[Resenha] Amar é Crime - Marcelino Freire - Minha Vida Literária
Minha Vida Literária
31

jul
2015

[Resenha] Amar é Crime – Marcelino Freire

FREIRECAPA

Título: Amar é Crime
Autor: Marcelino Freire
Editora: Record
Número de Páginas: 160
Ano de Publicação: 2015
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Destaque da Festa Literária Internacional de Paraty 2015. Autor de contos e de um romance impactantes, que transformaram o autor em um dos mais celebrados escritores contemporâneos, Marcelino Freire traz, em Amar é crime, uma reunião de histórias em que o amor flerta com seu reverso: a dor, a morte, o mal.
Tudo se revela por meio de explosões e de palavras cortantes, sangrentas, no melhor estilo de Marcelino Freire. Marcados pela oralidade e pelo ritmo característicos do escritor pernambucano, os contos são uma mistura sonora entre ficção e repente, e têm o poder de trazer para o centro nobre da literatura personagens marginalizados, invisíveis em nossa sociedade. Originalmente publicado em 2011 em pequena edição pelo coletivo artístico Edith, do qual Marcelino é um dos criadores, traz agora cinco contos novos, além de capa assinada por um dos mais respeitados artistas gráficos do país, Helio de Almeida.
Marcelino Freire foi o destaque da primeira edição da Flip, em 2004, e logo depois tornou-se um dos principais nomes da literatura brasileira contemporânea com Contos negreiros (Editora Record, Prêmio Jabuti 2006). De sua autoria, a Record publicou ainda Rasif e o romance Nossos ossos (2013), finalista do prêmio Jabuti e vencedor do prêmio Biblioteca Nacional de melhor romance.


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Amar é Crime é uma coletânea de contos do escritor pernambucano Marcelino Freire. Destaque na literatura contemporânea, o autor tem despertado a atenção de críticos e leitores Brasil a fora. Esse foi o meu primeiro contato com a obra dele e, mesmo esperando a receptividade de uma escrita com aspectos regionais, fui arrebatada e surpreendida pela visão de mundo presente em cada um dos contos.

Com uma escrita ágil, direta e permeada de poesia, Marcelino sabe o que faz e nos proporciona, através dos seus personagens, enxergar uma realidade bruta, devastada e desacreditada. Seus personagens, em sua maioria, estão à margem da sociedade e não possuem voz ativa na realidade social na qual estão inseridos. É como se o autor os libertasse e desse a eles a oportunidade de dizer ou fazer aquilo que estava reprimido. Realidades sufocantes, frustrantes, repletas de dores, ressentimentos e confusões, as histórias são um misto de amor, ódio e alguma sanidade aparente que refaz o equilíbrio das coisas.

A coletânea é composta por contos diferenciados em seus personagens e em sua estrutura. Há contos menores e maiores, todos eles permeados pelo que me parece ser o objetivo principal do autor: desvelar uma realidade social decorrente das desigualdades políticas e econômicas existentes no nosso país. Em alguns momentos, esse fator aparece de modo mais sutil; em outros, de maneira escancarada, como se os personagens dessem um grito de liberdade.

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Os contos são capazes de nos despertar uma gama de sentimentos. Ao mesmo tempo em que sentimos certa repulsa em alguns momentos, em outros nos divertimos. Ao mesmo tempo em que nos indignamos com determinados acontecimentos, nos compadecemos com outros. É um misto de sensações, que nos tira da caixinha do senso comum e que nos coloca para pensar.

Minha experiência de leitura com a obra foi muito empolgante, geralmente costumo ler contos a doses homeopáticas, um por dia até concluir tudo, mas não foi o caso. Fiz a leitura de Amar é Crime em menos de duas horas, não consegui largar o livro, a escrita do autor é viciante e, mesmo com as altas doses de realidade que ele coloca na nossa frente, os finais de diversos contos me remetiam sempre aos motivos pelos quais o autor esteja em destaque na cena atual da literatura contemporânea, ele possui uma agilidade e criatividade quase palpáveis em sua escrita.

Por fim, quero deixar claro que, talvez, a obra impacte de diferentes modos cada leitor, mas aqueles que têm a mente um pouco mais aberta certamente irão tirar um melhor proveito dos contos.

