[Resenha] Naomi & Ely e A Lista do Não-Beijo - David Levithan & Rachel Cohn - Minha Vida Literária
Minha Vida Literária
08

jul
2015

[Resenha] Naomi & Ely e A Lista do Não-Beijo – David Levithan & Rachel Cohn

Naomi & Ely e a lista do não beijo

Título: Naomi & Ely e A Lista do Não-Beijo
Autor: David Levithan & Rachel Cohn
Editora: Galera Record
Número de Páginas: 256
Ano de Publicação: 2015
Skoob: Adicione
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A quintessência menina-gosta-de-menino-que-gosta-de-meninos. Uma análise bem-humorada sobre relacionamentos. Naomi e Ely são amigos inseparáveis desde pequenos. Naomi ama Ely e está apaixonada por ele. Já o garoto, ama a amiga, mas prefere estar apaixonado, bem, por garotos. Para preservar a amizade, criam a lista do não beijo — a relação de caras que nenhum dos dois pode beijar em hipótese alguma. A lista do não beijo protege a amizade e assegura que nada vá abalar as estruturas da fundação Naomi & Ely. Até que… Ely beija o namorado de Naomi. E quando há amor, amizade e traição envolvidos, a reconciliação pode ser dolorosa e, claro, muito dramática.

Naomi & Ely e a lista do não beijo 1

Por ser completamente apaixonada pelos livros de David Levithan, fiquei curiosa pela leitura de Naomi & Ely e A Lista do Não-Beijo, ainda que a premissa em si não tenha despertado minha curiosidade e o livro não seja exclusivamente de Levithan, e sim escrito em co-parceria com Rachel Cohn em 2007 – embora somente esse ano tenha sido publicado no Brasil.

Sempre em primeira pessoa, o ponto de vista da narrativa se altera durante todo o livro entre as diversas personagens que compõe a trama, e não simplesmente entre Naomi e Ely, protagonistas. Dessa forma, as emoções e os conflitos pessoais de cada um chegam mais facilmente ao leitor, possibilitando tanto uma maior compreensão das personagens quanto uma ampliação de sentimentos e pensamentos expostos. Ainda assim, impera certo ar de humor e leveza na escrita dos autores, da mesma forma que as várias referências da cultura adolescente e o linguajar típico dessa fase também contribuem para fazer da leitura mais leve e divertida.

 

“Nunca entendi por que ser bonita precisa estar relacionado a sexo e conquista. O que aconteceu com a expectativa, o cortejo e o amor? Será que não se pode ser bonita e não querer nada com isso? Podem dizer que sou antiquada, mas estou esperando pelo amor verdadeiro. Ainda que não passe de uma fantasia inatingível.”

página 60

 

Como costumo encontrar nos livros de Levithan – e infelizmente não tenho referências para falar das obras de Cohn -, há diversas passagens mais reflexivas, expostas por meio de uma escrita capaz de causar impacto. Entretanto, esses momentos foram poucos, nessa obra, e nem de longe cheguei a me envolver e me emocionar como de costume.

Naomi & Ely e a lista do não beijo 2

Ainda que Naomi & Ely e A Lista do Não-Beijo seja uma história sobre amizade, acima de tudo, além de auto-descobertas e superação, infelizmente o livro ficou muito abaixo de minhas expectativas e praticamente durante toda a leitura busquei encontrar um sentido para ela. Aqui há uma história de dois amigos, muito unidos, que brigam e, a partir disso, precisam reavaliar vários aspectos de suas vidas. Essa premissa é interessante, bem como as diversas visões na trama também o são; contudo, minha percepção é de que, combinadas, culminaram em um enredo superficial, que poderia ter sido mais aprofundado e melhor trabalhado.

 

“Não. Não, não, não, não. Não é fácil. As coisas que realmente importam não são fáceis. Os sentimentos de alegria são fáceis. A felicidade, não. Flertar é fácil. Amar, não. Dizer que você é amigo de alguém é fácil. Ser um amigo de verdade, não.”

página 219

 

Outros grandes problemas foram: 1 – Por diversas vezes me senti confusa com a narrativa de Naomi; 2 – Não consegui gostar de Ely. Como um recurso dos autores, Naomi, muitas vezes, utiliza-se de símbolos em sua narrativa ao invés de palavras, visto que conversar pela língua de sinais é um hábito dela e de Ely. Porém, embora alguns sejam óbvios, como ♥ para “amor”, outros não foram, e ao invés de achar esse recurso interessante, ficava impaciente tentando decodificar as palavras. Sobre Ely, mesmo que o personagem seja interessante em vários aspectos, fiquei revoltada com sua atitude ao beijar o namorado de Naomi (esse é o ponto de partida da história, não um spoiler) e sua postura sobre isso. O personagem simplesmente não conseguia enxergar onde estaria seu erro e isso, para mim, seria inadmissível em uma amizade – o grande centro da trama.

