[Resenha] Dez coisas que aprendi sobre o amor - Sarah Butler - Minha Vida Literária
Minha Vida Literária
22

set
2015

[Resenha] Dez coisas que aprendi sobre o amor – Sarah Butler

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Título: Dez coisas que aprendi sobre o amor
Autor: Sarah Butler
Editora: Novo Conceito
Número de Páginas: 256
Data de Publicação: 2015
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Por quase 30 anos, quando a brisa de Londres torna-se mais quente, Daniel caminha pelas margens do Tâmisa e senta-se em um banco. Entre as mãos, tem uma folha de papel e um envelope em que escreve apenas um nome, sempre o mesmo. Ele lista também algumas coisas: os desejos e o que gostaria de falar para sua filha, que ele nunca conheceu. Alice tem 30 anos e sente-se mais feliz longe de casa, sob um céu estrelado, rodeada pela imensidão do horizonte, em vez de segura entre quatro paredes. Londres está cheia de memórias de sua mãe que se fora muito cedo, deixando-a com uma família que ela não parece fazer parte. Agora, Alice está de volta porque seu pai está morrendo. Ela só pode dar-lhe um último adeus. Alice e Daniel parecem não ter nada em comum, exceto o amor pelas estrelas, cores e mirtilos. Mas, acima de tudo, o hábito de fazer listas de dez coisas que os tornam tristes ou felizes. O amor está em todas as partes desta história. Suas consequências também. Sejam boas ou más. Até que ponto uma mentira pode ser melhor do que a verdade?


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Já havia iniciado a leitura de Dez coisas que aprendi sobre o amor quando recebi da editora Novo Conceito os quatro primeiros capítulos da obra para degustação. Inclusive, postei aqui minhas primeiras impressões, em partes expressas abaixo:

“A narrativa, em primeira pessoa, se alterna entre as visões de Alice e Daniel, sempre separadas por listas com 10 itens diversos, e já pude notar um pouco do que a obra promete. A escrita de Sarah Butler, não apenas fluida, é bastante poética e envolvente, e suas personagens, interessantes. Enquanto Alice se sente estranha dentro de sua própria família e aparenta ter alguns conflitos pendentes com ela, Daniel vive nas ruas, sonhando encontrar a filha que jamais chegou a conhecer. Vale dizer, também, que me encantei mais pela narrativa de Daniel do que pela de Alice: enquanto a escrita na visão dessa, ao menos inicialmente, é mais descritiva e não tanto emotiva, a daquele desde o início traz suas emoções e pensamentos, tornando-a mais poética e sensível.”

 

“Minha mãe morreu quando eu tinha quatro anos. Ela devia estar indo me pegar na aula de balé. Lembro-me de estar no hall da igreja segurando uma bolsa rosa com uma bailarina bordada na frente, ouvindo a música da aula seguinte e os pés das meninas no piso de madeira, esperando. Tudo fica borrado, então, exceto pelo rosto do papai, pálido e assustado – o modo como ele me olhou como se não soubesse quem eu era.”

página 48

 

Apesar de meu envolvimento inicial, fui, aos poucos, fazendo uma leitura mais distante da trama, tendo dificuldade em me manter envolvida. A narrativa, por ser muito introspectiva, muitas vezes traz fluxos de pensamentos que acabam sendo entrecortados e, até mesmo, incompletos, por representarem a dificuldade das personagens em lidarem com suas emoções e reflexões. Ainda que esse seja uma característica interessante, seria mentira dizer que proporcionou minha imersão na leitura .

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Além disso, a história acabou não me conquistando em seu desenvolvimento. Senti que a parte de Alice em si não teve um grande avanço no enredo, estando limitada ao aprofundamento de suas emoções e ao seu sentimento de inadequação, tanto sobre sua família quanto sobre sua referência de lar. A parte de Daniel, por outro lado, traz a série de acontecimentos relacionados à sua busca pela filha, ainda que, também, seja narrada de maneira totalmente introspectiva e nostálgica – característica essa, aliás, comum às duas narrativas.

