Título: Post Mortem
Autor: Patricia Cornwell
Editora: Paralela
Número de Páginas: 304
Data de Publicação: 2012
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Post Mortem – É um homem metódico, disciplinado, desumano: mata por prazer. As pistas até ele se perdem pelas ruas. A Dra. Kay Scarpetta, médica-legista, examina as vítimas, mulheres que não podem lhe dizer nada a não ser pelos vestígios que trazem no corpo. E no corpo delas há um brilho produzido por alguma substância química. Qual?
A Dra. Scarpetta precisa descobrir logo, se quiser evitar a próxima vítima. E precisa aprender a conviver com o fato de que, apesar de usar em suas autópsias os recursos mais avançados da ciência e da tecnologia, esse aparato se destina a desvendar mentes tão perturbadas quanto impenetráveis.
Em outro plano, precisa lidar ainda com a hipótese de que alguém muito próximo quer destruir sua carreira e está sabotando a investigação dos crimes.
Post Mortem é o volume de estreia da série policial protagonizada pela médica legista Kay Scarpetta. Escrita por Patricia Cornwell, a série conta com 22 livros, dos quais 18 foram publicados no Brasil desde 1999 pela editora Companhia das Letras, ganhando novas edições a partir de 2012 pela editora Paralela, selo da Cia. O último volume, Flesh and Blood: A Scarpetta Novel, foi publicado em 2014.
O primeiro fator a chamar minha atenção para a leitura foi Kay Scarpetta: além de mulher, o que contraria a maioria das séries policiais, protagonizadas por homens, é médica legista, e não uma investigadora da polícia, como o habitual. Dessa maneira, temos uma abordagem indireta e diferente das pistas, uma vez que a dra. Scarpetta trabalha ao lado da polícia – e tenha uma participação importantíssima na resolução do caso -, mas não diretamente na investigação. Além disso, temos, também, a visão burocrática das atividades de Kay, por ser chefe do departamento de medicina legal.
“Lá, em algum lugar, há um homem, pensei. Pode ser qualquer um: anda ereto, dorme debaixo de um teto, tem o número normal de dedos nos pés e mãos. É branco, provavelmente, e tem bem menos que meus quarenta anos. Pela maioria dos padrões, é uma pessoa comum; provavelmente não anda de BMW, não frequenta os bares badalados do Slip nem as lojas de roupas finas ao longo da Main Street.
Ou, por outro lado, talvez frequente. Pode ser qualquer um, mas é ninguém. O Sr. Ninguém. O tipo de sujeito do qual a gente não se lembra depois de subir vinte andares ao seu lado, num elevador.”
página 8
Outro ponto interessante se encontra na data de publicação de Post Mortem. Lançado originalmente em 1990, o enredo reflete a realidade da época, com uma tecnologia menos avançada do que a atual e em fases de desenvolvimento. A descoberta do DNA, por exemplo, era algo recente e seu uso estava em seus primórdios, muito limitado se comparado aos dias atuais.
Não bastassem todos os pontos atrativos, a escrita de Patricia Cornwell foi a responsável, por fim, por me conquistar de vez e por conseguir me envolver com o enredo. A narrativa em primeira pessoa reflete a feminilidade tanto de sua personagem quanto da própria autora. Achei diversas passagens escritas de maneira sensível, tanto ao descrever sensações e sentimentos quanto os próprios cenários. Não que uma escrita masculina não seja sensível, mas a sensibilidade a qual me refiro aqui me pareceu – sem conseguir encontrar maneira melhor para exemplificá-la – tipicamente feminina.
“Os mortos são impotentes, e a violação daquela mulher, como de qualquer outra, mal começara. Eu sabia que só terminaria depois que Lori Petersen fosse virada pelo avesso, tivesse cada centímetro do corpo fotografado e exibido aos especialistas, policiais, advogados, juízes e membros de um júri. Não faltariam pensamentos e comentários sobre os atributos físicos daquela mulher ou sobre a falta deles. Haveria piadas infames e críticas cínicas quando a vítima, e não o assassino, fosse levada a julgamento .
(…) Mortes violentas são um espetáculo público, e essa faceta da profissão que eu exercia conflitava violentamente com minha sensibilidade. Tentava ao máximo preservar a dignidade das vítimas. Pouco podia fazer, porém, depois que a pessoa se tornava um caso, ganhava um número, transformava-se num item protolocado que circulava de mão em mão. A privacidade acabava, como a vida.”
página 12
Com relação à resolução do caso, gostei da maneira de como foi desenvolvido e de como as pistas, aos poucos, foram sendo reveladas. Embora durante a história eu nem sempre tenha me sentido ansiosa, ainda que curiosa, sobre as revelações, os capítulos finais adquiriram um ritmo acelerado e foi impossível interromper a leitura até tudo ser revelado – de maneira satisfatória, ainda que não surpreendente.
Patricia Cornell ganhou mais uma admiradora e certamente finalizei a leitura curiosa por conhecer os próximos volumes, ansiando por descobrir em quais outros casos a dra. Scarpetta se envolverá e como a série foi se desenvolvendo ao longo dos anos.
Gostei da historia e achei diferente e interessante em relação ao fato de ela ser médica legista e não investigadora. Série policial é ótima sempre nos prende na leitura, para sabermos logo quem é o assassino. Mas achei muito 22 livros, se forem todos bons vale a pena.