[Resenha] Se Eu Ficar - Gayle Forman - Minha Vida Literária
Minha Vida Literária
06

ago
2014

[Resenha] Se Eu Ficar – Gayle Forman

Título: Se Eu Ficar
Autor: Gayle Forman
Editora: Novo Conceito
Número de Páginas:  224
Ano de Publicação: 2014
Skoob: Adicione
Orelha de Livro: Adicione
Compare e Compre: Buscapé

“Depois do acidente, ela ainda consegue ouvir a música. Ela vê o seu corpo sendo tirado dos destroços do carro de seus pais – mas não sente nada. Tudo o que ela pode fazer é assistir ao esforço dos médicos para salvar sua vida, enquanto seus amigos e parentes aguardam na sala de espera… e o seu amor luta para ficar perto dela. Pelas próximas 24 horas, Mia precisa compreender o que aconteceu antes do acidente – e também o que aconteceu depois. Ela sabe que precisa fazer a escolha mais difícil de todas. “

Em um instante, o mundo é como você conhece, embalado por uma canção. No instante seguinte, a música permanece, mas nada mais é como antes – e jamais voltará a ser. Assim acontece com Mia, que de repente se vê fora de seu corpo após um acidente de carro que envolveu toda sua família. Em um momento, tudo está em seu perfeito lugar. No seguinte, Mia está olhando para seu corpo machucado e para o de seus pais sem vida, sem saber o que ainda a aguarda.
É inegável que tanto a premissa de Se Eu Ficar quanto sua intensa divulgação me deixaram ávida pela leitura, a ponto de eu iniciá-la praticamente após tê-la recebido – e a devorado em poucas horas. Contudo, ainda que ela não tenha me desagradado, também não atingiu todas as minhas expectativas, no sentido de não ter me emocionado como eu esperava.
O interessante da obra, além da própria questão paranormal envolvendo a protagonista, é a maneira natural de como a narrativa se desenvolve, em primeira pessoa, trazendo ao leitor não apenas os momentos após o acidente, mas a vida de Mia como um todo. Somos apresentados à sua vida entre sua família, na qual ela se vê como “a estranha no ninho”, tanto por sua aparência quanto por sua personalidade e, principalmente, por seu gosto musical; sua vida como estudante; sua amizade com Kim e, também, seu relacionamento com o namorado e músico Adam. A autora consegue transitar entre passado e presente sem causar rupturas no envolvimento do leitor com a história e sem fazer disso algo confuso.

 

“Como seria se eu decidisse ficar? Como seria acordar e descobrir que sou órfã? Nunca mais sentir o cheiro do cachimbo do meu pai? Nunca mais ficar ao lado da minha mãe, conversando baixinho enquanto lavamos a louça? (…) Ficar sem eles?
Não estou certa de que este é o mundo ao qual pertenço. Não tenho certeza se quero acordar.”

página 137

 

Fica claro que o passado de Mia é relatado não apenas para apresentar o mundo no qual a personagem vive, mas especialmente para criar um vínculo entre ela e o leitor, bem como entre o leitor e os demais personagens. Assim, conforme mais vamos conhecendo de Mia e das pessoas ao seu redor, mais vamos sentindo com ela sua perda.
Outro ponto positivo e, provavelmente, que dá o tom especial ao livro é sua relação com a música. O gosto musical de Mia a faz diferente dos demais a sua volta. Sua habilidade como violoncelista é estritamente ligada não apenas ao seu amadurecimento, mas também às suas emoções. Seu próprio relacionamento é iniciado e conectado à música, como se ela mantivesse Mia e Adam unidos.