 

“Você não pode sentir saudade de alguém que nunca conheceu. Mas sinto saudade de você.” 

página 79

 

Por fim, o próprio desfecho deixou a desejar para mim. Embora mantenha a característica poética da obra como um todo e diga muito mais nas entrelinhas do que naquilo escrito propriamente dito, achei o final um tanto quanto aberto e senti falta de maiores resoluções e explicações. Acredito que, em partes, a intenção da autora tenha sido justamente essa, priorizando a característica emocional do enredo, mas, para mim, infelizmente não foi suficiente.

De modo geral, Dez coisas que aprendi sobre o amor, embora seja uma leitura muito voltada ao emocional das personagens, não se fez intensa ou arrebatadora, ainda que bastante sensível. É uma obra recheada de cores, principalmente, e lembranças, ingredientes responsáveis por seu ar poético.

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10 Respostas para "[Resenha] Dez coisas que aprendi sobre o amor – Sarah Butler"

Tais - 22, setembro 2015 às (09:09)

Oi Aione,

Recebi este livro da Novo Conceito mesmo sem ter solicitado.
No começo estava interessada na leitura, mas aos poucos fui perdendo a vontade de ler.
Irei dar uma chance a história sim, mas sem muitas expectativas.

bjs
Tais
http://www.leitorafashion.com.br

Leticia - 22, setembro 2015 às (09:52)

Oi, Aione
Tinha lido os primeiros capítulos também, e já esperava que o livro fosse mais ligado ao emocional dos personagens, mas esperava um melhor desenvolvimento. A parte de Alice já estava um pouco parada nas primeiras páginas. Desanimei, não gosto de finais abertos, mas depende de como é. Mas pelo que você achou, vou sem muita sede ao pote para lê-lo.

livrosvamosdevoralos.blogspot.com.br

Aciclea Vieira - 22, setembro 2015 às (11:24)

Aione,quero muito ler esse livro,amo escrita com narrativa poética e envolvente,que pena que ela se tornou distante e que seu desenvolvimento não tenha lhe conquistado e o desfecho ter deixado a desejar,também não gosto de finais em aberto,apenas irei conferir devido ao ar poético.Beijos!!!!

Mariana Fieri - 22, setembro 2015 às (15:45)

Com um título tão bonito o livro parecia ser melhor… No momento estou lendo Razão e Sensibilidade!! 🙂 Bjos

Theresa Cavalcanti - 22, setembro 2015 às (17:31)

Descobri sobre esse livro esses dias, e fiquei com muita vontade de ler, mas agora não sei se quero ler tanto assim. KKK

rudynalva - 22, setembro 2015 às (22:26)

Aione!
Li a degustação e aguardo meu exemplar para poder continuar a leitura, mas com essa greve do correio, nem sei quando chegará.
Adoro fazer listas para tudo também…kkkk
“A alegria está na luta, na tentativa, no sofrimento envolvido e não na vitória propriamente dita.”(Mahatma Gandhi)
cheirinhos
Rudy
http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
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Beatriz Vanderlei - 24, setembro 2015 às (18:24)

Uma pena por achar que seria um grande livro, a proposta é legal. Amo livros que tem como cenário Londres, nada mais romântico que Londres não acha?

Becca Martins - 25, setembro 2015 às (14:48)

Oi MI!
Nossa eu estava super ansiosa para o meu livro chegar, porém, confesso que desanimei bastante agora. Mas o que ninguém pode negar é que o livro é maravilhoso!! A capa é muito bonita!!
Beijos!!

Taísa Quemel - 28, setembro 2015 às (09:39)

A capa desse livro é tão linda e o título da obra também, dá a impressão de ser uma leitura dessas de tirar o fôlego, que pena que talvez seja só impressão mesmo. Mas ainda assim quero o ler 🙂

Cristiane Oliveira - 29, setembro 2015 às (14:40)

Oi Aione. A ideia do livro é bastante interessante e realmente parece ter uma carga poética e emocional. Eu gosto de finais de livros meio “abertos”, em que podemos nos dar o direito de pensar como deve ter acabado a história, mas também concordo que às vezes é insuficiente.
Beijos

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