[Resenha] O Pintor de Memórias - Gwendolyn Womack - Minha Vida Literária
Minha Vida Literária
12

jul
2016

[Resenha] O Pintor de Memórias – Gwendolyn Womack

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Título: O Pintor de Memórias
Autor: Gwendolyn Womack
Editora: Record
Número de Páginas: 378
Ano de Publicação: 2016
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Um amor que atravessa o tempo. Uma equipe de cientistas prestes a fazer uma grande descoberta sobre a construção da memória e um medicamento milagroso capaz de revelar um mistério antigo.
Bryan Pierce é um renomado pintor cujos trabalhos deslumbram o mundo. Mas há um segredo para seu sucesso: cada tela é inspirada em um sonho excepcionalmente vívido. Sempre que acorda, ele adquire novas e extraordinárias habilidades, como a capacidade de falar línguas obscuras ou um gênio inexplicável para o xadrez. A vida inteira Bryan se perguntou se seus sonhos eram apenas isso ou se seriam memórias, se ele estaria experimentando a vida de outras pessoas. Linz Jacobs é uma neurogeneticista brilhante, dedicada a decifrar os genes que ajudam o cérebro a criar memórias. Ao visitar uma exposição na galeria de uns amigos, ela se depara com a imagem de um pesadelo recorrente de sua infância e adolescência… em um dos quadros de Bryan. Linz localiza o artista, e o encontro dos dois desencadeia o sonho mais intenso do pintor: a visão de uma equipe de cientistas que, na iminência de descobrir uma cura para o Alzheimer, morre em uma explosão no laboratório. Bryan fica obcecado pelas circunstâncias estranhas que cercam a morte dos cientistas, e seus sonhos aos poucos revelam o que aconteceu no laboratório, assim como um mistério mais profundo que o leva ao Egito antigo. Juntos, Bryan e Linz começam a perceber um padrão em seus sonhos. E que há um inimigo mortal observando cada movimento deles que não vai parar enquanto não atingir seu objetivo.

O Pintor de Memórias é o livro de estreia da texana Gwendolyn Womack. Para quem gosta de mistérios, história, romance e do universo da mente, a premissa da obra, publicada pela editora Record, certamente é um prato cheio.

Bryan é um talentosíssimo pintor: suas telas sempre chamam a atenção por sua intensidade e vivacidade. O que ninguém sabe é que Bryan retrata seus sonhos. Na realidade, são visões tidas por ele desde a infância, a partir das quais ele assume a identidade das pessoas com quem sonha e, ao despertar, assimila, também, o conhecimento e as lembranças de cada uma delas. Linz, por sua vez, é uma neurogeneticista especializada em estudos sobre a memória, e teve a infância e a adolescência marcadas por um pesadelo recorrente, no qual ela era queimada em uma fogueira. Ao visitar uma exposição de arte, ela leva um choque ao ver seu pesado sendo retratado em uma tela. Quando ela entra em contato com Bryan e, juntos, tentam decifrar como ambos podem ter tido o mesmo sonho, Bryan passa a ter novas visões, envolvendo uma equipe de laboratório que morreu em uma explosão, e essas novas circunstâncias colocam ele e Linz em um caminho completamente inesperado, além de deixarem evidente haver uma poderosíssima ligação entre os dois.

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Fui fisgada pela leitura desde as primeiras páginas. A narrativa, em terceira pessoa, se alterna de acordo com as perspectivas de Bryan e Linz, e traz, também, retornos ao passado, em diversos contextos da história mundial, representando as visões de Bryan. Ao invés dessa alternância tornar a trama confusa, faz com que ela fique mais interessante e completa, além de nos instigar a tentar compreender como cada peça se encaixa nesse quebra-cabeça. Ainda, a escrita de Gwendolyn Womack, além de romântica, é bastante fluida e, aliada à própria curiosidade despertada pelo enredo, permite que a leitura de O Pintor de Memórias seja bem envolvente.