 

“(…) Enquanto isso, uma agitação crescia dentro de mim. Pensei no diapasão que uso para afinar o violoncelo. Quando eu o utilizava, atingia notas de ‘Lá’ – vibrações que aumentavam, aumentavam, até que a afinação harmônica atingia todo o espaço. Era isso que o sorriso de Adam estava causando dentro de mim durante aquele jantar.”

páginas 51 e 52

 

Não consegui identificar, exatamente, o motivo que não fez da leitura, para mim, tudo que eu esperava. Por mais que eu conseguisse compreender o sofrimento de Mia e entendesse o quão horrível é a situação em que ela se encontra, da mesma forma em que conseguia enxergar o bom desenvolvimento do livro e dos elementos que o compõe, faltou um maior envolvimento emocional da minha parte. Embora eu estivesse ansiosa pelos acontecimentos como um todo, não sentia aquela necessidade no virar das páginas, nem a angústia por toda a tragédia desenvolvida. Fiz a leitura como uma mera expectadora, ao invés de me sentir na pele de Mia. Não consegui compartilhar de suas emoções porque havia algo me impedindo de submergir nelas.
De qualquer maneira, a leitura foi agradável e me deixou ansiosa para assistir a sua adaptação, com estreia prevista para setembro. Também, pretendo ler Para Onde Ela Foi, versão da história pela visão de Adam, e que será publicada em breve pela editora Novo Conceito. Com uma escrita notável e habilidosa, fica fácil compreender o sucesso da autora. Se Eu Ficar é uma obra melodiosa e harmônica, como se fluísse através dos acordes de uma música bem composta. Cabe ao leitor se entregar a ela e, assim, aproveitar todo o envolvimento que ela é capaz de proporcionar.




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21 Respostas para "[Resenha] Se Eu Ficar – Gayle Forman"

Edilza - 06, agosto 2014 às (12:53)

Oi, Mi!
Achei muito boa a premissa desse livro, me parece ser bem emocionante pra eu que sou chorona. 😀
Achei bem legal a relação da música nessa obra, interessante o relacionamento de Mia e Adam ser conectado por isso.
Pergunta: você gostou do final? Vi muita gente que não.
Ótima resenha! Um beijo <3

Aione Simões - 06, agosto 2014 às (13:15)

Oi Edilza!
Eu gostei sim, viu?
Ele é rápido e não muito descritivo, mas eu gostei!
Beijão!

Pah - 06, agosto 2014 às (13:12)

Uma coisa que fiquei na dúvida é se havia a necessidade de um segundo livro, quer dizer, foi comentado em um evento ontem (o da NC) que a editora de fora não tinha gostado muito da sequencia…. vc acha que precisaria?

bjos
Pah
Lendo e Escrevendo

Aione Simões - 06, agosto 2014 às (13:19)

Oi Pah!
Olha, depende muito do quanto a autora ainda tinha para escrever – o que só vou descobrir depois de ler. Como a história é contada pela visão de Adam nesse segundo, pode ter havido um acréscimo bastante interessante e que teria sido impossível de ser colocado no primeiro livro. Nesse caso, então, eu acredito que sim, havia a necessidade, não tanto pelo leitor (me senti satisfeita com a história que li), mas pela autora ainda ter o que contar.
Beijos!

Diane Ramos - 06, agosto 2014 às (15:23)

Achei tão legal você ter lido ” Se eu ficar” na frente de todo mundo , chega´a dar até uma pontinha de inveja kkkkkkk
Estou louca para ler esse livro , ele antes de ser lançado já é um sucesso !

Michele Lopez - 06, agosto 2014 às (17:48)

Oie…
Nossa, achei sua resenha linda e bem escrita.
Estou com bastante vontade de ler este livro e fiquei triste por vc pelo livro não ter atingido suas expectativas e que vc não conseguiu se envolver tanto com a personagem.
Creio que irei gostar muito do livro. O enredo parece ser muito bom e a leitura agradável e envolvente. Sem contar que gostei bastante da relação entre a música e os personagens.

Gisele Aguiar - 06, agosto 2014 às (18:48)

Oi Mi, tudo bem?
Quando eu li a primeira resenha desse livro parei e pensei: pronto mais um livro para chorar! Tipo eu sou uma manteiga derretida que chora em final de filme de comédia! Não tem jeito!
Ele parece ser um bom livro, com uma história cativante,mas convenhamos quando vi a capa e o título não dei nada para o livro, nem me interessei. Foi as resenhas que foi me conquistando e a sua além de me dar uma enorme segurança que não vou chorar (muito rs) me ajudou a ter uma ideia melhor e com certeza ele está firmadinho na minha lista de compra!

