Título: Inventei você?
Autor: Francesca Zappia
Editora: Verus
Número de Páginas: 346
Ano de Publicação: 2017
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Alex está no último ano do ensino médio e trava uma batalha diária para diferenciar realidade de ilusão. Armada com uma atitude implacável, sua máquina fotográfica, uma Bola 8 Mágica e sua única aliada — a irmã mais nova —, ela declara guerra contra sua esquizofrenia, determinada a permanecer sã o suficiente para entrar na faculdade.
E Alex está bem otimista com suas chances, até se deparar com Miles. Será mesmo aquele garoto de olhos azuis com quem ela compartilhou um momento marcante no passado? Mas ele não tinha sido produto da sua imaginação?
Antes que possa perceber, Alex está fazendo amigos, indo a festas, se apaixonando e experimentando todos os ritos de passagem tipicamente adolescentes. O problema é que ela não está preparada para ser normal.
Engraçado, provocativo e emocionante, com sua protagonista nada confiável, Inventei você? vai fazer os leitores virarem as páginas alucinadamente, tentando decifrar o que é real e o que é invenção de Alex.
Narrativas em primeira pessoa são sempre parciais. Porém, quando ela pertence a uma protagonista esquizofrênica, que vive em luta para discernir o real do imaginário, mais do que parcial, ela se torna não confiável, já que também não sabemos se o que está sendo nos dito é a realidade. Baseado nessa premissa, Imaginei você?, de Francesca Zappia, publicado pela editora Verus, se desenvolve com leveza, divertimento e sensibilidade.
Alex faz de tudo para esconder sua esquizofrenia, buscando levar a vida como a de qualquer outra adolescente. Até ela reencontrar um garoto que, até onde ela sabe, existiu apenas em uma alucinação. Seria ele mais uma brincadeira de sua mente? Enquanto Alex continua a árdua batalha por sua sanidade, ela também faz amigos e vive as experiências de uma estudante no final do Ensino Médio – ou tanto quanto é possível a ela viver.
O que certamente permite que a leitura de Inventei você? seja cativante desde as primeiras páginas é a voz de Alex em primeira pessoa. Com certa ironia que dá divertimento à narrativa, somos movidos pelas páginas, sempre duvidando das experiências de Alex – algo que ela própria também faz. Sua visão de mundo é dotada de cores e fortes impressões, e conforme ela própria questiona o que experiencia, nos vemos, também, questionando sua realidade. Afinal, independentemente de algo existir ou não para o resto do mundo, certamente existem para Alex.
Francesca Zappia não se limitou a fazer de Alex uma garota com esquizofrenia. Em primeiro lugar, a autora desmitifica a doença e a apresenta como deve ser encarada: um distúrbio que faz com que a pessoa por ele acometida precise, além de tratamento, de auxílio para discernir realidade de alucinações – e nada além disso. Depois, a autora deu tramas paralelas ao enredo não conectadas à doença de Alex, de forma a termos outras questões abordadas em Inventei você?, que tanto permitem reflexões acerca do que apresentam como acabam por entreter de acordo com seus próprios desdobramentos. Assim, Inventei você? é capaz de surpreender e emocionar em alguns momentos, de divertir, angustiar e causar curiosidades e suspiros em outros.
Além da narrativa e da trama em si cativarem, as personagens são outro ponto positivo de Inventei você?. Não bastasse Alex ser uma personagem no mínimo interessante, Miles conquista principalmente por sua personalidade nada convidativa, sua postura de garoto problema e, acima de tudo, sua própria bagagem emocional e familiar. Pouco a pouco, conforme descobrimos mais tanto sobre Alex quanto sobre Miles, passamos também a nos encantar e torcer por ambos.
Dessa maneira, Inventei você? foi uma leitura doce, com momentos ora mais sensíveis ora mais misteriosos, que foi capaz de me entreter e me conquistar por sua leveza.
Oi Aione 🙂
Eu me interessei pelo livro assim que lançou e acho que vou gostar muito da Alex. Achei super interessante a autora abordar a esquizofrenia de forma realista, mas não se perdendo na história. As vezes nem eu sei distinguir o que é realidade ou imaginação quanto mais uma pessoa que possui esquizofrenia.