Título: Eu Sou Malala
Autor: Malala Yousafzai- com Christina Lamb
Editora: Companhia das Letras
Número de Páginas: 344
Ano de Publicação: 2013
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Quando o Talibã tomou controle do vale do Swat, uma menina levantou a voz. Malala Yousafzai recusou-se a permanecer em silêncio e lutou pelo seu direito à educação. Mas em 9 de outubro de 2012, uma terça-feira, ela quase pagou o preço com a vida. Malala foi atingida na cabeça por um tiro à queima-roupa dentro do ônibus no qual voltava da escola. Poucos acreditaram que ela sobreviveria. Mas a recuperação milagrosa de Malala a levou em uma viagem extraordinária de um vale remoto no norte do Paquistão para as salas das Nações Unidas em Nova York. Aos dezesseis anos, ela se tornou um símbolo global de protesto pacífico e a candidata mais jovem da história a receber o Prêmio Nobel da Paz. Eu sou Malala é a história de uma família exilada pelo terrorismo global, da luta pelo direito à educação feminina e dos obstáculos à valorização da mulher em uma sociedade que valoriza filhos homens. O livro acompanha a infância da garota no Paquistão, os primeiros anos de vida escolar, as asperezas da vida numa região marcada pela desigualdade social, as belezas do deserto e as trevas da vida sob o Talibã. Escrito em parceria com a jornalista britânica Christina Lamb, este livro é uma janela para a singularidade poderosa de uma menina cheia de brio e talento, mas também para um universo religioso e cultural cheio de interdições e particularidades, muitas vezes incompreendido pelo Ocidente. “Sentar numa cadeira, ler meus livros rodeada pelos meus amigos é um direito meu”, ela diz numa das últimas passagens do livro. A história de Malala renova a crença na capacidade de uma pessoa de inspirar e modificar o mundo.
“Nasci menina num lugar onde rifles são disparados em comemoração a um filho, ao passo que as filhas são escondidas atrás de cortinas, sendo seu papel na vida apenas fazer comida e procriar.”
página 21
Malala Yousafzai nasceu em 1997, no Vale do Swat, Paquistão, mas foi em 2012 que ela ficou conhecida mundialmente depois de ter sido baleada por extremistas do Talibã por lutar pelo direito das mulheres à educação.
O livro é uma biografia, escrita por Malala com a colaboração da jornalista e correspondente no Paquistão e no Afeganistão Christina Lamb. Com uma narrativa extremamente rica, clara e envolvente o livro nos proporciona mergulhar na vida dessa jovem ativista, bem como na realidade do país em que nasceu e, sobretudo, nas condições sócio-históricas que permeiam a realidade paquistanesa.
No país de Malala nascer mulher significava ter a vida permeada por limites, regras e normas específicas, como, por exemplo, de só poder sair na rua acompanhada de uma figura masculina. Filha de um professor, desde cedo a menina foi incentivada à busca por conhecimento e empoderamento. E esse aspecto é um dos mais bonitos e singelos que pude notar: a relação entre pai e filha, uma relação de cumplicidade, aprendizagem, admiração e que nos emociona em diferentes momentos durante a leitura.
A história é bastante ampla, pois mostra, além da rotina de Malala, os conflitos políticos e econômicos que acometiam o país, as mudanças que foram ocorrendo na medida em que ela foi crescendo, o contexto religioso e o ponto crucial que é a questão educacional, que passou a ser restrita apenas aos meninos. Depois dessa restrição, Malala, que já era uma garota com uma opinião muito bem formada e que escrevia sob um pseudônimo para um blog denunciando as atrocidades cometidas às meninas que tentavam frequentar a escola, mais tarde passou a ser chamada também para dar palestras. Com isso, sua família passou a sofrer inúmeras ameaças e, em outubro de 2012, um homem armado parou um ônibus escolar procurando por Malala e disparou vários tiros que acertou a menina, inclusive na cabeça.
A luta por direitos, por igualdade e por educação foram as bandeiras de luta dessa corajosa garota que também teve que lutar pela sua sobrevivência e se tornou uma inspiração para pessoas em todo o mundo. Hoje, com 17 anos, ela é a mais jovem ganhadora do Nobel da Paz pela luta contra a opressão das crianças e pelo direito de todas as crianças à educação. Considero sua biografia uma verdadeira fonte de inspiração, um retrato histórico de uma sociedade que dita regras e restringe direitos, uma obra que informa, emociona, mexe com o leitor e deixa reflexões incríveis para levarmos pelo resto das nossas vidas.
Que história interessante dessa moça!
Realmente parece ser uma biografia inspiradora e que mexe com a gente.
A edição está linda!
Ótima resenha! Bjs, Clivia <3