“Quando ela se virou para ele, fitou-a, sem conseguir se desviar, enquanto reconhecia vidas inteiras escondidas naqueles olhos. Ao encontrá-la naquele momento, soube, sem sombra de dúvida, que as visões que o assaltavam desde a infância eram, na verdade, memórias […] seus sonhos eram peças de um passado que pertencia à sua alma.”

página 23

O que mais me cativou na leitura, sem dúvidas, foi o equilíbrio exato entre cada componente de O Pintor de Memórias: a história não só é bastante romântica, se considerarmos a trajetória dos protagonistas, como tem uma inegável carga de suspense, além de mesclar informações tanto do campo da Ciência quanto do da História. Gwendolyn Womack inseriu a ficção com maestria em meios às personagens não-fictícias citadas, desenvolvendo toda uma trama capaz de interligá-las entre si (ainda que, na realidade, não haja conexão entre elas) e de inseri-las em sua obra.

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Também, vale dizer que a autora conseguiu me enganar. Caí direitinho nas falsas pistas dadas por ela e interpretei erroneamente o que estaria por trás do mistério investigado por Bryan. Dessa maneira, acabei me surpreendendo quando a verdade foi revelada, algo que considerei bastante positivo, já que, se eu estivesse certa, esse desfecho seria bastante previsível.

“Uma música celestial permeou o ambiente. Aninhado sob o queixo de uma virtuose, o violino compartilhava as histórias de todas as mãos que o haviam tocado.”

página 136

Importante dizer que nem todas as pontas de O Pintor de Memórias foram atadas ao final: a autora deixou uma evidente abertura, sugerindo a continuação, mesmo que o livro não necessariamente precise da sequência – é possível finalizar a leitura sentindo que os pontos principais foram encerrados, ainda que permaneça certa curiosidade sobre os próximos desenrolares. Ao pesquisar mais informações, descobri que Gwendolyn Womack já está trabalhando no próximo livro, mas sem previsão de quando será lançado.

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De modo geral, gostei bastante de O Pintor de Memórias: foi uma leitura capaz de me entreter e de me agradar, além de ter sido bem desenvolvida em termos de mescla entre Ciência, Arte e História. Ainda, gostei de seu tom, originado da mistura entre romance, thriller e aventura, mesmo que a leitura em si não chegue a ser eletrizante. Foi, certamente, um livro peculiar, e recomendo aos que buscam uma premissa distinta.





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3 Respostas para "[Resenha] O Pintor de Memórias – Gwendolyn Womack"

Vanessa Meiser - 12, julho 2016 às (21:13)

Interessante, na verdade interessantíssimo, é um dos tipos de livros que mais gosto de ler, se tem mistério e romance então é comigo mesmo! Eu ainda não conhecia o livro acredita? Amei a capa e vou adicioná-lo à minha lista de desejados!!

OBS: Saudade de passar aqui no seu cantinho…

Bj, Van – Retrô Books
http://balaiodelivros.blogspot.com.br/

Roselady Nunes - 15, maio 2017 às (09:22)

Estou lendo agora, quase terminando. Apreciei muito a clareza de sua resenha. Quando terminar, posto de novo 🙂

Pity - 27, maio 2018 às (01:03)

Eu amei à leitura, gostei bastante da reviravolta inesperada do final, porém, também senti que a estória poderia ter tido um desfecho mais bem costurado. Fiquei com aquela vontadezinha enorrrme de saber mais detalhes acerca dos planos dos protagonistas e tudo mais, tô louca pra rolar mesmo essa continuação.
As partes que gosto de pensar como “flash backs” do Bryan eram as que mais fiquei envolvida, foi meu primeiro livro da autora, que até então não tinha nem ouvido falar. Li o livro literalmente pela capa (não gosto de ler a sinopse pq perco o interesse em 90% dos casos, normalmente julgo pelo nome mesmo, e pela paleta de cores da capa, sorry not sorry). Me surpreendi com o texto, que foi muito bem construído, achei a linearidade bem lógica e clara, é um daqueles livros que vc fica pensando nele enquanto termina seus afazeres, louca para retomar a leutura. Com certeza vou dar uma garimpada em outros trabalhos da autora, recomendo demais O Pontos de Memórias.

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