Beijão!

Neny - 06, agosto 2014 às (19:10)

Eu tenho o livro na versão antiga ainda rs, e amei a historia,
mas como vc fala se vc não entre no personagem a leitura não flui tão bem,
mas comigo funcionou e to muito empolgada pela chegada do filme, e claro que ainda quero com esta capa, beijos.

Rudynalva - 06, agosto 2014 às (20:29)

Aione!
Acontece sempre comigo quando um livro é bem divulgado e comentado: vou com uma expectativa alta e quando leio, o livro nem é essas coisas todas…Acredito que aconteceu isso com você em relação a esse livro.
O enredo é interessante e acredito que vá gostar da leitura porque gosto de histórias de paranormalidade, espírito que sai e volta do túnel da morte, etc. Quero muito acompanhar a vida da Mia antes e após o acidente. E se puder, depois assistir i filme para ver como será a adaptação.
cheirinhos
Rudy

Juu-Chan ;3 - 06, agosto 2014 às (21:34)

OOOOOOOOOOOOOOOI, Aiooooooooooone *-* Tudo bem, anjo? ♥ Hahaha, primeiramente, quero dizer que divulguei seu blog e canal lá no meu blog, hahaha! Você merece, eu simplesmente amo aqui e seus vídeos, hahaha! Enfim! SE EU FICAAAAAAAAAAR! Tô lendo esse livro e vou resenhar quando possível, ando sem tempo, hahahahahahahah! Sinceramente? Eu achei o começo tãoooooooo triste! Estava um mar de rosas, e de repente o acidente acontece? Imagina no filme? Vou alagar o cinema de tanto chorar, uashuhsahusa! Poxa, sabe que outra blogueira, amiga minha, também não se emocionou tanto com o livro? :3 Eu devo ser tãooo sensível, pois já estou tocada! E olha que tô no meio do livro, hahahahahaha! E concordo, a autora conseguiu contar a tanto a história de Mia antes do acidente, quanto a depois do acidente, sem causar ambíguo. Mais um ponto positivo pra esse livro, hahahahaha! E cara! Aione, posso dizer que sua resenha está meio parecida com a minha? Então, caso você veja: “Uau! Ela pensa igual a mim!”, você está certa, pois é isso, auhasuhaus! Eu achei essa parte de ela ser destacada dos demais membros da família dela algo autêntico, o que me fez gostar bastante dela. Os autores de hoje em dia buscam extrair a essência e os gostos dos adolescentes, excluindo assim as artes mais antigas, músicas antigas e etc., coisa que não aconteceu nesse livro, né? Hahaha! Uma pena você não ter conseguido se envolver tanto assim :c Eu amei o livro, hahaha! E sua resenha ficou tãooooooooo perfeita, hahahahahaha! ♥

BEIJOS INFINITOOOOOOOOOOOOS! ♥

Juu-Chan || Nescau com Nutella

Fran Ferreira - 06, agosto 2014 às (23:10)

Aione, eu até uns dias atrás não tinha nenhuma vontade de lê-lo, até ver o trailler, sim, isso fez com que tivesse uma noção do mundo que autor criou me instigando á lê-lo, mais minha ansiedade etá mais no filme, isso tenho que confessar. Uma coisa que havia me esquecido, gosto quando livros ou até filmes trazem gostos diferentes, como é o caso da Mia com a música, porque isso mostra a diversidade que nos uni e a beleza que está nas coisas mais simples ou não (se você me entende).

