse caso!!
Beijos
Ale
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