Título: Naomi & Ely e A Lista do Não-Beijo
Autor: David Levithan & Rachel Cohn
Editora: Galera Record
Número de Páginas: 256
Ano de Publicação: 2015
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A quintessência menina-gosta-de-menino-que-gosta-de-meninos. Uma análise bem-humorada sobre relacionamentos. Naomi e Ely são amigos inseparáveis desde pequenos. Naomi ama Ely e está apaixonada por ele. Já o garoto, ama a amiga, mas prefere estar apaixonado, bem, por garotos. Para preservar a amizade, criam a lista do não beijo — a relação de caras que nenhum dos dois pode beijar em hipótese alguma. A lista do não beijo protege a amizade e assegura que nada vá abalar as estruturas da fundação Naomi & Ely. Até que… Ely beija o namorado de Naomi. E quando há amor, amizade e traição envolvidos, a reconciliação pode ser dolorosa e, claro, muito dramática.
Por ser completamente apaixonada pelos livros de David Levithan, fiquei curiosa pela leitura de Naomi & Ely e A Lista do Não-Beijo, ainda que a premissa em si não tenha despertado minha curiosidade e o livro não seja exclusivamente de Levithan, e sim escrito em co-parceria com Rachel Cohn em 2007 – embora somente esse ano tenha sido publicado no Brasil.
Sempre em primeira pessoa, o ponto de vista da narrativa se altera durante todo o livro entre as diversas personagens que compõe a trama, e não simplesmente entre Naomi e Ely, protagonistas. Dessa forma, as emoções e os conflitos pessoais de cada um chegam mais facilmente ao leitor, possibilitando tanto uma maior compreensão das personagens quanto uma ampliação de sentimentos e pensamentos expostos. Ainda assim, impera certo ar de humor e leveza na escrita dos autores, da mesma forma que as várias referências da cultura adolescente e o linguajar típico dessa fase também contribuem para fazer da leitura mais leve e divertida.
“Nunca entendi por que ser bonita precisa estar relacionado a sexo e conquista. O que aconteceu com a expectativa, o cortejo e o amor? Será que não se pode ser bonita e não querer nada com isso? Podem dizer que sou antiquada, mas estou esperando pelo amor verdadeiro. Ainda que não passe de uma fantasia inatingível.”
página 60
Como costumo encontrar nos livros de Levithan – e infelizmente não tenho referências para falar das obras de Cohn -, há diversas passagens mais reflexivas, expostas por meio de uma escrita capaz de causar impacto. Entretanto, esses momentos foram poucos, nessa obra, e nem de longe cheguei a me envolver e me emocionar como de costume.
Ainda que Naomi & Ely e A Lista do Não-Beijo seja uma história sobre amizade, acima de tudo, além de auto-descobertas e superação, infelizmente o livro ficou muito abaixo de minhas expectativas e praticamente durante toda a leitura busquei encontrar um sentido para ela. Aqui há uma história de dois amigos, muito unidos, que brigam e, a partir disso, precisam reavaliar vários aspectos de suas vidas. Essa premissa é interessante, bem como as diversas visões na trama também o são; contudo, minha percepção é de que, combinadas, culminaram em um enredo superficial, que poderia ter sido mais aprofundado e melhor trabalhado.
“Não. Não, não, não, não. Não é fácil. As coisas que realmente importam não são fáceis. Os sentimentos de alegria são fáceis. A felicidade, não. Flertar é fácil. Amar, não. Dizer que você é amigo de alguém é fácil. Ser um amigo de verdade, não.”
página 219
Outros grandes problemas foram: 1 – Por diversas vezes me senti confusa com a narrativa de Naomi; 2 – Não consegui gostar de Ely. Como um recurso dos autores, Naomi, muitas vezes, utiliza-se de símbolos em sua narrativa ao invés de palavras, visto que conversar pela língua de sinais é um hábito dela e de Ely. Porém, embora alguns sejam óbvios, como ♥ para “amor”, outros não foram, e ao invés de achar esse recurso interessante, ficava impaciente tentando decodificar as palavras. Sobre Ely, mesmo que o personagem seja interessante em vários aspectos, fiquei revoltada com sua atitude ao beijar o namorado de Naomi (esse é o ponto de partida da história, não um spoiler) e sua postura sobre isso. O personagem simplesmente não conseguia enxergar onde estaria seu erro e isso, para mim, seria inadmissível em uma amizade – o grande centro da trama.
Assim, embora Naomi & Ely e A Lista do Não-Beijo combine diversos elementos interessantes, infelizmente não foi um livro que funcionou para mim. Talvez eu não tenha compreendido sua essência, talvez eu não estivesse em um momento ideal para aproveitá-lo como deveria, talvez nem mesmo seu humor tenha conseguido desempenhar seu papel. De qualquer forma, embora não tenha sido uma leitura proveitosa para mim, ela pode acrescentar algo para as demais pessoas, seja alguma reflexão, seja um prazeroso entretenimento.
Oi Aione…
Nunca li nada dos dois autores e não conheço suas narrativas, mas gosto quando tem algo de reflexivo nos textos. Primeira resenha que vejo desse livro, e ainda vou pensar de vou ler, por conta dos pontos negativos. Os personagens precisam nos conquistar senão não rola.
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