Assim, embora Naomi & Ely e A Lista do Não-Beijo combine diversos elementos interessantes, infelizmente não foi um livro que funcionou para mim. Talvez eu não tenha compreendido sua essência, talvez eu não estivesse em um momento ideal para aproveitá-lo como deveria, talvez nem mesmo seu humor tenha conseguido desempenhar seu papel. De qualquer forma, embora não tenha sido uma leitura proveitosa para mim, ela pode acrescentar algo para as demais pessoas, seja alguma reflexão, seja um prazeroso entretenimento.

Naomi & Ely e a lista do não beijo 3





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19 Respostas para "[Resenha] Naomi & Ely e A Lista do Não-Beijo – David Levithan & Rachel Cohn"

Leticia - 08, julho 2015 às (09:13)

Oi Aione…
Nunca li nada dos dois autores e não conheço suas narrativas, mas gosto quando tem algo de reflexivo nos textos. Primeira resenha que vejo desse livro, e ainda vou pensar de vou ler, por conta dos pontos negativos. Os personagens precisam nos conquistar senão não rola.

livrosvamosdevoralos.blogspot.com.br

Thays Suenaga - 08, julho 2015 às (09:19)

Viu ? O filme estreará dia 17 de julho, em uma première no Outfest Los Angeles LGBT Film Festival

Moara - 08, julho 2015 às (09:51)

Oi Aione,

é tão decepcionante quando não gostamos de um livro de um ator que adoramos né? Foi assim comigo com o livro A Hospedeira de Stephenie Meyer. Adorei a Saga Crespúsculo, porém nem consegui terminar o livro A Hospedeira da mesma autora. Mas isso é normal. Como você mesmo disse, pode ser que outra pessoa goste muito do livro. Muita coisa é envolvida no processo de se aventurar em uma história; algumas vezes dar certo outros não, mas isso também compõe a beleza da leitura, rsrs. Parabéns pela resenha! Beijos.

Mariele Antonello - 08, julho 2015 às (11:20)

Achei legal demais este livro, que pena que você não curtiu muito a leitura, eu pretendo ler mais futuramente, pois a história me interessou.

emanoelle souza - 08, julho 2015 às (14:49)

já tinha lido alguns livro do David levihan e sao bem legais, já os outros autores nao tive nenhum contato, gostei de conhecer o livro e fiquei interessada em ler.

Larissa Oliveira - 08, julho 2015 às (15:28)

Oi, Aione! Uma pena o livro não ter te agradado tanto. Eu até gostei da premissa, por saber que a história tem um toque de humor e tal, mas acho que também ficaria revoltada com Ely, mais pela sua postura de achar que não agiu de maneira errada, do que pela atitude em si, de beijar o namorado da amiga, o que é algo terrível também. Mas, diferentemente de você, acho que o uso de símbolos na narrativa de Naomi é algo que me agradaria. Gosto dessas invencionices haha.

Rebeca - 08, julho 2015 às (15:43)

Hi, Aione
O unico livro que eu li do David Levithan foi Will Will, que ele escreveu em parceria com o Jonh Green é admito que só li porque era do Jonh Green e não gostei muito do personagem do David,mas compraria esse livro só pela capa..Linda 🙂
Amei a resenha 🙂
Beijão

Edilza - 08, julho 2015 às (19:35)

Oi, Mi!
Que pena que o enredo tenha ficado superficial, e também não concordei com essa atitude de Ely de ter beijado o namorado de Naomi.
Enfim, talvez um dia dê uma chance a obra por ser divertida.
Abraço!!

