[Resenha] Sem lógica para o amor — Tracey Garvis Graves - Minha Vida Literária
Minha Vida Literária
21

fev
2023

[Resenha] Sem lógica para o amor — Tracey Garvis Graves

Annika e Jonathan se conhecem em uma partida de xadrez muito disputada no clube da Universidade de Illinois em 1991. Em meio a dificuldades de adaptação à vida independente após anos estudando em casa, Annika, apoia-se na colega de quarto para obter orientação sobre como se comportar em diversas situações da vida. Os dois confortos de Annika são jogar xadrez e ser voluntária na Clı́nica de Animais Silvestres. Jonathan, um estudante transferido de outra universidade, busca um recomeço após fazer escolhas equivocadas. Unidos pelas circunstâncias, os dois embarcam em um relacionamento, que termina de maneira abrupta. Em 2001, os dois se reencontram por acaso em um mercado de Chicago. Jonathan trabalha com finanças e é recém-divorciado. Annika, agora bibliotecária pública e mais hábil em situações sociais, está determinada a provar que o amor deles merece uma segunda chance. Entretanto, antes de reatarem, eles devem encarar a verdade sobre o motivo pelo qual o relacionamento deles se desfez.

 

Ficha Técnica

Título: Sem lógica para o amor
Título original: The girl he used to know
Autor: Tracey Garvis Graves
Tradução: Jacqueline Damásio Valpassos
Editora: Jangada
Número de Páginas: 320
Ano de Publicação: 2020
Skoob: Adicione
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Resenha: Sem lógica para o amor

Sem Lógica Para o Amor é o romance de Tracey Garvis Graves que saiu pela editora Jangada em 2020. A autora também assina o título Na Ilha, livro publicado pela Intrínseca pelo qual me apaixonei anos atrás.

Com tradução de Jacqueline Damásio Valpassos, conta a história de Annika e Jonathan, que namoraram durante a época da faculdade e se separaram bruscamente. 10 anos depois, eles se reencontram. Os momentos de vida são diferentes e, embora questionem o quanto mudaram, também desejam uma segunda chance.

A premissa é simples, então a questão está em como o enredo e as personagens se desenvolvem. Para manter a curiosidade de quem lê e a tensão da trama, Tracey Garvis Graves guarda em segredo o motivo da separação de Annika e Jonathan na década de 1990 e alterna as narrativas em primeira pessoa dos protagonistas entre presente e passado. Assim, acompanhamos a construção da relação pregressa concomitantemente às angústias presentes derivadas da bagagem que ela deixou. Ainda que o início da relação seja permeado pelo sabor doce que o “apaixonar-se” envolve, é também contaminado pela expectativa da separação iminente, que o leitor sabe que acontecerá, de forma que a situação atual permanece uma incógnita.

É uma história bonita e que cativa pela forte conexão entre o casal. Annika e Jonathan são o típico exemplo de companheirismo e devoção, entregando um romance terno a quem lê. Por outro lado, também achei a leitura um pouco arrastada, sendo mais morna até a parte final, quando o ritmo é retomado e a tensão da trama é elevada ao máximo. São passagens bastante emocionantes, não apenas pelo que significam na história do casal, mas pelo próprio contexto em que se dão.

O destaque de Sem Lógica Para o Amor fica para a construção de Annika e como é sua vivência no mundo. Talvez o próximo comentário seja visto como um spoiler, considerando que se refere a um acontecimento no último terço do livro, mas acredito que a “revelação” deva ser encarada mais como representação de uma dificuldade real de diagnóstico, sobretudo no final dos anos 1990, quando a história pregressa se passa, do que como artifício de escrita para configurar como reviravolta. O ponto é que Annika está dentro do espectro autista e, embora isso só seja confirmado quase ao final da história, é perceptível desde o início por conta da construção da personagem. Annika, assim, demonstra muitos dos casos de pessoas que só são diagnosticadas na vida adulta e as consequências desse diagnóstico tardio, além de como é a vivência dentro do espectro. Embora alguns comentários sobre a personalidade de Annika tenham sido repetitivos, achei a construção da personagem sensível e importante.

Esperei um pouco mais do livro, mas ainda assim encontrei uma leitura agradável e um romance que cumpriu sua função. O motivo da separação de Jonathan e Annika não me surpreendeu — sendo sincera, era algo que eu havia cogitado como possibilidade desde a leitura da sinopse — mas os capítulos finais me arrebataram. Sem Lógica Para o Amor não roubou o lugar de Na Ilha como meu queridinho da autora, mas me proporcionou uma boa experiência.





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