Título: Eu Perdi o Rumo
Título original: I Have Lost My Way
Autor: Gayle Forman
Tradução: Mariana Serpa
Editora: Arqueiro
Número de Páginas: 272
Ano de Publicação: 2018
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Freya perdeu a voz no meio das gravações de seu álbum de estreia. Harun planeja fugir de casa para encontrar o garoto que ama. Nathaniel acaba de chegar a Nova York com uma mochila, um plano elaborado em meio ao desespero e nada a perder.
Os três se esbarram por acaso no Central Park e, ao longo de um único dia, lentamente revelam trechos do passado que não conseguiram enfrentar sozinhos. Juntos, eles começam a entender que a saída do lugar triste e escuro em que se acham pode estar no gesto de ajudar o próximo a descobrir o próprio caminho.
Contado a partir de três perspectivas diferentes, o romance inédito de Gayle Forman aborda o poder da amizade e a audácia de ser fiel a si mesmo. Eu Perdi o Rumo marca a volta de Gayle aos livros jovens, que a consagraram internacionalmente, e traz a prosa elegante que seus fãs conhecem e amam.
Três adolescentes. Três Histórias. A mesma sensação de se estar perdido. Eu Perdi o Rumo, lançamento de Gayle Forman em 2018 publicado no Brasil pela editora Arqueiro, é um retrato sensível de uma das buscas mais importantes que podemos realizar: a busca por nós mesmos.
Freya perdeu a voz em meio às gravações de seu álbum de estreia, colocando em risco tudo o que construiu em relação a sua carreira nos últimos dois anos. Harun não sabe o que fazer após o término com seu namorado, especialmente porque sua família nem imagina — e não pode suspeitar — que ele seja gay. Nathaniel chega a Nova York com o objetivo de colocar seu plano em prática. Até que uma situação inusitada reúne os três, pouco a pouco dando contornos aos rumos que nenhum deles conseguia enxergar com clareza.
Será que um dia vai conseguir não pensar? Amir lhe prometera que sim, que um dia ele vai olhar para trás sem acreditar que aquilo aconteceu. Tudo vai desaparecer.
Ele reza para que sim.
Ele reza para que não.página 58
Eu Perdi o Rumo se desenrola ao longo de um único dia, no qual o contato entre os protagonistas vai revelando suas histórias passadas e o que os levou até ali. Para isso, a narrativa se constrói ora em terceira pessoa, com uso da técnica do discurso indireto livre que se alterna de acordo com a perspectiva de cada um, ora em primeira pessoa, revelando mais intimamente os detalhes do passado que tanto os assombra.
A escrita de Gayle Forman é poética e de uma sensibilidade ímpar. Justamente por isso, a autora consegue retratar com maestria as angústias dos personagens. Apesar de suas situações serem completamente distintas, os três compartilham medos e vergonhas, culpas e cobranças, perdas e as tentativas de se lidar com elas. E, de maneira habilidosa, a autora vai envolvendo o leitor com uma narrativa fluida, que cativa e nos permite adentrar a intimidade de seus personagens. Também, ela constrói os acontecimentos de forma a guardar segredos que, na hora certa, são revelados causando a real significação de cada uma das jornadas ali descritas.
Os três podem ser completos desconhecidos, com vidas diferentes e problemas diferentes, mas ali, naquele consultório, estão medindo a tristeza da mesma forma. Estão medindo em perdas.
página 70
Acredito que o êxito de Forman esteja na veracidade com que ela descreve personalidades e emoções. As personagens são complexas, tomadas por sentimentos muitas vezes controversos, o que as torna palpáveis. Ainda, fiquei surpresa em como se deu o desfecho de um dos personagens: a escolha representa muito bem como nem tudo na vida acontece da maneira de como desejamos e que alguns caminhos não podem ser revertidos.
Não sei apontar qual dos elementos de Eu Perdi o Rumo mais me cativou. O que sei é que o li em poucas horas, sem sentir vontade de interromper a leitura, e me encantei com as tantas passagens que me tocaram profundamente. Foi um livro que, acima de tudo, me emocionou, especialmente por estar tão ligado às emoções de Freya, Harun e Nathaniel e por abordar temáticas delicadas, como sexualidade, as dificuldades nas relações familiares, transtornos mentais entre outros, com doses certas de drama, romance, representatividade e amizade. Independentemente do quanto as situações externas tenham sido construídas de forma mais superficial ou que tenham parecido em aberto, o que interessa na obra é o construído internamente às personagens. No resumo, Eu Perdi o Rumo se tornou um dos meus títulos favoritos da autora e uma das minhas melhores leituras de 2018.
Mesmo sem conhecer a fundo o trabalho da autora, ela é sem sombra de dúvidas uma das grandes que deixa a alma na ponta dos dedos.
E este novo livro dela tem estado nos mais lidos nos últimos dias e lendo acima, a gente entende muito bem os motivos.
Mais uma vez, ela nos presenteia com personagens reais, com medos, dramas, alegrias. E trata a perda de cada um de maneira ímpar e bonita.
Nos deixando meio bobos, sem vergonha de nossos sentimentos mais escondidos!
Já está na lista de desejados e espero ler o quanto antes!!!
Beijo