Título: Te Devo Uma
Título original: I Owe You One
Autor: Sophie Kinsella
Tradutor: Natalie Gerhardt
Editora: Record
Número de Páginas: 420
Data de Publicação: 2019
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Fixie Farr não consegue deixar nada pra lá. Se encontra alguma coisa fora do lugar, quer logo ajeitar, se um amigo está em dificuldade, já começa a pensar em como pode ajudar… Ela sente necessidade de arrumar tudo. Tudo!
Então, quando um estranho em um café lhe pede que fique de olho em seu laptop por um instante, ela não só se compromete a tomar conta do computador como acaba salvando-o de um grande desastre. Sebastian, muito tocado com o gesto de Fixie, não sabe como lhe agradecer, então pega um protetor de copo e o entrega a ela depois de escrever nele: “Te devo uma”. Fixie acha a atitude muito fofa, mas duvida que voltará a vê-lo.
Até o dia em que um antigo crush da época da escola volta para sua vida e Fixie precisa ajudá-lo. Ela então recorre a Seb, mas as coisas não dão muito certo. Agora é ela quem fica lhe devendo um enorme favor, e isso gera uma troca de favores infinita que obriga Fixie a enfrentar um passado que cheio de mágoas para abraçar o futuro que ela de fato merece.
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RESENHA ESCRITA
Te Devo Uma é o mais recente dos romances independentes de Sophie Kinsella. Enviado primeiramente aos assinantes do Clube de Romance da Carina, foi publicado pela editora Record e aborda, além do empoderamento da protagonista, a temática das relações familiares.
Fixie Farr tem necessidade de consertar e resolver problemas, sem conseguir deixá-los para lá. Trabalhando na loja da família e muito apegada ao lema transmitido por seu pai — “A família em primeiro lugar” —, ela também guarda muitas inseguranças e culpas por se sentir inferior em relação aos irmãos e por lamentar ter dado prejuízos financeiros principalmente a sua mãe. Em um dia, ao resolver tomar um café, um estranho pede para que ela tome conta do computador dele enquanto ele atende uma ligação fora do estabelecimento. Nesse meio tempo, o teto do café desaba e ela, comprometida com sua promessa, consegue salvar o notebook. Quando o estranho retorna, aliviado por sua ferramenta de trabalho estar intacta, deixa seu contato para Fixie em um apoiador de copo com o lembrete de que ele deve um favor a ela.
Como fã assumida das obras de Sophie Kinsella, posso afirmar que é sempre um prazer acompanhar as histórias por ela criadas. Sua escrita aqui, como nos demais casos, é envolvente, leve e divertida, com direito a passagens um tanto quanto engraçadas e capazes de nos despertar as risadas mais espontâneas. Por ser uma narrativa em primeira pessoa, também nos possibilita uma maior aproximação com a protagonista e, no caso de Te Devo Uma, mergulhar em suas inseguranças e receios é essencial no desenvolvimento da trama.
Apesar do romance estar presente na leitura — sempre de forma a nos fazer suspirar e torcer pelo casal — o foco de Te Devo Uma está em Fixie, em primeiro lugar, e seus conflitos familiares, logo em seguida. Dessa maneira, essa é uma história, acima de tudo, sobre assumir a própria voz e sobre entender como nossos medos podem afetar não só a forma de como nos portamos no mundo, mas também a maneira de como o enxergamos. É uma delícia acompanhar Fixie nesse processo de empoderamento, além de ser comovente enxergar sua lealdade com a família — algo que ela mantém mesmo ao aprender a importância de se colocar em primeiro lugar em sua própria vida.
Apesar de ter feito uma leitura deliciosa, Te Devo Uma não entrou para meus favoritos de Sophie Kinsella, tendo ficado inclusive aquém das minhas expectativas. Há resoluções e acontecimentos na história que se dão de maneira muito rápida e simplificada, de forma a me fazerem sentir que não houve realmente um trabalho nesses aspectos, eles foram apenas justificativas para outros desenrolares — como uma tia sem conexões prévias aparecendo da noite para o dia; um relacionamento terminando quase que “do nada”; um irmão mudando da água para o vinho de um dia para o outro. Embora essas questões não estejam ligadas ao desenvolvimento principal do enredo — o amadurecimento de Fixie —, esse sim bastante bem trabalhado, ainda assim são pontos importantes na leitura.
De modo geral, Te Devo Uma me proporcionou uma leitura gostosa, fluida e divertida, ainda que não tenha me despertado o encantamento tão típico das obras de Sophie Kinsella. É uma leitura que cumpre bem seu propósito de entretenimento e que não deixa de lado a possibilidade de reflexão sobre temas importantes à existência de todos nós.
Eu simplesmente amo a autora e os livros dela, pena que esse não tenha se tornado um dos seus favoritos. Fiquei curiosa para saber sobre essa troca de favores entre a Fixie e esse estranho e essa relação que ela tem com a família. Gostei bastante da premissa dessa história, parece ser leve e fluída, creio que irei adorar a leitura!