Assim sendo, por que não fazer um post guloso?
Vamos ver algumas dessas deliciosas tentações?
Quem já leu a série Faeriewalker, de Jenna Black – resenhas aqui -, com certeza conheceu a Kimber, melhor amiga de Dana, a protagonista, e seu famoso mingau. A bebida é descrita como um líquido “espesso e leitoso”, aparentemente não tão atrativa. É quente, tanto pela sua temperatura quanto por um de seus ingredientes: uísque.
“O uísque e o mel estavam bem fortes, por isso eu meio que esqueci que estava bebendo leite misturado com farinha de aveia. E, apesar de nunca admitir isso em voz alta, a coisa era quente e reconfortante, com uma textura cremosa e decadente que me comandava a sequer pensar em quantas calorias havia ali.”Glimerglass, página 90
Não contente em criar a melhor série ever (pelo menos pra mim é a melhor de todas), ela precisava criar inúmeras delícias que só poderão existir na imaginação de cada leitor. Confesso que boa parte da minha vontade de conhecer esse mundo mágico sempre foi para poder comer todas as tentações alimentícias descritas.
Alguém pode me dizer como não querer provar daqueles banquetes do primeiro dia de aula, que são descritos TODO SANTO LIVRO (exceto no último), só pra nos deixar com ainda mais vontade?
” O queixo de Harry caiu. Os pratos diante dele agora estavam cheios de comida. Ele nunca vira tantas coisas que gostava de comer em uma mesa só: rosbife, galinha assada, costeletas de porco e de carneiro, pudim de carne, ervilhas, cenouras, molho, ketchup e, por alguma estranha razão, docinhos de hortelã”
A Pedra Filosofal, página 109
“Depois que todos comeram tudo o que podiam, as sobras desapareceram dos pratos deixando-os limpinhos como no início. Logo depois surgiram as sobremesas. Tijolos de sorvetes de todos os sabores que se possa imaginar, tortas de maçãs, tortinhas de caramelo, bombas de chocolate, roscas fritas com geleia, bolos de frutas com calda de vinho, morangos, gelatinas, pudim de arroz…”
Isso porque eu ainda nem falei da Dedosdemel com suas delícias gasosas e afins…
“Havia prateleiras e mais prateleiras de doces com a aparência mais apetitosa que se possa imaginar. Tabletes de nugá, quadrados cor-de-rosa de sorvete de coco, caramelos cor de mel; centenas de tipos de bombons em fileiras arrumadinhas; havia uma barrica enorme de feijõezinhos de todos os sabores, Delícias Gasosas – as tais bolas de sorvete de fruta que faziam levitar que Rony mencionara -, em outra parede havia os doces de ‘efeitos especiais’: os melhores chicles de baba e bola (que enchiam a loja de bolas azulonas e se recusavam a estourar durante dias), o estranho e quebradiço fio dental de menta, minúsculos Diabinhos Negros de Pimenta (‘sopre fogo em seus amigos!’), Ratinhos de Sorvete (‘ouça seus dentes baterem e rangerem!’), Sapos de Creme de Menta (‘faça sua barriga saltar pra valer!’), frágeis penas de algodão-doce e bombons explosivos.”
O Prisioneiro de Azkaban, página 163
E os sapos de chocolate? E os feijõezinhos de todos os sabores? E o suco de abóbora? E A CERVEJA AMANTEIGADA?
De todas, a minha maior frustração é essa. Eu quero cerveja amanteigada.
Pelo menos, a Disney fez o favor de criá-la no Parque Temático, junto de outras dessas gostosuras!
Sobre a próxima tentação, não falarei nada. Deixarei que Erin Morgenstern faça isso, da maneira perfeita com que ela faz em seu livro.
“Até a comida era incrível. Maçãs mergulhadas em caramelo tão escuras que pareciam quase enegrecidas, mas que se mantinham leves, crocantes e doces. Morcegos de chocolate com asas impossivelmente delicadas. A cidra mais deliciosa que Bailey já experimentara.”
página 54
“As sobremesas são sempre surpreendentes. Doces delirantes confeccionados com chocolate e manteiga caramelizada, frutas vermelhas transbordando de cremes e licores. Bolos em camadas de alturas impossíveis, tortas mais leves que o ar. Figos gotejando mel, açúcar formando flores e ondas. É comum os convidados comentarem que é tudo bonito demais, impressionante demais para ser comido, mas sempre acabam dando um jeito.”
página 58
“Os chocolates têm a forma de camundongos, com orelhas de amêndoas e caudas de licor.”
página 154
Sentiram o drama?
Por fim, é um fato de que não comemos apenas com a boca. Aliás, arrisco a dizer que comemos muitos mais com os olhos e com o nariz do que com o paladar propriamente dito.
E a cena a seguir demonstra isso perfeitamente: como podemos saborear um alimento e ficarmos doidos por ele apenas por sentirmos seu cheiro…
“Eu fechei meus olhos, preparei minhas narinas e deixei as fragrâncias entrarem. A mais forte delas era caramelo e açúcar mascavo, cheirava como amarelo-laranja, como o sol. Essa era fácil. Essa é o que qualquer um nota ao entrar na loja. E então, chocolate, claro, escuro e amargo e o leite com chocolate açucarado. (…) Menta rodopiou até minhas narinas, dura como vidro, então framboesa, quase muito doce, como fruta madura. Maçã, nítida e pura. Nozes, amanteigado, quente, terroso, como Sam. A fragrância sutil e suave do chocolate branco. Oh, Deus, algum tipo de mocha, rico, quente e pecaminoso. Eu inalei com prazer, mas havia mais. As bolachas amanteigadas nas prateleiras adicionaram o cheiro enfarinhado reconfortante, e os pirulitos, um tumulto de cheiro de frutas muito concentrado para ser real. A pitada salgada dos pretzels, o cheiro brilhante de limão, a borda frágil de anis. Cheiros que eu nem sabia nominar. Eu gemi.”
Só a título de curiosidade: para mim, essa é a melhor cena de todo o livro.
Apesar de eu não ter lido, sei que o livro a seguir deixa qualquer um com água na boca, a começar pela capa. E creio que sua continuação não deixará a desejar nesse quesito!
Acho que já está bom de passar vontade por hoje, né?
Beijos a todos!
Amei o post! Nunca reparei muito na comida dos livros.
“Os chocolates têm a forma de camundongos, com orelhas de amêndoas e caudas de licor.”
Não importa se tem forma de camundongo, o que importa é o sabor, hehe.
Kisses
Loren
amooinverno.blogspot.com