Título: Middlesex
Autor: Jeffrey Eugenides
Editora: Companhia das Letras
Número de Páginas: 576
Ano de Publicação: 2014
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Narrado por uma personagem hermafrodita, o segundo romance de Jeffrey Eugenides, autor de “As virgens suicidas”, é um épico intergeracional e intersexual. Vencedor do Pulitzer em 2003, “Middlesex” está a cada dia mais atual. “Nasci duas vezes: primeiro como uma bebezinha, em janeiro de 1960, num dia notável pela ausência de poluição no ar de Detroit; e de novo como um menino adolescente, numa sala de emergências nas proximidades de Petoskey, Michigan, em agosto de 1974.” Ironicamente, Calíope Stephanides está morando em Berlim, cidade que por décadas se viu dividida, quando começa a relembrar sua própria história, marcada pelo desvio e pela busca de unidade. Sua narrativa percorre então três gerações da família greco-americana Stephanides, tendo como ponto de partida o começo do século XX, quando seus avós deixam um vilarejo nas encostas do Monte Olimpo para se instalar em Detroit, nos Estados Unidos. Em plena Lei Seca, a Cidade dos Motores? experimenta seus dias de glória, até que eclodem os protestos da população negra, em julho de 1967, que obrigam a família a se mudar para Michigan. Nesta altura, Callie é uma menina de doze anos. Para entender o que a tornou tão diferente das outras meninas, Calíope precisa investigar segredos de família e a espantosa história de uma mutação genética que atravessa as décadas e a transformará em Cal, um dos mais audaciosos narradores da ficção contemporânea. Sofisticado, recheado de referências literárias, e ao mesmo tempo envolvente, Middlesex é uma reinvenção do épico americano, que alia as tradicionais sagas familiares à mais virtuosa narrativa pós-moderna. Um romance intergeracional e intersexual, vencedor do Pulitzer em 2003.
“Nasci duas vezes: primeiro como uma bebezinha, em janeiro de 1960, num dia notável pela ausência de poluição no ar de Detroit; e de novo como um menino adolescente, numa sala de emergências nas proximidades de Petoskey, Michigan, em agosto de 1974.”
página 09
Pela citação acima podemos ter uma ideia inicial de que essa história tem muitos diferenciais. O autor já começa no primeiro parágrafo demonstrando a que veio o seu personagem principal: Calíope Stephanides, criado como a menina Callie, torna-se o jovem Cal na pré-adolescência, ou seja, o personagem central é hermafrodita e foi criado como menina até os seus 14 anos. Somos levados, então, pela sua trajetória de vida e sua busca por aceitar seu próprio corpo e entender sua identidade.
Comecei a leitura sem muitas pretensões, mas consciente da qualidade da escrita do autor. Apesar de um estranhamento inicial com a leitura, pela forma como o narrador descreve os fatos e reflete sobre sua própria vida e formação humana, acredito ter conseguido capturar determinados aspectos que, durante o andamento do livro, me fizeram enxergar de modo muito positivo o tipo de narrativa construída, como, por exemplo, o fato de que ao contar toda a história de Calíope, o autor tenha esbarrado em complexos e perturbadores aspectos que fogem à compreensão do leitor, mas que na trama tem o papel de transmitir estranhamento e curiosidade de maneira muito perspicaz.
Middlesex possui um enredo incomum; com a narrativa em primeira pessoa, Calíope nos conta detalhes da sua trajetória, incluindo aspectos sobre as vidas de alguns familiares, como seus avós que escondem um grande segredo, além de mostrar como a formação da sua família influenciou no que ele se tornou. Ele enxerga sua vida como um reflexo desses diversos acontecimentos. A narrativa também é permeada de referências a mitologia e cultura grega.
A contextualização da trama também traz à tona eventos históricos como a invasão turca à Grécia, a Lei Seca, a Depressão de 29, entre outros, que tem ligação direta com o narrador por terem sido fatos que influenciaram sua vida.
Esse é, de fato, um livro incomum e com uma dose de carga dramática, uma leitura imprevisível a cada novo capítulo, que pode cansar o leitor em algumas partes das suas mais de 500 páginas, mas que, por outro lado, apesar de sua densidade, possui uma sensibilidade e um traço de complexidade que só lendo para saber. Contudo, uma coisa é certa: o livro levanta questões muito pertinentes sobre gênero, identidade e busca pelo auto-conhecimento. Longe de ser um livro para entretenimento, é uma leitura que exige certo grau de perseverança e atenção do leitor, que, depois que se envolve com a história, percebe o quanto ela é interessante, rica e até divertida.
Que sinopse complexa! Achei bem interessante a premissa do livro.. pelo que percebi o livro tem um pouco de tudo né? Identidade, gênero, história.. deve ser um livro muito bem elaborado realmente!
Mas acho que não estou no momento de fazer leituras densas desse tipo haha Quem sabe mais pra frente!
Gostei muito da resenha, e das fotos do livro =)
Beijos