Título: Na Natureza Selvagem
Autor: Jon Krakauer
Editora: Companhia das Letras
Número de Páginas: 216
Ano de Publicação: 1998
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O corpo em decomposição de um jovem é encontrado no Alasca. A polícia descobre que se trata de um rapaz de família rica do Leste americano que largou tudo, se internou sozinho na aridez gelada e morreu de inanição.Quem era o garoto? Por que foi para o Alasca? Por que morreu? Para responder a essas e outras perguntas, Jon Krakauer refaz a trajetória de Chris McCandless, revelando a América dos que vivem à margem, pegando carona ou circulando em carros velhos, vivendo em acampamentos e cidades-fantasmas. Mergulha no mundo da cidadezinha rural, onde homens rudes bebem e conversam sobre o tempo e a colheita. Compara a história do jovem com a de outros aventureiros solitários que tiveram fim trágico.O resultado é uma narrativa envolvente, por vezes amarga, em que os sonhos da juventude se transformam em pesadelo.
Existem narrativas que ultrapassam nossa compreensão e vivência, e nos tocam tão profundamente que torna-se impossível não se envolver com elas, sobretudo quando são reais. Na Natureza Selvagem é mais do que um relato sobre um jovem em busca de aventura, é uma história de coragem, desafios, autoconhecimento e liberdade.
Conheci um pouco de Chris McCandless a partir do filme homônimo adaptado do livro, e me encantei totalmente pelo ambiente criado, pela trilha sonora e pela própria história de vida do personagem, que até então, para mim, ainda era uma incógnita. Com o livro em mãos, tive o prazer de me aproximar um pouco mais da sua trajetória e de mergulhar em reflexões intensas acerca da existência humana.
” É nas experiências, nas lembranças, na grande e triunfante alegria de viver na mais ampla plenitude que o verdadeiro sentido é encontrado.”
página 48
Depois de terminar a faculdade, com excelentes notas e destaque em sala de aula, Chris, que pertencia a uma família americana abastada, doa todo o dinheiro que possui, abandona seu carro e pertences e some na estrada sem deixar notícias. Dois anos depois é encontrado morto dentro de um ônibus abandonado num lugar solitário e gelado do Alasca.
Esse livro é fruto de um excelente trabalho do escritor e jornalista Jon Krakauer, que refez a jornada de Chris, colhendo depoimentos de pessoas que conviveram com ele, transcrevendo trechos do diário que ele manteve durante suas viagens, e tentando decifrar os principais motivos que o levaram por essa jornada. A narrativa é bastante descritiva e envolvente, e por vezes o autor insere outras histórias de pessoas que também passaram por situações parecidas, inclusive ele próprio. Desse modo, o livro intercala histórias e pensamentos diversos que direcionam ao contexto no qual esse jovem estava inserido, aproximando-se, assim, sucessivamente do seu modo de ver o mundo, de sua forma de pensar e agir, até seus últimos dias de vida.
Chris possuía características muito interessantes para alguém tão jovem, era muito inteligente, leitor voraz de autores como Jack London, Thoreau, Tolstoi, entre outros que o inspiravam com suas narrativas, e ele carregou consigo alguns dos seus livros na mochila ao longo do percurso. Uma das coisas que mais lhe incomodava na sociedade era o materialismo vazio, fruto do sistema capitalista, e volta e meia mostrava sua revolta ao sistema, seja em relação aos políticos, à economia vigente, ao modo de vida dominante e até mesmo aos seus pais, que, de acordo com sua visão, estavam imersos nesse universo. Apesar de não ter um relacionamento amigável com eles, justamente por terem pensamentos tão opostos, Chris foi o tipo de pessoa que cativou as pessoas por onde passou, bastava alguns instantes ao seu lado para as pessoas se contagiarem com sua coragem, inteligência e modo de tratar os que estão a sua volta.
Há diversas polêmicas em torno da figura de Chris; uns dizem que ele era um garoto mimado e inconsequente, outros, que ele era uma lenda. A meu ver, cada um que se aproximar dessa história, seja através do filme ou do livro, terá reações diferentes baseadas em sua própria experiência de vida. Por vezes compreendi o quanto essa viagem significou para ele: foi um grito de liberdade, uma mudança de estilo de vida e um novo modo de enxergar-se enquanto ser humano e de enxergar o mundo e as pessoas ao seu redor. Emocionei-me inúmeras vezes, principalmente com a sensibilidade que ele tinha em tentar compreender o real sentido da existência humana. Com a leitura do livro, nos afeiçoamos a ele por compreendermos um pouco de quem ele foi, do que sentiu, do que pensava. Recomendo demais a leitura, que, apesar de possuir um final trágico já anunciado nas primeiras páginas, nos deixa reflexões profundas e inestimáveis. Indico que assistam ao filme também, uma vez que ambos se complementam e formam uma dupla infalível.
” Tanta gente vive em circunstâncias infelizes e, contudo, não toma a iniciativa de mudar sua situação porque está condicionada a uma vida de segurança,conformismo e conservadorismo, tudo isso que parece dar paz de espírito, mas na realidade nada é mais maléfico para o espírito aventureiro do homem que um futuro seguro.”
página 67
Oi Clivia nunca ouvi falar desse livro e nem desse autor lendo a resenha e a sinopse tenho que confessar que o livro não me chamou a atenção não é o tipo de gênero literário que eu leio mas como sempre você faz ótimas resenhas bjs.