Bjsss

Vitória Pantielly - 06, agosto 2014 às (23:29)

Oi Aione 🙂
Então, fiquei super afim de ler o livro depois que vi o trailer !
Achei que o desenrolar da história prende a gente, acho até que envolve um pouco de fé no livro, até porque passar pela experiência que a Mia passou e não ter fé acho pouco provável !
Outra coisa linda é como o Adam percebe a Mia mesmo os dois sendo um pouco diferentes!
Com toda certeza a história vai mexer comigo porque costumo ser bem sensível, tem esse lance em relação da música dela e como isso faz parte da vida dela .. Enfim, me preparando pra lágrimas e lágrimas!
Que pena que a história não mexeu tanto com você, vamos ver o que vou achar 🙂
Beijos :*

Lise - 07, agosto 2014 às (17:20)

É, esse é um daqueles livros que deixa a gente encasquetada em ler, né? Mas eu fiquei mais encantada com tua resenha. Acho que ela que foi melodiosa, Mi (ou será as saudades de vir ler as resenhas?).

Eu acho que às vezes um livro não funciona tão perfeitamente quanto esperávamos simplesmente pelo momento. Assim como funciona excessivamente bem, apenas pelo momento em que lemos.
De qualquer modo, é o tipo de livro cheio de dramas que a dramalhona aqui adora. Vou ler, com certeza.

Nathalia Simião - 08, agosto 2014 às (17:18)

Oi Aione!
Esse livro esta sendo tão divulgado, tão comentado em toda blogosfera que eu fiquei ansiosissíma pra ler. Adorei o trailer do filme e com certeza vou ver. Adorei sua resenha, já vou ficar esperta pra ver se realmente o livro me emociona totalmente ou não. beijo

Oliveira - 08, agosto 2014 às (18:44)

Um livro que desejo muito ler, mas vou esperar minhas expectativas diminuírem, creio que será melhor, e ainda mais depois que li sua resenha, talvez foi sua expectativa alta que formou essa barreira, será?

DUDA - 20, agosto 2014 às (18:08)

Mgggg! To louca para assistir o filem mais eu t c medo de me decepcionar c livro !

Manu Hitz - 25, agosto 2014 às (09:19)

Aione, querida, compreendo suas observações sobre esta falta de algo mais na leitura, alguma ‘liga’que faça com que o livro se torne mais intenso, mais forte. Tb achei a escrita sem grandes surpresas, sem momentos que impulsionem o leitor. Gostei da narrativa, entretanto, pela curiosidade que o tema proporciona. Já li relatos de experiência de quase morte – EQM – e até algumas histórias de estar fora do corpo percebendo o ambiente e a situação. Curioso.
Acho que o filme será bem mais empolgante, cinema faz isso com facilidade.
A cena dela cheirando os cabelos do irmão me arrancou lágrimas.
Beijo!
Minha nova resenha: A Verdade sobre nós:
Ler para Divertir

Tacyliane Cristina dos Santos Bento - 31, agosto 2014 às (17:29)

Oi Mi..
Minha primeira vez aqui 🙂
Não sei se leio o livro ou vejo o filme..?!!

Bjs da Tacy

Aline Ramos Costa - 31, agosto 2014 às (22:03)

Oi Aione, tudo bom?? Eu tenho até medo desses frissons sobre determinado livro,pq acabo criando altas expectativas e acabo me decepcionando… essa é a primeira resenha dele que leio e fico feliz ao percebr que você retratou tantos os pontos positivos quanto os negativos da obra… Eu vou querer ler Se eu ficar e também ver o filme (depois de ler o livro ) e dessa forma tirar minha própria conclusão… ALém disso, fiquei contente por ver a versão na visão do Adam, pois gosto mais de obras sob a perspectiva dos caras…espero não me decepcionar…bjs

Crislane Barbosa - 16, setembro 2014 às (12:10)

Oi!
Pena que a leitura tão puramente prazerosa pra você, Mi.
Esse livro tem uma história incrível!!
Me faz um conforto, uma familiaridade. As lembranças da Mia foram intensas para mim.
Já assisti ao filme. Talvez com o filme você possa se conectar e se sentir na pele da Mia. Faz um post quando assistir o filme! ^^
Beijão!

Fe Fernanda - 29, janeiro 2016 às (14:04)

livro emocionante

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