Erica Leme - 08, julho 2015 às (21:24)

Oi Aione 🙂
Primeira vez que vejo esse livro. Não li nenhum livro desses autores, mas também não fiquei interessada nesse..
Até achei a ideia do livro legal, da garota gostar do garoto e ele ser gay. Mas isso de ele beijar o namorado dela não achei bacana, acho que iria me incomodar mto durante a leitura tbm, assim como você.
Bjos

Franciele Ribeiro - 09, julho 2015 às (08:12)

Primeiramente, amei a capa, super linda, mais aí sua resenha me desmotivou a ler ele, tava super querendo. Nunca li nada de nenhum dos autores (surpresa, heheh). Aiai, será que leio ou não? Vai para minha lista, mais vai ficar bem escondido, hehe.

Aciclea Vieira - 09, julho 2015 às (08:34)

Aione,O tema do livro não me chamou muita atenção no inicio,agora que você disse não ter gostado muito ,estou pensando se darei uma chance,pois nunca li nada do autor.Beijos!!!

rudynalva - 11, julho 2015 às (00:25)

Aione!
Acredito que quando vamos ler com expectativa alta, acabamos quebrando a cara, pelo menos comigo é assim.
E quando não nos identificamos comas personagens, a leitura fica complicada e meio sem sentido, lemos apenas para terminar e não deixar em aberto.
Uma pena que o livro não tenha sido essa ‘coca cola’ toda…
A capa ao menos é chamativa, gostei.
“Lutar pelo amor é bom, mas alcançá-lo sem luta é melhor.”(William Shakespeare)
cheirinhos
Rudy
http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
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Patrini Viero - 16, julho 2015 às (23:27)

Ao contrário do que aconteceu contigo, acabei me apaixonando pelo livro exatamente pela sua premissa. Achei-a bastante inovadora e original, coisa do Levithan mesmo. Confesso que tenho um certo receio com livros escritos por duas ou mais mãos, acredito que seja preciso uma grande perspicácia e afinidade por parte dos autores, para que a história não se contradiga em algum ponto ou exista muita diferença entre as escritas. Fiquei um pouco decepcionada com o fato de as reflexões serem um elemento pouco presente nesse livro, elas são exatamente o que diferencia e me faz admirar o trabalho do Levithan.

Gabriela Malavolta - 25, julho 2015 às (15:18)

Oi, Mi!
O único livro que eu li do David Levithan é Todo Dia. Sofri horrores para achá-lo, porque na época tinha esgotado em todos os lugares, mas, com certeza, valeu muito a pena. Ele é um dos meus queredinhos lotados de quotes. Tenho receio de ler um livro dele de parceria por talvez me decepcionar. Achei a temática do livro legal, mas depois da resenha não sei se estou tão a fim de lê-lo. Mesmo assim, talvez leia o livro futuramente por se tratar de amizade, perdão, auto-reconhecimento e ter reflexões características do David. Adorei a resenha. Beijão! Gabi 🙂

Tamara Costa - 26, julho 2015 às (03:21)

Também achei a proposta desse livro um pouco fraquinha mas assim como você, me interessei por ler ele só por causa do Levithan. Agora não estou bem certa rs

Cristiane Oliveira - 30, julho 2015 às (12:41)

Oi Aione. Acho que pela sinopse deste livro, espera-se que ele seja mais cômico. Mas eu sempre tenho um pé atrás com livros escrito a 4 mãos, como dizem. Sei lá, não sei como deve funcionar isto rsrsrs. De qualquer forma, não li nada do David e sei que ele tem muitos fãs como você, mas este provavelmente não é o livro que me fará conhecer um pouco da seu trabalho.
Beijos

Liih Ferreira - 30, julho 2015 às (20:02)

O que? Ele beija o namorado dela e não se da conta de que isso é um erro? Só por aí eu já percebo que a história não é lá muito boa, dirá com tudo mais que citastes. Se eu já não tinha vontade de ler antes, porque não curti a capa, dirá agora.

Fernanda Mendonça - 30, julho 2015 às (21:09)

Fiquei um pouco “chateada” de você não ter gostado tanto do livro, pois apesar de não ser exatamente meu tipo de leitura ele me chamou MUITO a atenção, pois havia me parecido bastante divertido..E não tão clichê. Pelo menos eu nao me lembro de saber de algum livro sobre uma menina que se apaixona pelo melhor amigo gay (mas eu tbm nao costumo ler muitos romances, então…)

Lorena - 09, agosto 2015 às (15:25)

Vou adimitir que sou uma grande fã das obras do David, e ao contrário de você, eu me apaixonei completamente pelo Ely, ainda não terminei o livro mas já estou apaixonado pela história e pela narrativa, achei o livro bem criativo e descontraído, e gostaria muito de curiosa com relação ao filme.

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