[Resenha] O Mensageiro – Lois Lowry - Minha Vida Literária
Minha Vida Literária
21

jun
2016

[Resenha] O Mensageiro – Lois Lowry

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Título: O Mensageiro
Autor: Lois Lowry
Editora: Arqueiro
Número de Páginas: 160
Ano de Publicação: 2016
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Há seis anos, Matty chegou ao pacato Vilarejo. Sob os cuidados de Vidente, um cego que tem uma visão especial, ele amadureceu e se adaptou à nova vida. Agora, espera receber seu nome verdadeiro, que determinará seu valor ali, como ocorre com todos os habitantes.

Contudo, algo nefasto está se infiltrando no Vilarejo, e os moradores, antes orgulhosos de receber forasteiros, passam a exigir que as fronteiras sejam fechadas para se protegerem.

Por ser um hábil mensageiro, Matty é encarregado de avisar os outros povoados sobre o bloqueio. Sua missão também tem outro grande objetivo: buscar Kira, a filha de Vidente, antes que seja tarde demais.

Ele é o único capaz de viajar pela Floresta, que já provocou algumas mortes. O problema é que ela também está se tornando um lugar perigoso para o garoto. Mas muitos dependem de Matty. Então, armado apenas de um poder recém-descoberto, ainda incompreensível e incontrolável, ele se arriscará a fazer o que talvez seja sua última viagem.

Sou fã assumida da série O Doador de Memórias, de Lois Lowry, e a cada novo volume dela lido, sinto meu apreço pelo universo criado pela autora aumentar. Seus livros, além de rápidos e envolventes, mesclam com maestria realidade e fantasia, trazendo sempre mensagens pertinentes, além de críticas sociais e políticas, mesmo que de maneira branda, por meio das metáforas de cada história.

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Em O Mensageiro, a história é protagonizada por Matty, que vive com o Vidente há seis anos no Vilarejo. Esse local é conhecido por abrigar forasteiros, fugidos de comunidades autoritárias e opressoras – como no caso de ambos -, e por existir em um clima amigável e solidário, muito diferente das sociedades vizinhas. Contudo, algo vil parece estar se infiltrando no Vilarejo, modificando sua rotina e fazendo com que os moradores passem a desejar o fechamento das fronteiras, para que nenhum novo forasteiro possa ser recebido. É quando Matty, conhecido por sua habilidade como mensageiro, é encarregado de sair em busca de Kira, filha do Vidente, antes que as fronteiras se fechem e ela não possa nunca mais se juntar ao pai.

Esse foi o primeiro dos livros no qual a relação entre os volumes se tornou realmente clara: em O Mensageiro, temos tanto a presença de Kira, protagonista de A Escolhida, quanto a de Jonas, protagonista de O Doador de Memórias, bem como o que aconteceu com ambos após o final dos respectivos livros. Ainda, foi possível visualizar com mais clareza aquilo que já havia sido sugerido nos primeiros volumes: a existência de diferentes comunidades, coexistindo em um mesmo universo.

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Além de ter adorado que as obras tenham claramente se conectado aqui, já que em O Doador de Memórias e A Escolhida as tramas parecem ser independentes, em um primeiro momento, adorei mais essa história, sendo, até então, uma das mais bonitas e tristes da série. Diferentemente dos dois primeiros livros, nos quais os protagonistas viviam em vilarejos bastante severos (e até mesmo cruéis), o clima em O Mensageiro é outro, justamente por haver uma consciência diferente de seus habitantes e líderes sobre a vida coletiva. Contudo, a partir do momento em que as coisas passam a mudar, Lois Lowry insere mais uma vez a carga reflexiva da série no enredo, trazendo considerações sobre o caráter humano, principalmente.

Como mencionei, sua escrita é bastante simples e direta, de forma que a narrativa em terceira pessoa permita uma leitura bastante fluida e envolvente. Há momentos mais sensíveis de sua escrita, sobretudo em passagens mais reflexivas. Essas, ainda, acontecem especialmente por meio de metáforas, já que os acontecimentos da trama são travestidos de fantasia para carregaram consigo seus sentidos figurados.

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Cheguei ao final da leitura completamente surpresa pelo destino dado por Lois Lowry a O Mensageiro: jamais supus que a história terminaria dessa maneira, e fiquei tocada tanto por sua beleza e delicadeza quanto pela comoção despertada pelo encerramento da história. Dessa maneira, fui novamente conquistada por esse universo distópico e mágico, além de ter sido consumida pela leitura rápida, leve, sutilmente reflexiva e encantadora proporcionada pela combinação da escrita da autora e da trama por ela criada. Uma série que recomendo, sem sombra de dúvidas, aos leitores que buscam por suavidade e uma história criativa.





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Uma resposta para "[Resenha] O Mensageiro – Lois Lowry"

Micheli Pegoraro - 23, junho 2016 às (21:26)

Olá Aione,
Faz tempo que O Doador de Memórias está na minha lista de desejados, acho que nunca cheguei a ler uma resenha para ver se a leitura poderia me agradar. Então imagine a minha surpresa ao terminar de ler a resenha do terceiro livro da série e saber que é tão bom quanto imaginei. Não tinha o costume de ler distopia, mas agora peguei o jeito da coisa hahaha. Como adoro ser surpreendida durante uma leitura já sei que vou adorar essa série, e saber que o autor consegue mesclar fantasia e realidade de um jeito único, o meu interesse aumentou ainda mais. Vou colocar os três livros na lista de desejados e espero ler o quanto antes.
Beijos

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