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12 Respostas para "[Resenha] Amar é Crime – Marcelino Freire"

Tamara - 31, julho 2015 às (11:34)

Eu raramente leio livro de contos de autores que não conheço. Mas acabei me interessando por esse livro porque ele parece fazer brotar sentimentos diversos e gosto de leituras que não nos deixem indiferentes. :-* até

Franciele Ribeiro - 31, julho 2015 às (13:09)

Hummm, parece interessante, o bom de livro de contos, é que não torna a leitura chata, cada conto um ponto diferentes, hehe. Conhecia o autor e nem o livro, mais me parece ser legal, procurarei conhecer o livro melhor

Cristiane Oliveira - 31, julho 2015 às (15:37)

Oi Clivia. Eu sou muito admiradora de contos, acho sempre fascinante. E este me parece ser bem interessante, bom saber de autores nacionais contemporâneos e que sejam tão talentosos.
Beijos

Leticia - 31, julho 2015 às (15:54)

OI Clivia
Confesso que ainda não li nenhuma obra de Marcelino, mas gostaria de conhecer, diante dos elogios. Este livro me chamaria mais atenção pelo título do que pela capa, mas gostei de saber sobre os contos.
Eu também costumo ler um conto por dia, quando em um único livro. Eles realmente parecem bons, visto pela mistura de sensações que sentiu e o tempo que leu. Ótima dica.

livrosvamosdevoralos.blogspot.com

emanoelle souza - 31, julho 2015 às (16:44)

adorei conhecer o livro, sempre gostei de ler contos, ainda mais nacional. espero gostar

Larissa Oliveira - 31, julho 2015 às (16:47)

Oi, Clivia! Apesar de gostar, quase não leio livros de contos. Nem sei bem o porquê.
Não li nada do autor ainda, mas fiquei super interessada em conhecer essa obra. Gosto de livros que me levam a ter esse misto de sensações, uma montanha russa de sentimentos. Saber de sua escrita, ágil e poética, me agradou muito também. Enfim, é um livro que pretendo ler sim e espero que seja o mais breve possível.

Patrini Viero - 31, julho 2015 às (18:53)

Acredito que os contos sejam uma ótima porta de entrada para atrair novos leitores, pela sua concisão e comprimento bem mais curto que os romances em si. Achei interessante o fato de as desigualdade sociais aparecerem como centro dos contos, visto que esse é um tema tão atual e relevante dentro da sociedade em que vivemos.

Becca Martins - 31, julho 2015 às (19:41)

Oi Clivia!
O livro em geral não me chamou atenção, mas a capa é muito bonita. Vou ver se coloco na minha listinha.
Beijos!

Mariele Antonello - 31, julho 2015 às (19:49)

Não curto muito contos, então não me interessei por esse livro, não é o tipo de livro nem de conto que me chama a atenção e me desperta curiosidade, então não pretendo ler, mas sua resenha está muito boa.

Gabriela Malavolta - 31, julho 2015 às (22:24)

Oi, Clívia!
Nunca li contos, mas tenho muito interesse em conhecer o gênero. Amar é crime me despertou curiosidade desde do título, sua resenha aumentou ainda mais. Acho válida a intenção do auto em abordar temas como desigualdade social como também na política. Tenho certeza que esse livro irá me despertar muitas sensações e sentimentos. Irei procurar. Beijão! Gabi 🙂

rudynalva - 31, julho 2015 às (23:00)

Olha que bacana Clivia!
Livro de contos de um conterrâneo meu, que coisa ótima!
Gosto demais de livros de contos e se aqui ele traz a realidade nua e crua da nossa sociedade, melhor.
Adorei!
“A preguiça é a mãe do progresso. Se o homem não tivesse preguiça de caminhar, não teria inventado a roda.”(Mario Quintana)
cheirinhos
Rudy
http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
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Fernanda Mendonça - 31, julho 2015 às (23:34)

Oi!
Não sei se eu comentei aqui, mas eu não sou muito chegada em contos…Parece que eu não tenho tempo de mergulhar na historia (que é o que mais gosto em livros), então nao me atrai muito :/

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